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2022 ou 2020 versão 3.0

Valter Batista - Professor de Geografia e História, especialista em Gestão Pública, Escolar, Neurociência e Psicopedagogia

Valter Batista

20/01/2022 - quinta às 11h52

Quando chega um ano novo o que mais se ouve é sobre felicidade. Um ano próspero, com saúde, paz, alegria e realizações foi o que mais ouvi e o que mais desejei a quem cumprimentei. E este 2022 é mais um ano de tempestade perfeita. Tem eleições, Copa do Mundo e a versão 3.0 da Pandemia de Covid-19.
 
Se lá em 2020 não sabíamos muito bem o que enfrentaríamos e fizemos previsões de todos os tipos, passados mais de vinte e quatro meses dos primeiros casos e mortes por essa doença, o que temos é um cenário desolador.
 
Eu costumo observar os anos pós-Bolsonaro com um enorme desprezo, uma terrível dor e muita desilusão. As portas que se abriram parecem ter ligação com as trevas em relação a muitos temas. Mais armas circulando, políticas sociais maltratadas, questões sociológicas relegadas a uma condição secundária, economia desacertada, em nome de um movimento que se diz em prol da família e da Pátria, como se isso realmente fosse mais relevante do que sobrevivermos com dignidade, diante de um momento tão crítico como este que estamos enfrentando.
 
Voltamos a ver uma maior circulação de pessoas na nossa Baixada Santista em virtude da temporada de verão, e os costumes que se esperava que fossem alterados, com mais máscaras e menos aglomerações, seguiram como antes. A vacinação da maioria da população adulta parece ter nos concedido imunidade total. A redução da testagem e a despreocupação com os sintomas de síndrome gripal são a bomba relógio que estava armada para um novo ciclo de contágios e riscos para a saúde pública e a economia. Sim, uma caminha junto da outra e isso está muito claro. Sem saúde não há economia que resista.
 
Voltaremos às aulas em alguns dias e a tendência de ampliação do número de casos é um fato que vamos comprovar. E é fundamental que a gente compreenda que se dá praia, tem que dar escola cheia de alunos também. Não podemos mais ignorar que o grande problema da Pandemia é a gestão lenta e conspiratória das Políticas e um embate maluco entre os que compreendem que os caminhos são os que a ciência nos ensina, em contraponto com aqueles que seguem negando a realidade.
 
Não enxergo que estejamos saindo melhores da Pandemia, talvez até tenhamos aprendido muito com o sofrimento, tanto como podemos ser melhores pessoas, quanto como devemos nos proteger de muitas pessoas que se mostram humanos do pior tipo.
 
Os desejos para um ano realmente novo precisam ser repetidos, com fé, crença em dias melhores, resistência crítica a tanta barbaridade e resiliência, mas acima de tudo, com atitudes que nos permitam reorganizar a sociedade para uma direção que não seja a das trevas. Se há caminhos, isso também passará pela decisão de cada um dos eleitores deste país no final do ano. Consciência do que vivemos hoje, memória do país que já tivemos e esperança em dias melhores.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal BS9
 

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