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Senso de urgência nos hospitais para soluções de controles, mas infecção em roupa hospitalar continua livre e solta

Carlos Alberto Telles - Engenheiro de Segurança do Trabalho

Carlos Alberto Telles

31/12/2021 - sexta às 18h05

As infecções hospitalares são quem dão início aos programas de controle das infecções hospitalares. Nos dias de hoje a pandemia da Covid-19, acelerou diversas mudanças que precisavam ser pensadas nas instituições de saúde, foram implementadas por hospitais e clínicas ou estão sendo preparadas. A preocupação com a higiene das mãos não é coisa nova na medicina, mas parece que ainda não se incorporou aos hábitos de todas as pessoas.
 
Hoje um dos principais pilares que norteiam a relação com a tecnologia dos hospitais, são os profissionais especializados, seus médicos e demais profissionais do setor de saúde são eles que garantem as atualizações tecnológicas de acordo com a realidade de cada hospital.

Só depois da morte de Tancredo, deram início aos programas de controle das infecções hospitalares e o movimento de judicialização na saúde que mudou rotinas em hospitais do país no controle da infecção hospitalar. Após a comoção em 21 de abril de 1985, o assunto passou a ser esclarecido por especialistas brasileiros e estrangeiros onde se expôs a fragilidade no Sistema de Saúde Nacional, particularmente na assistência hospitalar.

As Infecções Hospitalares e a qualidade da assistência prestada pelos hospitais públicos e privados começaram a ser pensada, além de ser um problema extremamente caro, comprometia a saúde financeira das instituições, particularmente do SUS e das seguradoras e operadoras de planos de saúde.

Identificou-se que um paciente com Infecção Hospitalar fica 10 a 20 vezes mais caro para o sistema de saúde do que um doente sem infecção, com múltiplas  chance de morrer de uma infecção hospitalar.

Mas a força que impulsionou os programas de controle de Infecções foi o surgimento do Procon, esse canal deu voz a pessoas que até então não tinham a quem procurar. Esse procedimento gerou, e ainda gera, centenas de processos judiciais contra hospitais, médicos, operadoras de planos de saúde e contra o próprio Estado e muitos processos tiveram decisões equivocadas, esse foi um fator importante para que os hospitais se mobilizassem para instituir os programas de controle de infecções e, posteriormente, adotassem a gestão de riscos não infecciosos e fez com que o próprio estado se aparelha-se, fato que, nos dias atuais, contribui com um aumento extremamente significativo dos custos do sistema. Época que os governos estaduais e municipais começaram a estruturar, a Vigilância Sanitária que passou atuar na fiscalização dos hospitais e a literatura científica sobre o tema se tornou cada vez mais rica e acessível, elevando o nível de consciência e de aperfeiçoamento por razões técnico-administrativas e legais dos gestores da saúde no Brasil. Por todos esses motivos, o Controle de Infecções Hospitalares evoluiu muito ao longo dos últimos 40 anos no Brasil.

Mesmo que os avanços tecnológicos tenham sido acelerados, principalmente agora durante a pandemia de Covid-19, ainda há um longo caminho a ser percorrido para a verdadeira transformação nas instituições de Saúde, ambiente com demandas muito delicadas, é o setor que mais enfrenta dificuldades em converter dados em soluções. Para um novo cenário seguro é fundamental uma mudança que já precisava ser colocada em pratica, é com o fim dos serviços de lavandeira hospitalar, mudança que precisava ser pensada nas instituições de saúde.

Apesar de termos evoluído, ainda falta nos aproximarmos do que cerca o paciente, que é a roupa hospitalar e esse ponto crítico e não tem sido o ponto de atenção relevante, a lavagem da roupa é apenas um fator de redução de riscos das infecções, somente reduz a contagem de microrganismos para níveis aceitáveis e essas quantidades são suficientes para transmitirem doenças. O mundo foi infectado, agora alterou novamente a visão dos hospitais e a percepção é que não é futuro para saúde humana lavar roupa infectada. Lavanderia hospitalar é o rastro da infecção em roupas e cortinas no ambiente hospitalar, para isso que foi criado o sistema Sintex, para eliminar esse serviço ineficiente ao controle da infecção hospitalar. Se as instituições de saúde continuarem lavando roupa infectada, Infecção hospitalar vai continuar na contramão das expectativas dos pacientes, médicos e enfermeiros.
 
Pós pandemia do covid-19, um novo tipo de paciente emergiu, um paciente que sabe diferenciar o que são bactérias resistentes as que são adquiridas no ambiente hospitalar e dos germes comuns que se pega dentro de um ônibus, dados hoje são divulgados pela OMS e sabem também que a lavagem não elimina esporos de clostridium difficile de roupa hospitalar e que cerca de 60% dos esporos permaneceram na roupa hospitalar após lavagem dos lençóis. A sobrevivência desse bacilo presente nos lençóis, na hora para fazer novas camas é também a que mais preocupa autoridades de saúde por sua taxa de mortalidade, que chega a 17%, e pela dificuldade em elimina-los pela lavagem e evitar infecções hospitalares.
 
Infecções hospitalares, são comuns em pacientes hospitalizados, cerca de um milhão de pacientes morrem por ano por este tipo de ocorrência em todo o mundo e, no Brasil, estima-se que a taxa de infecção hospitalar possa chegar a 14%, segundo dados do Ministério da Saúde.

As ações dos profissionais do CCIH, são voltadas à vigilância e redução dos riscos dos pacientes a contraírem infecções hospitalares, monitoramento constante para controle de surtos e até mesmo dos serviços de limpeza e desinfecção. Mas a solução para reduzir de forma eficiente e em grande escala a infecção hospitalar, só eliminando esse o serviço ineficiente de lavar roupa hospitalar infectada. Roupa hospitalar mesmo que seja higienizada pelo melhor processamento de lavagem, funciona como um campo fértil para a colonização de bactérias, vírus e muitos outros microrganismos transmitindo de uma pessoa para outra, e fica difícil tratá-las porque esses bacilos são resistentes à ação dos antibióticos.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal BS9

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