SAÚDE-OZEMPIC
Conhecido popularmente pelo nome comercial de Ozempic, o princípio ativo semaglutida terá sua quebra de patente em 2026. Já a liraglutida (Saxenda e Victoza) perdeu a patente no Brasil em 2024.
Folhapress - Thais Porch
13/07/2024 - sábado às 09h01
Conhecido popularmente pelo nome comercial de Ozempic, o princípio ativo semaglutida terá sua quebra de patente em 2026. Já a liraglutida (Saxenda e Victoza) perdeu a patente no Brasil em 2024. - Reprodução
As chamadas canetas emagrecedoras têm se tornado cada vez mais populares. Com poucas contraindicações e sem potencial de dependência, são consideradas um fenômeno por especialistas.
Agora, com a quebra de patente de alguns desses medicamentos, a previsão é de barateamento e maior acessibilidade do tratamento de obesidade e diabetes nos próximos anos por meio de genéricos (produzidos por síntese química) e biossimilares, que são medicamentos biológicos e produzem os mesmos resultados em termos de segurança, qualidade e eficácia a outro já existente e aprovado pelas agências reguladoras.
Conhecido popularmente pelo nome comercial de Ozempic, o princípio ativo semaglutida terá sua quebra de patente em 2026. Já a liraglutida (Saxenda e Victoza) perdeu a patente no Brasil em 2024.
Conforme a Lei de Propriedade Industrial (9.279/96), patentes têm prazo de 15 anos a 20 anos, tempo contado a partir da data do pedido feito ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Depois desse período, podem ser feitas as cópias dos medicamentos livremente.
Conhecido popularmente pelo nome comercial de Ozempic, o princípio ativo semaglutida terá sua quebra de patente em 2026. Já a liraglutida (Saxenda e Victoza) perdeu a patente no Brasil em 2024.
"Esses remédios agem retardando o esvaziamento do estômago, o que aumenta a saciedade durante as refeições", afirma Milena Miguita Paulino, especialista em endocrinologia e metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). "Além disso, existe uma ação diretamente no hipotálamo para reduzir o apetite e aumentar a saciedade o que os torna muito populares no tratamento de patologias como o diabetes mellitus tipo 2 e a obesidade".
Heraldo Marchezini, diretor-presidente da empresa brasileira de biotecnologia Biomm, afirma que a companhia fechou acordos com as farmacêuticas Biocon (Índia) e Kexing (China) para comercialização de biossimilares de semaglutida e liraglutida no Brasil.
Com o término das patentes, a comercialização desses dois produtos dependem da aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e da definição do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
O preço do Ozempic praticado atualmente nas farmácias nacionais gira em torno de R$ 900 a R$ 1.367, por exemplo, e de acordo com o diretor-presidente da Biomm, "esse é um mercado que, após o fim da patente e início da comercialização, terá muitos níveis de preço".
A presença de genéricos e biossimilares de remédios que já se mostraram seguros é extremamente positivo no quesito de reduzir custos e aumentar a acessibilidade à população, especialmente diabéticos, afirma Maria Edna de Melo, endocrinologista da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade).
Ainda será uma medicação que requer mais investimento quando comparada a outros tratamentos para diabetes e obesidade mais antigos, esclarece Paulino, mas a chegada de genéricos abre um caminho necessário de tornar os tratamentos mais acessíveis.
OUTROS MEDICAMENTOS
Além dos genéricos e biossimilares, o mercado brasileiro espera receber outras marcas de canetas injetáveis e medicamentos orais em um futuro próximo.
A previsão para a chegada do Wegovy, apresentação comercial da semaglutida para tratamento de obesidade, é no segundo semestre deste ano, provavelmente entre agosto e setembro. A diferença entre as duas apresentações é que o Wegovy permite aplicações de doses maiores, necessárias para atingir maior perda de peso.
Já a tirzepatida tem aprovação pela Anvisa para tratamento de diabetes mellitus tipo 2, com nome comercial de Mounjaro. A autorização para a comercialização da apresentação para tratamento de obesidade (Zepbound) já foi solicitada à Anvisa, com previsão de liberação ao longo deste ano, esclarece Paulino.
Apesar da aprovação para uso em pacientes com diabetes tipo 2, a tirzepatida ainda não está disponível nas farmácias brasileiras. O uso por algumas pessoas no Brasil tem sido feito a partir da importação da medicação por canais específicos que trazem a medicação de países em que ela já é comercializada, como os Estados Unidos.
Ainda em fase de estudo, uma nova substância é apresentada com a promessa de ser mais efetiva do que a semaglutida usada nas canetas contra a obesidade: a amicretina.
Diferentemente dos medicamentos com as canetas injetáveis, a amicretina está em fase de testes na forma oral.
"É importante lembrar que toda a medicação deve ser prescrita por um médico e haver uma indicação. O paciente usando por conta própria pode não saber titular a dose da medicação de forma correta", explica a endocrinologista da Abeso Maria Edna de Melo.
Deixe a sua opinião
ver todos