SAÚDE
Universidades locais, por meio dos estudantes e preceptores dos cursos da área da Saúde, também atuarão no enfrentamento da tuberculose
Da Redação
04/07/2025 - sexta às 17h13
Para enfrentar a tuberculose, é necessária uma ação ampla, com a participação de todos. Nessa linha de raciocínio, o secretário de Saúde Fábio Lopez anunciou, nesta sexta-feira (4), novas estratégias de combate à doença, que já estão em andamento, e ainda novidades para 2026, em parceria com o Departamento de Políticas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Depods), integrado ao gabinete do prefeito Rogério Santos.
O vereador Marcos Caseiro, que é médico infectologista, apresentou ainda outras propostas para o combate e o controle da doença, além de representar a Câmara Municipal, parceira desta iniciativa.
Universidades locais, por meio dos estudantes e preceptores dos cursos da área da Saúde, também atuarão no enfrentamento da tuberculose. As ações nas quais a parceria se dará serão propostas pela Secretaria de Saúde (SMS).
Os anúncios foram feitos durante capacitação sobre tuberculose a médicos e enfermeiros da rede de saúde, realizada na Coordenadoria de Controle de Doenças Infectocontagiosas (CCDI).
NOVAS AÇÕES
O secretário de Saúde, Fábio Lopez, destacou que o enfrentamento à tuberculose em Santos será "contínuo; não aguardaremos datas específicas de calendário para anunciar novas estratégias. Serão implementadas na rotina gradativamente", informou, ao lado da secretária-adjunta de Saúde, Paula Covas.
Uma das principais preocupações em Santos é a quantidade de pessoas que abandonam o tratamento antes dos seis meses de terapia, que é o tempo mínimo de tratamento. Para melhorar a adesão dos pacientes, que devem tomar a medicação em jejum de forma assistida nas unidades, passará a ser oferecido um lanche.
Outra estratégia voltada ao aprimoramento das políticas públicas de combate à tuberculose será a investigação detalhada de cada caso de abandono de tratamento, que resultará em um estudo, capitaneado pela CCDI, por meio do Ambulatório de Tuberculose do Município.
A enfermeira Luize Juskevicius, responsável pela vigilância da tuberculose, enumerou os elementos que constarão do questionário, cuja aplicação já foi iniciada. "É importante sabermos se o paciente tem residência fixa; se as pessoas com que mora foram examinadas; se trabalha, porque às vezes é mais fácil tomar a medicação em uma unidade perto do local de trabalho; se faz uso de álcool ou drogas; se a unidade fez visita domiciliar para trazer essa pessoa de volta; se deram alternativas para a continuidade do tratamento assistido; a quantidade de consultas comparecidas e de faltas, e se o paciente justificou a interrupção do tratamento".
TRATAMENTO ATÉ O FIM
O vereador Marcos Caseiro, que é médico infectologista, passará a percorrer as policlínicas santistas, de forma a sensibilizar toda a equipe em relação ao enfrentamento da doença em todas as fases da tuberculose. "O combate à tuberculose se baseia em um tripé: busca do sintomático respiratório, aquela pessoa com tosse há três semanas ou mais; garantia de tratamento até o fim, sem abandono, e administração de medicamentos a pessoas que tiveram contato com a pessoa infectada, com o objetivo de prevenir o desenvolvimento da doença ou reduzir a sua incidência", relaciona.
O secretário Fábio Lopez pontuou ainda que serão desenvolvidas ações também para sensibilizar pacientes e profissionais da saúde suplementar para a tuberculose. "Ainda há o estigma de que a tuberculose é uma doença que afeta apenas pessoas de baixa renda, o que não é verdade".
RESPONSABILIDADE DE TODA A PREFEITURA
A partir de 2026, algumas secretarias municipais e autarquias terão metas relacionadas ao enfrentamento da tuberculose para cumprir no Programa de Participação Direta nos Resultados (PDR). A ação reafirma o compromisso da Administração Municipal em, cada vez mais, utilizar a transversalidade para tratar dos principais desafios de gestão pública, otimizando o fluxo de informações entre as secretarias.
O cumprimento das metas impactará, consequentemente, na incidência da tuberculose em Santos - um dos indicadores dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, programa da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual a Prefeitura de Santos é signatária.
O próximo passo será a SMS definir as metas em conjunto com as outras pastas, Depods e Ouvidoria, bem como as estratégias de colaboração dos universitários.
A DOENÇA
A tuberculose é causada por bacilos, sendo a mais comum a Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. Esses bacilos são transmitidos de uma pessoa a outra, por meio de gotículas expelidas na tosse, fala ou espirro pela pessoa infectada e inaladas desses aerossóis.
COMO RECONHECER
O principal sintoma da doença é a tosse persistente por três semanas ou mais, seca ou com secreção. Podem aparecer ainda febre durante o período da tarde, suor noturno, emagrecimento e falta de apetite.
A recomendação é sempre que houver tosse persistente há pelo menos três semanas, a pessoa desconfie de tuberculose. Para ter o diagnóstico, basta ir à policlínica de referência do local de moradia e conversar com a equipe técnica – não é necessário agendamento de consulta.
Após avaliação, será colhida secreção (escarro) em um pote estéril. Essa amostra será encaminhada para análise laboratorial. Havendo confirmação da hipótese diagnóstica, o tratamento, com duração de pelo menos seis meses, é iniciado imediatamente.
É importante realizá-lo corretamente até o fim. Caso seja interrompido antes do previsto, a doença não terá sido efetivamente combatida, haverá recidiva, que tende a se tornar resistente ao medicamento anteriormente utilizado, havendo necessidade da adoção de uma nova terapia.
PREVENÇÃO
A vacina BCG, que combate a tuberculose, deve ser administrada aos recém-nascidos nos primeiros dias de vida. Nas maternidades municipais Silvério Fontes e Estivadores, os bebês recebem essa dose de proteção antes da alta.
É importante manter os ambientes arejados, pois o bacilo é sensível à luz solar e a circulação do ar dispersa as partículas infectantes. Pessoas com suspeita de contaminação ou caso confirmado da doença devem usar máscaras até que o exame indique que o paciente não possui risco de transmissão. Pessoas imunossuprimidas são mais vulneráveis à infecção da tuberculose.
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