POR DENTRO DA POLÍTICA DA BAIXADA SANTISTA
Ex-vereador diz que a legislação beneficia os bancos e ameaça o patrimônio dos munícipes
Sandro Thadeu
25/12/2025 - quinta às 04h00
Alerta aos munícipes
"Enquanto você comemora o Natal, a sua casa pode estar sendo entregue de presente aos bancos aqui em Guarujá". Foi dessa forma que o ex-vereador e presidente do PRD no Município, Raphael Vitiello, iniciou um vídeo publicado nas redes sociais para criticar a Lei Complementar 352/2025, que entrou em vigor na última terça-feira.
Antecipação de recursos
Aprovada pela Câmara no dia 19, a legislação tem como ponto central o aumento da arrecadação por meio da securitização, modelo financeiro que possibilita ao Município antecipar receitas futuras. Essa medida foi adotada recentemente por São Vicente. Na prática, a Prefeitura pode usar o fluxo de pagamento de débitos como lastro para a emissão de títulos financeiros negociados no mercado, fazendo com que recursos que seriam recebidos ao longo dos anos ingressem de forma antecipada no caixa municipal.
De costas para o povo
Vitiello questionou esse modelo adotado pelo Governo Farid que, na avaliação dele, prioriza os interesses dos bancos em detrimento da população. "A casa que você sonhou e trabalhou a vida inteira para conseguir comprar, agora, pode ir à leilão por conta de uma dívida de IPTU", lamentou o ex-vereador, que é pré-candidato a deputado federal.
Pedido de desculpas
Durante sessão extraordinária da Câmara de Santos, realizada na última quarta-feira, o vereador Antônio Carlos Banha Joaquim (PSD) pediu publicamente desculpas a Moacir Alves Filho, liderança do movimento de moradia da Cidade. No dia anterior, o parlamentar havia se referido a Moacir como “gafanhoto”.
Calor do momento
Banha admitiu que proferiu palavras ofensivas contra Moacir em razão do "calor da discussão" e explicou que não teve a intenção de desrespeitar a trajetória e a luta dele na área habitacional.
Prioridade para 2026
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez ontem um pronunciamento oficial em cadeia nacional de rádio e na TV defendendo o fim da escala 6x1, sem redução de salário, pois é uma demanda do povo. Na avaliação dele, os representantes eleitos pela população devem escutar e transformar essa reivindicação em realidade. Se concretizada, essa mudança na jornada de trabalho poderá render dividendos políticos na campanha eleitoral do próximo ano.
Maior tempo livre
"Não é justo que uma pessoa seja obrigada a trabalhar duro durante seis dias, e que tenha apenas um dia para descansar o corpo e a cabeça, passear com a família, cuidar da casa, se divertir e acompanhar de perto o crescimento dos filhos", reiterou Lula. Na semana passada, o petista já havia sinalizado que o Brasil estaria pronto para essa mudança.
Inversão de prioridades
A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 do Governo Federal, aprovada pelo Congresso Nacional, prevê a retirada de R$ 451,7 milhões da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) em relação ao projeto original enviado pelo Executivo. Por outro lado, os valores das emendas parlamentares passará de R$ 59,5 bilhões, em 2025, para R$ 61 bilhões.
Caminho equivocado
"Cortar recursos da ciência para inflar emendas parlamentares é uma escolha política grave. Onde faltam bolsas, sobram interesses eleitorais. Quem perde é o Brasil", desabafou o cientista e deputado federal Ricardo Galvão (Rede), que presidiu o CNPq entre 2023 e outubro deste ano.
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