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Não tinha como dar certo

Valter Batista - Professor de Geografia e História, especialista em Gestão Pública, Escolar, Neurociência e Psicopedagogia

Valter Batista

20/10/2021 - quarta às 16h38

Era possível imaginar que o país estaria pior, após praticamente três anos do governo Bolsonaro. Durante o processo da disputa eleitoral que o elevou à condição de presidente, através de um processo em que a Democracia foi acintosamente violentada pelas farsas conduzidas na Operação Lava-Jato, já se via que "de onde nada se espera, daí é que não sai nada mesmo".
 
Planos para a economia, dizia não saber, mas nas mãos de Paulo Guedes, seria implantado um Estado mais eficiente e liberal, com o agronegócio valorizado, amarras de proteção ambiental desfeitas, apoio para a ampliação de atividades de garimpo e mineração, e privatizações, reformas tributária e trabalhista, além de foco no comércio ampliado com Estados Unidos em detrimento da China.
 
Não tinha como dar certo! Paulo Guedes enxerga um Brasil que não existe, em que viajar de avião e acesso à Universidade devem ser privilégio de poucos, e a garantia de futuro dos assalariados deveria ser assentada com investimentos na Bolsa de Valores, como se os trabalhadores brasileiros tivessem mesmo essa sobra de recursos para aplicar.
 
Em sua agenda, o amanhã resolverá tudo. No horizonte de seu planejamento o futuro é de céu azulado e sem turbulências. "O Brasil vai voar alto". "Podem acreditar", ele costuma dizer. A Pandemia escancarou de vez seus equívocos, quando previa que um auxílio emergencial de duzentos reais seria suficiente para atender às famílias desamparadas pela crise da Covid-19. Não fosse a atuação aguerrida da oposição no Congresso, aliada à pressão popular que clamava por ajuda, estaríamos ainda piores, neste momento de aumento da pobreza e da fome para milhões de brasileiros desempregados, que foram amparados pelo auxílio emergencial.
 
Ao ver a fila de pessoas disputando ossos no "bota fora" de um mercado, o sentimento de desespero nos toma por completo. Enquanto os preços aumentam, o PIB não cresce e o desemprego persiste, a esperança desvanece, e a certeza de que tudo isso era previsível, se reforça. O Brasil não é para amadores. O país precisa de políticas públicas de proteção social, de investimentos públicos para fomentar o desenvolvimento, de um Estado forte e protetor dos mais vulneráveis, mas, principalmente, de uma gestão séria e competente. Não essa, capitaneada por um investidor especulativo que esconde sua riqueza em paraíso fiscal, bravateiro dos piores e filhote da Ditadura mais sanguinária da América Latina, o Chile de Pinochet, que até hoje paga alto preço pelos equívocos na condução de suas políticas sociais e previdenciária.

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