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Porque escolhi a Educação Especial para minha filha

Denilze Lourenço - Mãe da Bárbara, conselheira eleita do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Condefi) e ativista de apoio às famílias de PCDs

Denilze Lourenço

19/09/2021 - domingo às 00h00

Quero propor um questionamento: se nos esportes, há a aceitação explícita para a competição EXCLUSIVA para PcDs, para que eles alcancem a excelência (como ficou consagrado nas Paralimpíadas) e, inclusive, existe classificação por grau de comprometimento, além de adaptação nas modalidades para atender as necessidades específicas das PcDs, e ainda desenvolveram modalidades específicas e exclusivas para este público, por que na Educação rotulam estas ações essenciais como segregação?

Isso sim é uma barreira atitudinal hipócrita.

Eu rompi com essa cultura ideológica que nos impõem quando nossos filhos nascem com alguma deficiência, e optei pela única escola municipal de educação especial na nossa cidade. Apesar de muitos irem contra minha decisão (e não esconderem sua insatisfação), algumas (poucas) pessoas defenderem, e outras (raras) apoiarem, eu EXERCI meu DIREITO DE ESCOLHA, como responsável pela minha filha de 7 anos (na ocasião), desejando que ela pudesse, simplesmente, APRENDER.

Jamais me arrependi.

Cheguei lá insegura – encaminhada pelas terapeutas, que, apesar da minha relutância, insistiram para que eu APENAS fosse lá CONHECER e, quem sabe, EXPERIMENTAR. E assim fiz. E fui muito feliz, porque ali encontramos tudo que minha filha necessita para seu desenvolvimento e assim poder alcançar a verdadeira INCLUSÃO para a vida, como manda a Lei (... educação inclusiva de qualidade de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem).

Uma questão de aceitação: minha filha tem deficiência intelectual (e mais algumas comorbidades), ela simplesmente não consegue aprender em uma sala de aula com 30 alunos. Mas evolui tranquilamente em uma sala de aula adaptada, com número limitado de alunos, e professoras especializadas (maravilhosas) aplicando o conteúdo de acordo com o tempo e velocidade de aprendizagem de cada aluno, por todo período pedagógico. Ali ela é de fato estimulada a testar e ultrapassar suas barreiras.

MINHA ESCOLHA não poderia ter sido mais feliz, porque ali encontramos tudo que ela necessita para seu desenvolvimento cognitivo, para preservar e elevar sua autoestima e, principalmente, adquirir os saberes.

Claro que sentiria ainda mais satisfação se não tivesse (ainda, 5 anos passados) que ficar “justificando” para tanta gente que continua questionando – e criticando – a minha opção. É, de fato, PRECONCEITO, essa abordagem contra as famílias de PCDs que optam pela Educação Especial, e DESRESPEITO com todas as pessoas que compõem estes ambientes acolhedores e de tanto sucesso. Porque o maior erro desta IDEOLOGIA ELITIZADA (porque não reflete as necessidades da maioria, mas incute uma ideia de que é o melhor para todos) é NÃO ENXERGAR que a DIVERSIDADE entre as PcDs, que estão na Educação Especial, é tão contundente e salutar quanto em qualquer outro ambiente. E principalmente que, tanto na Educação Especial Exclusiva quanto no Ensino Regular, TODOS, sempre, têm algo a ensinar ou aprender com o próximo, desde que estejam prontos e dispostos a absorver.

Fica aqui minha dica para as famílias de PCDs que vivenciam dor e sofrimento no ensino regular, para que “CONHEÇAM e EXPERIMENTEM” as opções, analisem por si próprios... Tomara que sejam tão felizes quanto todos que eu conheço que permanecem em escolas ou salas de Educação Especial “APRENDENDO” de verdade e com muita alegria.

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