CULTURA
A turnê destacou-se especialmente na Bolívia, onde a série foi exibida no Museo Nacional de Arte, em La Paz
Da Redação
24/12/2025 - quarta às 18h00
Em 2025, a fotógrafa santista Danielle Rosa ampliou sua atuação internacional ao levar a exposição Aquelas que Teimam para diversos países da América do Sul, onde a mostra recebeu ampla cobertura da imprensa e foi reconhecida por sua abordagem sensível e impactante sobre a resistência de mulheres brasileiras historicamente marginalizadas.
A turnê destacou-se especialmente na Bolívia, onde a série foi exibida no Museo Nacional de Arte, em La Paz. O trabalho ganhou grande visibilidade em veículos como La Razón, La Patria, La Prensa, Opinión, RC Noticias, Agencia Boliviana de Información e Noticias NCC. As publicações enfatizaram a força estética e social das fotografias, apontando-as como um importante instrumento de reflexão sobre opressão, desigualdades e persistência feminina.
A fotógrafa comentou a sensação de a exposição ter sido exibida fora do Brasil. "Essa exposição nasceu quando li um dos primeiros registros escritos sobre mulheres no território que hoje chamamos Brasil. Em 1500, ao relatar a primeira missa assistida por mais de 160 indígenas, Pero Vaz de Caminha descreveu que, entre todos, havia apenas uma mulher. A preocupação dos colonizadores foi cobrir o corpo dela com um pano. Desde esse momento inaugural, a presença feminina aparece anotada sem nome, sem características, reduzida a um corpo a ser ocultado. Assim, a história das mulheres no Brasil começou a ser escrita sob camadas de silenciamento e opressão", disse.
A repercussão ultrapassou fronteiras bolivianas e alcançou outros países latino-americanos. Portais internacionais como Swissinfo, MSN, ABC (Espanha), Yahoo Vida e Estilo, Infobae, La Conexión USA e Periodistas Ibero-Americanos ampliaram o alcance da mostra, reforçando a relevância do trabalho de Danielle Rosa no debate sobre gênero, memória e justiça social no continente. Na República Dominicana, o jornal El Periódico também destacou a chegada da exposição ao país e seu impacto cultural.
"Passaram-se séculos e ainda vivemos as consequências desse apagamento inicial. No Brasil de hoje, mulheres continuam sofrendo violências cotidianas, perseguições, agressões e mortes motivadas pelo mesmo controle, pela mesma lógica de posse e desumanização que atravessa nossa história. Falar sobre violência de gênero por meio da arte é também uma forma de enfrentar essa realidade", completou.
Com a circulação sul-americana, Danielle Rosa consolidou sua presença no cenário artístico internacional e levou a força das narrativas femininas retratadas em suas imagens a novos públicos. A exposição Aquelas que Persistem (como ficou o título em Espanhol) encontrou ressonância entre leitores e espectadores de diferentes países, evidenciando que a luta e a voz dessas mulheres transcendem fronteiras e seguem ecoando por toda a região.
"Como escreveu Mary Del Priore, "contar as histórias das mulheres serve para fazê-las existir, viver e ser". É isso que busco com este trabalho. Ver essas narrativas ressoarem em diferentes países mostra que não estamos passando por tudo isso sozinhas e que essa luta precisa ir além das fronteiras.", finalizou Danielle Rosa.
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