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Felipe Pupo - Professor de História e profissional da área da comunicação, com ênfase no trabalho voltado à Política, Esporte e Educação

Felipe Pupo

26/08/2021 - quinta às 16h08

Após um início promissor, o técnico Fernando Diniz enfrenta fortes críticas em relação ao seu trabalho no comando do Santos FC. A equipe foi eliminada na Copa Sul-Americana, de forma vexatória, e caiu vertiginosamente no Campeonato Brasileiro, o que reacendeu o alerta contra a ameaça de rebaixamento.
 
Mas, antes de avaliar o desempenho do comandante, é necessário ponderar a situação do clube nos últimos meses. Com um elenco limitado, o Peixe sofreu com a saída de jogadores importantes, como Luan Peres e Kaio Jorge, além da lesão de Marinho na reta decisiva. E, sem condições de "atacar" o mercado e contratar jogadores de ponta, a diretoria conseguiu apenas reforçar o elenco com algumas apostas, como o meia Vinicius Zanocelo, que não teve uma sequência de jogo e apresentou uma atuação modesta até o momento.

Em uma tentativa de mudar a sorte do clube nesta temporada, a diretoria arriscou lances mais ousados com a contratação de atletas mais tarimbados, como Léo Baptistão e Diego Tardelli, que têm potencial para melhorar a qualidade técnica do time. Mas ainda não se sabe qual será o período de adaptação dos reforços ao futebol brasileiro.

Enquanto os reforços não entram em campo, o Alvinegro luta para se manter vivo no Brasileiro e tentar uma sorte maior na Copa do Brasil, no duelo contra o Athletico/PR, válido pelas quartas de final da competição. As perspectivas do Santos não são favoráveis no curto prazo. Na Copa do Brasil, ainda que se classifique, terá pela frente concorrentes de peso, como Flamengo, Atlético/MG e São Paulo.
 
Mesmo com todas as ressalvas, Diniz não vive o seu melhor momento. O treinador apresentou um repertório limitado e fracassou nas tentativas de implantar o seu modelo de jogo na equipe. O rendimento do Alvinegro mostra que o sistema de jogo é incompatível com a realidade técnica dos seus comandados.

O Santos é um time que busca ter o controle do jogo com a posse de bola e intensidade na marcação nos primeiros minutos da partida. No entanto, a equipe demonstra enormes dificuldades para converter o domínio da bola em chances reais de gol. Ao mesmo tempo, o sistema defensivo é lento na recomposição e falha em todos os jogos. Resultado: o Santos castiga pouco o adversário e sofre muitos gols.
 
Diniz testou, sem sucesso, o jogador Marcos Guilherme como centroavante – ou falso 9 -, o que serviu para limitar ainda mais o poderio ofensivo da equipe.
 
Já no Brasileirão, o Peixe oscila com um desempenho sofrível nas últimas rodadas. Em termos de classificação, a equipe desfila em uma corda bamba, em uma zona intermediária, que é próxima da vaga para a Libertadores, mas que não ostenta margem de segurança contra a zona de rebaixamento. Se continuar nessa toada, o Alvinegro deve virar o primeiro turno brigando na parte debaixo da tabela.
 
E como fica o trabalho do Diniz? Em colunas anteriores, eu cheguei a enaltecer a atuação do treinador, que conseguiu implantar um padrão de jogo e organizar o time. Porém, o Santos estagnou e tem caído pelas tabelas.
 
Entendo que a principal missão do Santos, nesta temporada de reconstrução, é a manutenção do time na série A. Se a equipe continuar patinando dentro de campo, a saída do treinador será inevitável. Em caso de demissão, eu lamentaria profundamente mais um fracasso na carreira do Diniz, um técnico que tem uma proposta de jogo ofensiva (uma raridade no futebol retranqueiro dos dias atuais), mas que não abre de suas ideias de jogo, mesmo quando elas são refutadas pelos resultados dentro de campo.
 
O Santos deve reagir enquanto é tempo.

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