EDUCAÇÃO
Com mais de 150 alunos do Núcleo Ponta da Praia, de Jornada Ampliada, e da UME Florestan Fernandes (Embaré), a Tarrafinha Literária foi marcada por uma tarde de conhecimento e troca de experiências com um autor indígena, o músico, compositor, cineasta e e
Da Redação
25/10/2025 - sábado às 15h00
o público veio com um olhar mais atento e ansioso para participar da roda de conversa, realizada nesta sexta-feira (24) - Divulgação
Com mais de 150 alunos do Núcleo Ponta da Praia, de Jornada Ampliada, e da UME Florestan Fernandes (Embaré), a Tarrafinha Literária foi marcada por uma tarde de conhecimento e troca de experiências com um autor indígena, o músico, compositor, cineasta e escritor Cristino Wapichana.
Há três semanas, técnicos do Projeto Santos à Luz da Leitura estiveram nas unidades para falar aos estudantes sobre a temática, com a leitura de A Boca da Noite, livro de Wapichana que conta um pouco da infância, família, cotidiano e criatividade do povo Wapichana, originário de Roraima.
Com isso, o público veio com um olhar mais atento e ansioso para participar da roda de conversa, realizada nesta sexta-feira (24), no Teatro Guarany.
TRAJETÓRIA
Cristino Wapichana ganhou, em 2014, com 'A Boca da Noite', menção honrosa no Concurso FNLIJ/UKA Tamoios de Textos de Escritores Indígenas. No bate papo, contou um pouco de sua trajetória. "Me considero um cidadão das artes. Passei pela música, pelo cinema e agora, com 15 obras publicadas, me considero também um escritor. Quando a gente conhece as culturas, entende que cada povo tem suas tradições".
"O povo (Wapichana) tem 4500 anos de existência nos campos naturais de Roraima. Os indígenas falam mais de 274 línguas e eu penso que quando a gente entende as coisas do nosso lugar e do lugar do outro, a gente respeita! Posso dizer para todo mundo que tenho orgulho de saber como se cuida do lugar onde se vive. A terra, para meu povo, é a nossa mãe e a tratamos como uma mãe deve ser tratada. Infelizmente, a sociedade está muito distante do conhecimento da terra", explicou Cristino.
ANCESTRALIDADE
Mediada pela professora e técnica do projeto, Claudia Alonso, a atividade trata do tema que permeia o trabalho do segundo semestre do projeto, a ancestralidade e os povos originários. "Nossos alunos estão tendo o contato com um artista completo de uma etnia de povos que são o início do nosso país. Então, é uma oportunidade o contato, a vivência. Como estão preparados e foram estimulados, estão aproveitando ao máximo".
Para Isabel Tostes de Farias, 9 anos, da UME Florestan Fernandes (Embaré), o bate papo foi "bem legal e interessante". "Todo mundo estava bem animado para vir aqui, ver o que ele ia nos contar. Gostei muito da metáfora que fala do sol tomando banho no rio".
De acordo com Beatriz Alves, 9 anos, do Núcleo Ponta da Praia, a história do livro foi bem curiosa. "Contou várias sabedorias que eu não sabia. Aprendi bastante".
"Li o livro e gostei quando os meninos foram para o alto da montanha, um lugar perigoso. O povo indígena é corajoso, também cuida bem da terra onde vive e não joga lixo na natureza, como os outros povos fazem", declarou Ana Beatriz Florêncio, 10 anos, também do Núcleo Ponta da Praia
HOMENAGEM
Antes do início do bate papo, houve homenagem à artista e educadora Rita Nascimento, que faleceu há uma semana. Claudia Alonso lembrou do legado dela em mais de 20 anos de serviços prestados à educação e à frente do Santos à Luz da Leitura.
Secretaria de Comunicação e Economia Criativa
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