SAÚDE
Nutrólogo alerta e ensina versão saudável
Da Redação
30/07/2025 - quarta às 14h00
A sobremesa mais viral do Brasil mistura brigadeiro e caramelo em torno de uma fruta, mas pode não ser tão inofensiva quanto parece. O Dr. Ronan Araujo explica os riscos nutricionais e ensina como adaptar a receita de forma mais equilibrada para quem não quer abrir mão do doce — nem da saúde.
Um fenômeno nacional... que vai direto pra sua glicemia
Em poucos dias, o "morango do amor" tomou conta do Instagram, do TikTok e das confeitarias de todo o Brasil. A nova versão da clássica maçã do amor combina morango fresco, recheio de brigadeiro branco e uma camada espessa de caramelo crocante e brilhante. O sucesso visual, sensorial e comercial foi tanto que confeiteiras relataram faturamentos de mais de R$30 mil em dois dias e filas com clientes oferecendo até R$50 por unidade.
Mas, no meio da empolgação estética e das crostas de açúcar, uma pergunta se impõe: o que essa sobremesa provoca no seu corpo?
O olhar médico por trás da sobremesa bonita
Para o nutrólogo Dr. Ronan Araujo, especialista em emagrecimento, longevidade e saúde metabólica, o morango do amor é mais um exemplo do que ele chama de "alimentos mascarados de saudáveis".
"As pessoas veem fruta e pensam que estão comendo algo leve. Mas na prática, esse doce é um verdadeiro pico de glicose, com uma combinação de açúcar refinado, gordura saturada e corante artificial, ingredientes que juntos disparam a inflamação, aumentam a resistência à insulina e favorecem o acúmulo de gordura visceral."
Segundo ele, para quem está em processo de emagrecimento, modulação hormonal ou controle de doenças inflamatórias como obesidade, síndrome metabólica ou lipedema, esse tipo de alimento pode ser prejudicial quando consumido em excesso ou com frequência.
"Não é um doce que vai comprometer sua saúde, mas sim o hábito repetido, disfarçado de inofensivo, que se acumula ao longo do tempo. O problema não está em um morango com cobertura, está em transformar isso numa rotina."
O excesso de açúcar e o risco silencioso
O alerta vai além do doce da vez: a Organização Mundial da Saúde recomenda que o consumo de açúcares livres não ultrapasse 10% das calorias diárias e, idealmente, fique abaixo de 5%. Uma única unidade de morango do amor pode conter até 20g de açúcar refinado, além de picos de glicemia que afetam o metabolismo e o controle de apetite.
Quando o consumo de açúcar é diário, mesmo em pequenas quantidades, ele ativa processos inflamatórios crônicos, altera a sensibilidade à insulina e compromete a queima de gordura. Isso é ainda mais preocupante em pessoas com predisposição genética, resistência insulínica ou distúrbios hormonais.
O morango do amor viralizou, encantou e tem seu lugar como sobremesa eventual. Mas a mensagem do Dr. Ronan é clara: o cuidado está na frequência, não na exceção.
Para quem está em busca de saúde, energia e equilíbrio hormonal, o mais importante não é cortar prazeres pontuais, mas fazer escolhas mais conscientes no todo. Porque, no final das contas, não é o morango que te sabota é o hábito que você repete sem perceber.
O Dr. Ronan Araujo conclui: "Meu trabalho não é tirar o prazer das pessoas. É mostrar que é possível comer bem, com sabor, mas com escolhas que respeitam seu metabolismo. Porque saúde de verdade começa com consciência e continua com boas decisões todos os dias."
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