Matemática em foco na rede estadual de ensino de São Paulo

Por Renato Feder, secretário da Educação do Estado de São Paulo

A educação de qualidade é construída com planejamento, inovação e foco em resultados. Em São Paulo, desde o início desta gestão, promovemos uma transformação no ensino e na recuperação da aprendizagem da matemática. A disciplina, historicamente vista como um desafio para muitos estudantes, tem ganhado protagonismo na sala de aula da rede estadual com ações concretas e inéditas, que já começam a refletir em resultados.

Em 2024, uma nova matriz curricular garantiu a ampliação da carga horária do componente com aumento de até 70% conforme o ano/série de escolas da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP). A decisão se apoia em evidências que mostram a importância da prática e do contato contínuo com os conteúdos para consolidar o aprendizado. Na 3ª série do Ensino Médio, o número de aulas semanais subiu de duas, em 2023, para seis neste ano letivo. No mesmo movimento, incluímos à grade aulas de educação financeira para os alunos a partir do 6º ano do Fundamental. A matéria é sucesso na rede e mostra para o estudante, de forma prática, a importância da matemática para uma vida financeira saudável.

Inédita na história da Seduc-SP, a Olimpíada de Matemática das Escolas Estaduais de São Paulo (OMASP) foi criada para valorizar o talento dos estudantes e despertar o gosto pelos números. Mais de 760 mil alunos participaram da primeira edição e 127 mil do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e das três séries do Ensino Médio em todo Estado garantiram medalhas de ouro, prata e bronze. Em 2025, uma nova edição está em curso e a expectativa é, mais uma vez, reconhecer o desempenho de jovens de todas as cidades paulistas. 

A ação se soma às chamadas "aulas olímpicas" — encontros semanais voltados à resolução de problemas desafiadores, que promovem o raciocínio lógico e o pensamento crítico. Desde março, 156 unidades reúnem mais de 10 mil com aulas preparatórias de matemática e suas tecnologias ministradas por professores da rede estadual.

As iniciativas vêm acompanhadas de resultados. O Saresp 2024 apontou uma evolução no desempenho da disciplina. Trata-se de um indicativo importante de que os caminhos adotados estão produzindo impacto real na aprendizagem. A rede registrou avanço no percentual de alunos nos níveis adequado e avançado em classes do 2º, 5º e 9º ano do Fundamental entre as duas últimas edições do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp). Destaque para o 2º ano, que saiu de 42,1 para 64,2 o percentual de estudantes nos melhores níveis de aprendizagem.

Outro avanço estratégico foi a implantação de plataformas online dedicadas ao estudo e também a integração entre os conteúdos físicos (materiais impressos) e digitais. A partir deste ano, os professores contam com um planejamento pedagógico unificado, que articula todos esses recursos e facilita o trabalho em sala de aula, a partir de  estratégias únicas de ensino aos diferentes perfis de aprendizagem.

A Secretaria da Educação também investiu em programas que atendem a recomposição das defasagens educacionais. O Aluno Monitor do BEEM (Bolsa Estágio Ensino Médio) é um exemplo disso: estudantes com bom desempenho auxiliam colegas com dificuldades e assim fortalecem o protagonismo estudantil. Atualmente, quase 8 mil estudantes monitores apoiam colegas nas aulas da disciplina orientação de estudos de matemática — agora obrigatória no currículo do 9º ano do Fundamental e 3ª série do Médio. Paralelamente, 500 professores tutores atuam diretamente com grupos de alunos dos anos finais da Fundamental que necessitam de apoio contínuo, com foco na atenção individualizada.

Nosso compromisso é oferecer uma educação pública que respeite o potencial de cada aluno e que reconheça a matemática como um dos pilares para o desenvolvimento integral. Sabemos que os desafios são grandes, mas os resultados já alcançados nos mostram que São Paulo está na direção certa.