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VIRALIZOU NAS REDES

Elizandra Cândido, a Eli Laços, viraliza com post sobre trabalho como motorista particular

A artesã, que agora também é motorista, fez um texto bem humorado para divulgar e encontrar novas passageiras

Por Lucas Campos - Redação BS9

01/03/2022 - terça às 10h39

Eli diz que não esperava que o post tomasse a proporção que tomou - (foto: arquivo pessoal)

“Comecei a fazer esse trabalho porque precisava ganhar dinheiro e sair de casa. Foi uma forma de me reinventar”. É assim que Elizandra Regina de Cândido, de 47 anos, moradora do bairro Catiopoã, em São Vicente, descreve o início de seu trabalho como motorista.

Durante a pandemia, ela percebeu que pessoas como a avó dela precisavam de quem as levassem para fazer compras no mercado e fazer exames. E outras, como as amigas da filha, precisavam de alguém de confiança que as buscassem em festas. E, assim, passou a cobrar pelas corridas que fazia.

Com o tempo, veio a ideia de fazer uma postagem bem humorada nas redes sociais para divulgar este trabalho. E deu certo: até o momento, ela já conta com 4 mil curtidas e mais de 6 mil compartilhamentos.

“Não escrevi o texto sozinha. Peguei esse texto que tinha visto e criei outras partes. Então, fiz um texto em cima do outro”, relata Eli, como gosta de ser chamada.

E, depois da postagem, que foi no sábado, dia 26, ela conta que o telefone não para de receber mensagens e ligações. Já teve, inclusive, propostas para elaborar postagens de outras pessoas.

“Tem sido incrível! Estou adorando isso! Viralizou muito! Mas, na verdade, eu faço isso para ajudar outras mulheres, para que elas se empoderem e tenham outras atitudes”.

Eli diz que não esperava que o post tomasse a proporção que tomou. No Facebook, ela já tinha um certo reconhecimento por conta da página Eli Laços, que já tem um bom alcance. Porém, o tamanho que tomou foi além do imaginado.

“A procura pelo meu trabalho como motorista aumentou muito com toda essa repercussão. Meu telefone não para!”

Por conta da proporção que o post tomou, ela pensa, inclusive, em investir na produção de postagens neste mesmo tom, talvez até produzindo marketing para outras pessoas. Já recebeu, inclusive, outras propostas. Mas, não cogita largar nenhuma de suas outras funções.

A artesã e motorista diz que consegue conciliar todos os trabalhos por não trabalhar para um aplicativo em específico. Ela monta seus horários de acordo com a demanda e só faz corridas com hora marcada. E tem uma agenda extensa de possibilidades: pode levar pessoas por toda a Baixada Santista, litoral sul e litoral norte. 

Além do fato de ajudar na mobilidade de quem a contrata, Eli também se torna um ombro amigo para as passageiras. Uma das frases em sua postagem é que quem não pode pagar um psicólogo, pode buscá-la para desabafos durante as corridas. E essa tem sido uma das coisas que mais gosta de fazer.

“Muita gente me procura para desabafar e buscar conselhos. Estou amando essa função de escutar as pessoas”.

 

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Posted by Eli Laços on Saturday, February 26, 2022

Viradas na vida
A vontade de se tornar motorista veio da tristeza que a pandemia trouxe, principalmente por ter prejudicado muito o seu trabalho com a venda de laços para crianças, que criou em 2014. Isso porque a maior parte das vendas era feita em shoppings e portas de escolas. 

Aliás, a criação do Eli Laços também veio a partir da necessidade de dar uma nova guinada na vida. Após se separar do marido, Elizandra percebeu que precisaria se reinventar. Começou vendendo os laços na porta da escola da filha e, aos poucos, a demanda foi crescendo e chegou até a produzir figurinos. 

Só que com o fechamento dos comércios e escolas, ela precisou virar a chave mais uma vez e passou a realizar pesquisas de campo para uma empresa especializada. Este trabalho a ajudou, porém, sempre dependia de que outras pessoas a chamassem para realizar.

Além disso, Eli também investiu em um disk-lanches. Mas, mesmo assim, se viu dependendo de que algum motoboy fizesse as entregas para ela. E não era isso que estava buscando. Queria alguma atividade que dependesse apenas dela.

“Vi meu carro na garagem. Eu sem dinheiro para colocar gasolina, mas também sem pretensão de vendê-lo. Então, decidi trabalhar”. 

Essa nova virada na vida profissional aconteceu no final de 2021. E ela reforça que, desde o início, o foco foi ajudar as mulheres. 

“Elas não saem de casa, têm medo de motoristas homens, ficam constrangidas, eles cancelam a corrida. Comigo não tem cancelamento! E os meus valores não são os mesmos dos aplicativos”.
 

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