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Ministro defende volta da temporada de cruzeiros

Novas operações nos portos brasileiros foram suspensas até o dia 21 de janeiro

Por Marianna Holanda, Mateus Vargas e Raquel Lopes, da Folhapress

04/01/2022 - terça às 10h10

Temporada de cruzeiros tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 - Freepik

O ministro do Turismo, Gilson Machado, defende que sejam afrouxadas as regras de controle da Covid-19 em viagens de cruzeiros para permitir a retomada das embarcações. A CLIA Brasil, associação que representa as companhias de navios de cruzeiros no país, anunciou a suspensão das novas operações nos portos brasileiros até o dia 21 de janeiro.
 
Machado afirma que o governo deveria adotar protocolo mais brando para a variante ômicron, que, na leitura do ministro, não gera tanto impacto como outras formas do vírus.

"É preciso adequar (a portaria) com a ômicron, porque ela não está gerando pressão nos hospitais. Mas a palavra é do ministro da Saúde. Eu torço para que haja esse entendimento", disse ele à reportagem nesta segunda-feira, dia 3.
 
Estudos ainda preliminares indicam que a ômicron causa quadros menos graves mesmo em idosos, mas é mais contagiosa. Mesmo com estes dados, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pede restrições ainda mais duras e a suspensão da temporada de cruzeiros.
 
"A recomendação da Agência leva em consideração a mudança rápida no cenário epidemiológico, o risco de prejuízos à saúde dos passageiros e a imprevisibilidade das operações neste momento", afirma nota da agência publicada no domingo, dia 2.
 
A recomendação da Anvisa ainda está em avaliação no governo. Em reunião nesta segunda, representantes de ministérios decidiram não alterar as regras sobre as embarcações, ao menos por ora, sob argumento de que as próprias companhias de cruzeiros se anteciparam e anunciaram a suspensão de novas viagens.

Suspensão da temporada
As companhias de cruzeiros vão suspender suas operações no Brasil até o próximo dia 21. A decisão foi anunciada na tarde de segunda-feira, dia 3, pela CLIA (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiros). Devido aos surtos de Covid-19 registrados durante viagens nas duas últimas semanas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pediu urgência na interrupção da temporada 2021/2022.
 
No comunicado, a CLIA enfatiza que os casos consistem em "uma pequena minoria da população total a bordo". Mesmo assim, "busca alinhamento com as autoridades do governo federal, Anvisa, estados e municípios para resolver as diferenças de interpretação e aplicação das medidas previamente aprovadas com este novo cenário".
 
A Anvisa suspendeu embarques em dois navios que estão em Santos. No domingo, dia 2, o MSC Splendida não teve sua saída autorizada pela agência reguladora. E na segunda, foi a vez do Costa Diadema. Com a decisão da associação das companhias de cruzeiros, o Costa Fascinosa, que também está no porto da cidade e tinha saída programada para a noite de segunda, não irá zarpar.
 
Ainda de acordo com a nota da CLIA, a temporada poderá ser cancelada na íntegra após o dia 21 "se não houver adequação e alinhamento entre todas as partes envolvidas para possibilitar a continuidade da operação".
 
Palavra do ministro
Depois decisão do setor de suspender as atividades, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que as empresas observaram as regras do governo. "Nós tínhamos uma portaria que previa segurança para a situação dos cruzeiros e previa situações como essa de ter casos de Covid, ali já tinha todas as normativas. Se as companhias de cruzeiros estão fazendo isso, naturalmente estão observando o que diz na portaria e a segurança de quem contrata esses passeios", disse ele nesta segunda.
 
A Anvisa recomendou em 31 de dezembro a suspensão de todos os cruzeiros marítimos para a avaliação do cenário epidemiológico. A agência também suspendeu a atividade de duas embarcações que registraram surto de Covid.
 
Segundo a agência reguladora, a recomendação de interromper as viagens ocorreu por conta do aumento repentino de casos de infecção por Covid-19 detectados nas embarcações que operam cruzeiros marítimos e também por conta da variante ômicron.
 
Passageiros relataram, nas redes sociais falta de comida e limpeza em cruzeiros que tiveram atividades interrompidas por surto de Covid.
 
"Nas últimas semanas, as duas companhias de cruzeiros afetadas experimentaram uma série de situações que impactaram diretamente as operações nos navios, tornando a continuidade dos cruzeiros neste momento impraticável", disse a CLIA, em nota.
 
A entidade disse lamentar a suspensão das novas atividades e afirmou que os protocolos sanitários estavam funcionando. A CLIA também disse que a temporada de cruzeiros tinha previsão de movimentar mais de 360 mil turistas, com impacto de R$ 1,7 bilhão.

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