Vereadores de Bertioga exigem do Executivo mais respeito e atenção

Chamada de atenção
A Câmara de Bertioga convocou o secretário municipal de Governo e Gestão Institucional, Gustavo Melo, para dar explicações sobre uma série de requerimentos apresentados nos últimos anos que ficaram sem resposta. Na última terça-feira, o titular da pasta compareceu à Casa de Leis, onde ouviu uma série de reclamações dos parlamentares, que cobraram mais respeito por parte da Administração Municipal.

Clima pesado
O início da sessão foi tenso. O presidente do Legislativo, Carlos Ticianelli (PSD), perguntou ao representante do Executivo quantas vezes ele havia comparecido ao Parlamento ao longo dos últimos oito anos. "Vim aqui algumas vezes e recebi vocês, em especial o senhor, na Secretaria de Governo por várias vezes", respondeu. O legislador disse que não se lembrava de Melo ter participado de uma única reunião na Câmara com os vereadores.  

Legislativo ignorado
O titular da pasta iniciou uma explicação extensa a respeito de cada uma das demandas, o que irritou Ticianelli, pois pretendia fazer indagações a Melo. Em um determinado momento, ele interrompeu a fala do secretário e afirmou: "para mostrar o desrespeito ao Legislativo, o senhor responde ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público, mas não para esta Casa, que foi eleita pela população para fiscalizar o Executivo. Só está respondendo agora porque foi convocado." 

Recado dado
O chefe do Legislativo foi enfático ao criticar a relação de Melo com os parlamentares. "Durante oito anos, o senhor nunca tratou essa Casa com respeito. Aqui não tem nada pessoal contra o senhor. O que a gente quer é que os vereadores sejam ouvidos e que a Câmara seja mais levada a sério", desabafou.  

Sugestões
Magno Roberto Silva Souza, o Biró (MDB), e Salmir Gomes (Republicanos) sugeriram a realização de reuniões periódicas com o prefeito Marcelo Vilares (União) e com os secretários para discutir as demandas do Legislativo. Gilmar Barbosa dos Santos, o Guarujá (União), deixou claro que o Parlamento não será um "puxadinho" da Prefeitura e que seguirá fazendo cobranças ao Executivo. "A Câmara não pode ser deixada de lado", enfatizou Eduardo Pereira (PSD).

Veto
Na última quarta-feira, o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) vetou o Projeto de Lei 587/2023, que busca regulamentar o transporte de animais domésticos de pequeno porte (até 15 quilos) em aeroportos de concessão estadual. A proposta estabelece que os aeroportos assegurem um tempo máximo de espera de uma hora entre o despacho da caixa de transporte à companhia aérea e a decolagem da aeronave.

Fim trágico
Essa proposta ficou conhecida como Lei Joca. Em abril do ano passado, o cão Joca, um golden retriever de cinco anos, morreu no serviço de transporte da empresa Gol. O animal deveria ser transportado do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, para Sinop (MT), mas foi colocado no voo errado, que partiu para Fortaleza (CE). O trajeto, que inicialmente duraria até 2h30, acabou se estendendo por cerca de 8 horas.

Chance perdida
Um dos autores da proposta, o deputado estadual Caio França (PSB) lamentou a decisão do chefe do Executivo paulista. "São Paulo perdeu a oportunidade de proporcionar melhores condições através do nosso projeto. Foram mais de dois anos para conseguir aprová-lo na Assembleia Legislativa e agora veio o veto com justificativas pouco convincentes. Vamos trabalhar pela derrubada do veto. Não vamos desistir", ressaltou.

Reconhecimento
O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) de São Paulo, o santista Danilo Nunes, foi uma das personalidades agraciadas ontem com o Prêmio Inezita Barroso da Assembleia Legislativa. Essa iniciativa busca enaltecer pessoas físicas e jurídicas que contribuem com a música dita caipira de raiz e outras formas de arte popular.

Referência
Ativista cultural, historiador, músico e ator, Nunes tem uma vida dedicada à cultura popular, à arte e à preservação da identidade caiçara. O deputado estadual Teonilio Barba (PT) foi o responsável por indicar o santista para receber esse prêmio.   

Gancho
A Comissão de Ética Partidária do Novo determinou a suspensão do empresário Cláudio Fernando de Aguiar, que concorreu à Prefeitura de Guarujá pela legenda, no ano passado. Na última terça-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Emergentes, que mira um esquema de tráfico internacional de drogas. Durante a investigação, foi identificada uma conversa dele com uma pessoa apontada como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC), que foi alvo da PF.

Sem passar o pano
"O Novo repudia veementemente qualquer desvio de conduta, prática irregular ou falta de transparência por parte de seus filiados, reafirmando seu compromisso intransigente com a ética, a integridade e as normas internas de compliance", informou a agremiação. 

Sem relação com o crime
A assessoria jurídica de Cláudio Fernando reitera que o cliente é inocente e que ele cresceu no mesmo bairro desse indivíduo que foi alvo da Operação Emergente. Embora se conhecessem há anos, o empresário garante que não tinha conhecimento de qualquer ilícito praticado pela pessoa em questão. "O contato entre eles era limitado, mas com respeito e educação quando se encontravam", explicou.