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Guerra e Paz

Helquemim Maber - Professor e diretor do Villa Mondo Espaço Cultural

Helquemim Maber

08/03/2022 - terça às 00h00

Se eu tivesse a sorte e se existisse o gênio da lâmpada e me oferecesse a realização de um só desejo, eu  o teria na ponta da língua.
Tolstói, um dos maiores escritores russos, grandioso como tantos russos e russas  de nossos dias, conseguiu através de sua obra narrar de modo primoroso as questões existenciais sobre a essência do homem, o significado da vida, do amor, da felicidade e da morte, em meio ao período de guerra.

Escreveu de um modo tão convincente, com tanto poder artístico, e sem romantizar nenhum dos lados que se todos lessem o mundo seria extremamente diferente.

Sim, estou falando sobre guerra. 

Mas a maior delas ocorre diariamente e bem do seu lado, e nem quero agora citar a guerra que acontece todos os dias dentro de você mesmo que está lendo.

Se posso dar exemplos, coloque sua impressão sobre algum acontecimento em uma rede social. Começará a guerra. Anuncie em seu meio de comunicação que o Brasil só tem crescido, esquecendo-se por um minuto quanto está custando se alimentar. 

A data de hoje ultimamente causa guerra. Já não sei se parabenizo pelo dia internacional da mulher, ou se silencio e as reverencio em meu íntimo.

Ainda mais, tente se pronunciar em relação a Russia e Ucrânia. Não vai prestar. Você pede uma corrente de energia positiva para o fim desta história toda, mas alguém te lembrará que você não pediu luz sobre cidades afetadas pela chuva no Brasil. 

Que saudade do meu tempo de criança!

Os adultos levantavam a voz e discutiam de um modo tão organizado diante de pratos no meio da mesa que esfriavam, mas no final, a amizade era sempre a mesma.

Andrei Bolkónski, personagem de guerra e paz faz no romance uma reflexão: “A guerra não é nenhuma cortesia, é a coisa mais vil do mundo”.

Sangue, sofrimento e morte. Morte, sofrimento e sangue. 

Parei de digitar, fui até a calçada da casa que me abriga, olhei sua fachada, e somente me veio na cabeça quanto é grande a minha vontade de dar outros ares para as pastilhas azuis. 

Não consegui imaginá-la em ruínas. 

Ninguém conseguiria. Não somos feitos para os cinzas do pós guerras. 

Ao mesmo tempo não tenho dúvidas que tem gente que se diverte apertando um botão de disparada. Sou mesmo um incansável defensor de que somos todos maus, e no fundo, a única batalha válida da vida  é buscar uma versão do bem dentro de nós.

A solução estaria no gênio da lâmpada. 

Eis o meu pedido: divida todos os países do mundo em tamanhos exatamente iguais, assim como suas riquezas e tecnologias.
Após ver o sorriso de entusiasmo do gênio ainda suplicaria: não esqueça de dividir, em número exato, os idiotas de plantão!

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