O QUE RELEMBRAMOS HOJE?
Artista paraibano retratou episódios marcantes da identidade nacional e consolidou-se como um dos maiores pintores acadêmicos do país.
Robson de Castro
29/04/2025 - terça às 18h08
Pedro Américo de Figueiredo e Melo nasceu em Areia, na Paraíba, em 29 de abril de 1843. Desde muito jovem, demonstrou talento incomum para as artes. Aos nove anos, participou como desenhista de uma expedição científica pelo Nordeste, e aos onze já era aluno da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Com apoio do imperador Dom Pedro II, Pedro Américo aperfeiçoou seus estudos na Europa, frequentando a École des Beaux-Arts, em Paris, e a Universidade Livre de Bruxelas, onde concluiu doutorado em Ciências Naturais. Seu conhecimento não se limitava à pintura: ele também era filósofo, escritor e professor, refletindo uma formação humanista abrangente.
A fama de Pedro Américo foi consolidada por obras que se tornaram ícones da história visual brasileira. Entre elas, destaca-se a monumental tela Independência ou Morte! (1888), que representa o grito do Ipiranga, símbolo da proclamação da independência. Outro destaque é Batalha do Avaí (1877), que retrata uma cena épica da Guerra do Paraguai com impressionante riqueza de detalhes. Também pintou Tiradentes Esquartejado, uma poderosa representação do martírio do inconfidente mineiro.
Pedro Américo também se destacou na vida política e intelectual. Foi deputado por Pernambuco em 1890 e atuou como professor de estética e história da arte. Defendia o papel da arte na educação e no progresso moral da sociedade, deixando uma contribuição teórica importante para o pensamento artístico nacional.
Faleceu em 7 de outubro de 1905, em Florença, Itália. Seu corpo foi trasladado para o Brasil e sepultado em sua cidade natal, onde sua casa foi transformada em museu. Ao longo do tempo, sua obra continuou a influenciar gerações de artistas e a inspirar debates sobre o papel da arte na formação da identidade brasileira.
O escritor Machado de Assis, em uma crônica publicada em 1888, referiu-se a ele como “um talento vigoroso, de pincel seguro e ideias elevadas”. O crítico Gonzaga Duque escreveu que Américo “fez da pintura um altar de civismo”. Já o pintor Eliseu Visconti reconheceu sua relevância histórica: “Pedro Américo deu ao Brasil uma imagem épica de si mesmo.”
A importância de Pedro Américo transcende suas telas: ele moldou, com cor e composição, a forma como o país enxerga seus próprios mitos fundadores.
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