Academia Brasileira de Cinema anunciou hoje o filme "O Agente Secreto " para o Oscar 2026

O Agente Secreto, do diretor Kleber Mendonça Filho, foi aclamado no Festival de Cannes deste ano e conquistou os prêmios de Melhor Filme da Crítica e Melhor Ator para Wagner Moura. O filme é ambientado em 1977, durante a ditadura militar, e acompanha Marcelo, um professor de tecnologia que tenta recomeçar a vida em Recife, mas acaba mergulhado em um universo de espionagem e paranoia.

A produção é estrelada, além de Wagner Moura ("Tropa de Elite"), por Maria Fernanda Cândido ("Terra Nostra"), Gabriel Leone ("Dom"), Isabél Zuaa ("O Nó do Diabo"), Alice Carvalho ("Cangaço Novo"), entre outros artistas.

O orçamento brasileiro foi de R$ 13.001.539,92, com investimento de R$ 7,5 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), por meio da Chamada Pública Produção Cinema via Distribuidora 2023, aprovada em fevereiro de 2024.

O restante do valor brasileiro do longa – cerca de R$ 5,5 milhões - foi obtido através de negociações com o setor privado. A Ancine destaca ainda que, no momento, não há previsão de captação de recursos de leis de incentivo.

E, antes do lançamento previsto para novembro, o público terá a oportunidade de assistir ao longa em sessões especiais e antecipadas em setembro e outubro.

É importante saber que a escolha do filme pelo Brasil não garante a indicação para o Oscar. Ele ainda vai disputar com outros filmes de outros países, em busca de uma vaga, na lista final de cinco indicados.

Próximos passos

Após a seleção nacional, o comitê faz a inscrição junto a Academia organizadora do Oscar. Depois de enviar toda documentação, o filme passa a concorrer a uma vaga na categoria internacional. E, assim como acontece aqui no Brasil, a votação para os indicados da premiação acontece em duas rodadas.

Na primeira fase, todos os membros da academia são convidados a assistir aos filmes elegíveis da categoria. Quem aceita o convite deve assistir a um número mínimo de filmes inscritos.

E existe um trabalho de divulgação internacional. Como os membros não são obrigados a assistirem a todos os filmes, se não houver uma boa divulgação, a obra não desperta nenhum interesse.

Então além do filme ser bem-produzido, dirigido, emocionar, ter referências ao país, um ótimo elenco e tantos outros atributos, é fundamental alinhar tudo isso a uma estratégia de divulgação que traga visibilidade e apoio no exterior.

Os 15 filmes que receberem o maior número de votos, passam para a próxima rodada de votação. A primeira lista de finalistas é divulgada em dezembro.

Numa segunda etapa, os membros são convidados para assistir a esses 15 filmes. Os cinco mais bem votados são indicados para concorrer a estatueta da categoria de filme internacional.

No ano passado, pudemos ver a atriz Fernanda Torres e o diretor Walter Salles realizando esse trabalho intenso de divulgação de "Ainda Estou Aqui". A campanha foi bem sucedida e trouxe resultados: o filme venceu o Oscar de Melhor Filme Internacional 2025. E Fernanda Torres ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz. 

As regras do Oscar para participar da categoria de Melhor Filme Internacional são definidas pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos.

 Requisitos para participar:

- O filme deve ser produzido fora dos Estados Unidos;

- O filme deve ter diálogos predominantemente em uma língua diferente do inglês;

- O filme deve ter sido lançado no país em que foi inscrito durante o período de elegibilidade definido pelas regras da Academia;

- O filme deve ter sido exibido por pelo menos sete dias consecutivos em uma sala de cinema comercial.

 Prêmio e Reconhecimento

- O prêmio de Melhor Filme Internacional é um prêmio coletivo para o país que o envia e para os criadores do filme como um todo.
- Desde 2014, o nome do diretor é gravado na estatueta do Oscar, além do nome do país ¹

Conheça os outros filmes finalistas, que disputaram para representar o Brasil na corrida pelo Oscar 2026.

-'O Último Azul', de Gabriel Mascaro;

-'Manas', de Marianna Brennand;

-'Kasa Branca', de Luciano Vidigal;

-'Baby', de Marcelo Caetano;

-'Oeste Outra Vez', de Erico Rassi

Sobre a Academia Brasileira de Cinema

A Academia Brasileira de Cinema, com sede no Rio de Janeiro, foi criada em maio de 2002. Entre as finalidades, a de instituir o Prêmio Grande Otelo do Cinema Brasileiro. E também de contribuir para a discussão, promoção e fortalecimento do cinema como manifestação artística, ajudando, desta forma, a fortalecer a indústria cinematográfica brasileira. Hoje são mais de 300 sócios.