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Muito além do que superar o medo da agulha: A utilização de adesivos para a pele na vacinação contra COVID-19

Ana Paula Nunes Viveiros Valeiras - Doutora em Ecologia e Saúde Ambiental, especialista em saúde pública e chefe do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos

Ana Paula Viveiros Valeiras

22/12/2021 - quarta às 17h55

Um novo estudo sobre a aplicação alternativa para as vacinas contra a Covid-19 tem sido alvo de comentários nos meios científicos e da sociedade mundial.  Além dos pesquisadores das Universidades americanas de Pittsburgh, da Universidade Carnegie Mellon, da Universidade Stanford e da Universidade da Carolina do Norte, os pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, também estudam a possibilidade de produzir uma vacina adesiva. Portanto, a utilização de injeções, para aplicar o imunizante não seria mais necessário e a vacinação poderia ser aplicada por meio de um adesivo para a pele.

Mas, você sabe como isso funciona? A ciência tem avançado muito tanto na área médica, como na farmacêutica e, o uso de adesivos já é utilizado na área da saúde. Existem adesivos anticoncepcionais, adesivos de reposição hormonal, adesivos de nicotina e até de insulina.  E essa tecnologia, em relação a vacina contra COVID 19, segue as mesmas características

O adesivo é formado por microagulhas impressas em 3D alinhadas em um adesivo de polímero, o dispositivo de um centímetro tem tamanho suficiente para atingir a pele e se dissolver no órgão. A via de administração é realizada pela aplicação do adesivo na pele, sendo assim absorvida através da circulação sanguínea. Isso porque a pele está cheia de células do sistema imunológico que são o alvo dos imunizantes. A rede de células imunes especializadas que está na camada superior da pele, formam uma barreira contra bactérias e vírus. Assim, a penetração e a entrada na corrente sanguínea acontecem sem a necessidade de injeções.

No caso das vacinas para COVID 19, o imunizante que está sendo desenvolvido, pelos pesquisadores da Universidade do Texas, é o HexaPro. Apesar de estar ainda em fase de testes clínicos e terem sido testadas apenas em camundongos e já ofereceu uma resposta imunológica intensificada. Também já se mostrou resistente a altas temperaturas e se manteve estável por cerca de um mês no adesivo cutâneo quando armazenada em uma temperatura de 25 ºC. Além disso, segundo os pesquisadores, em comparação com as vacinas tradicionais. Os pesquisadores acreditam que uma dose menor pode ser suficiente para gerar uma eficácia semelhante à de uma vacina administrada com agulha/seringa e o custo é bem menor para produzi-las. 

Em relação aos resultados analisados, os roedores que receberam apenas uma dose ficaram protegidos, pois não apresentaram a doença quando expostos ao vírus e os que receberam as duas doses tiveram uma produção alta de anticorpos. Esse resultado é considerado bastante otimista e animador, pois demostra que houve eficácia dessa vacina.

Outras vantagens são descritas em relação a esse novo tipo de vacina.  Uma delas é que poderá ser armazenada em temperatura ambiente e, possivelmente, espera-se maior adesão do paciente à vacinação, pois além da aplicação ser indolor (sem a utilização de agulha), não é um procedimento invasivo. Outra vantagem que pode ser destacada é que muitas vezes há a dificuldade da obtenção de insumos (seringas, agulhas) pelos serviços de saúde e o adesivo também iria amenizar essa condição.

Os cientistas relatam que essa nova vacina adesiva poderá ser muito útil no futuro, mas é necessário expandir essa tecnologia e isso requer muito estudo, investimento, logística e orientações.

Segundo as Universidades, a previsão é de que no primeiro semestre de 2022 sejam iniciados os testes em humanos. Agora, é aguardar os novos resultados e seguirmos com fé e esperança. Com certeza venceremos.

 

Foto: Reprodução/University of North Carolina at Chapel Hill, 2021.

 

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal BS9

 

 

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