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Entre palavras e realidade!

Denilze Lourenço - Mãe da Bárbara, conselheira eleita do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Condefi) e ativista de apoio às famílias de PCDs

Denilze Lourenço

19/10/2021 - terça às 16h37

Para que tanta discussão sobre capacitismo, assistencialismo, retrocesso, inclusão (SQN), impacto das palavras do ministro, preconceito...

Por que tanta preocupação com o que se diz, quando o que as famílias de PcDs necessitam mesmo é de ações.

Prejudica-nos muito mais a falta de atitudes da sociedade e governos do que o discurso politicamente correto.

Seria muito mais proveitoso se acabassem com as falácias e tentassem ao menos diminuir as barreiras que formam o abismo entre a PcD e a VERDADEIRA INCLUSÃO.

Oferecer o mínimo essencial para as PcDs na infância e adolescência:

- Ensino real e de qualidade - não apenas matricular e fingir que está integrado - sem sequer ele tenha chance de absorver o conteúdo pedagógico.

- Terapias aplicadas corretamente de acordo com as necessidades e especificidades da criança e adolescente com deficiência - que não seja por meia hora a cada semana ou 15 dias, como é comum na rede pública, por apenas seis meses, para que haja rotatividade na fila que tem prazo de dois anos para atendimento.

- Tratamentos médicos essenciais.

- Acompanhamento psicossocial de fato e de direito.

- Programas de integração para jovens e adultos.

- Projetos de desenvolvimento profissional e/ou empreendedorismo.

Há tanto a se fazer, e muito menos a se falar. E pouquíssimos entes nos governos e/ou sociedade de fato envolvidos com o objetivo de garantir o necessário.

Nenhuma família de PcD gosta de peregrinar pela cidade (ou cidades) em busca dos atendimentos essenciais para o melhor desenvolvimento da criança.

Quando não há renda familiar suficiente para proporcionar uma rede de apoio mínima essencial, não resta outra alternativa a não ser cobrar do governo o que a LEI garante como direito essencial, reconhecido pelos Direitos Humanos das Nações Unidas, mas que não está ao alcance da grande maioria. Nem com muita luta.

Então, é triste ler/ver por aí que alguns pseudo-especialistas elitizados (que podem proporcionar aos seus as condições necessárias para o melhor desenvolvimento) apontem os dedos em riste para seus pares menos abastados, acusando-os de capacitistas, porque deveriam investir em preparar seus filhos para não dependerem de benefícios governamentais...

Eu que não lute pela minha filha!

Eu que não ensine a tantas mães menos informadas sobre seus direitos!

Nós que não gritemos por aí! Ainda que venha a rouquidão!

Cansada de ouvir o tal discurso decorado com aquelas palavras que insistem em alardear como sendo ideal, mas que, para a imensa maioria, não quer dizer nada!

Paa garantir um futuro melhor em um mundo inclusivo de fato, há que se falar menos e fazer mais por quem necessita, luta muito, mas não consegue alcançar.

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