A SUA RUA
Militar argentino liderou campanhas decisivas na independência da Argentina, do Chile e do Peru, e é lembrado como um dos grandes heróis da América do Sul
Robson de Castro
01/09/2025 - segunda às 10h58
José de San Martín nasceu em 25 de fevereiro de 1778, na pequena cidade de Yapeyú, no atual território da Argentina. Filho de um oficial espanhol, foi enviado ainda jovem para a Europa, onde iniciou sua formação militar. Serviu por mais de duas décadas no exército espanhol, lutando em diversas campanhas na Europa, antes de tomar uma decisão que mudaria o rumo da história sul-americana: abandonar a Espanha e se unir à luta pela independência de sua terra natal.
Em 1812, San Martín retornou ao então Vice-Reino do Rio da Prata e rapidamente ganhou destaque no movimento revolucionário. Em poucos anos, tornou-se um dos principais comandantes das forças patriotas. Seu plano estratégico mais notável foi o audacioso Cruce de los Andes, em 1817, quando liderou um exército através da cordilheira com o objetivo de libertar o Chile do domínio espanhol. A manobra, considerada uma das mais brilhantes da história militar da América Latina, culminou na vitória na Batalha de Chacabuco.
Após consolidar a independência chilena, San Martín voltou seus esforços para o Peru, o bastião final do poder colonial espanhol na América do Sul. Em 1821, entrou em Lima, proclamou a independência do país e assumiu o título de Protetor do Peru, governando com poderes amplos, mas temporários. Apesar das conquistas, sua posição política começou a enfrentar resistência, e ele optou por um gesto que marcou seu caráter: encontrar-se com Simón Bolívar, líder das campanhas no norte do continente, para discutir o futuro da libertação sul-americana.
O encontro entre San Martín e Bolívar ocorreu em 1822, em Guayaquil, atual Equador. Embora não haja registros oficiais da conversa, o resultado foi claro: San Martín renunciou ao poder e se afastou da cena política, deixando o campo livre para Bolívar completar a libertação do Peru.
Após a renúncia, San Martín se exilou na Europa, onde viveu discretamente na França até sua morte, em 17 de agosto de 1850, na cidade de Boulogne-sur-Mer. Suas contribuições, no entanto, permaneceram gravadas na história da América do Sul. É homenageado como o Pai da Pátria na Argentina, herói nacional no Chile e libertador no Peru.
San Martín é lembrado não apenas por sua habilidade como estrategista militar, mas por sua ética, sua renúncia ao poder pessoal e seu compromisso com a causa da liberdade. Sua trajetória é símbolo de coragem, sacrifício e visão continental.
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