A BAIXADA SANTISTA É O ASSUNTO
Mobilização nacional escancara a insuficiência das políticas de habitação em todo o País
Sandro Thadeu
08/09/2025 - segunda às 02h00
Direito à moradia
Cerca de 150 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocuparam ontem um imóvel abandonado há mais de 10 anos na Rua João Pessoa, no bairro do Paquetá, em Santos. Essa iniciativa deflagrada no dia 7 de setembro, quando é celebrado o Dia da Independência, integrou a jornada nacional do MLB realizada em 18 cidades brasileiras, sob o lema "não há independência, nem soberania, sem direito à moradia".
Memória
A ocupação recebeu o nome de "Palestina Livre - Menino Ryan Vive: as armas que matam Gaza assassinam nossas crianças na Baixada Santista". Trata-se de uma forma de relembrar o garoto Ryan da Silva Andrade Santos, de apenas 4 anos, morto em novembro do ano passado enquanto brincava no Morro São Bento, em Santos, após ser atingido por um disparo de arma de fogo. Segundo laudo balístico, o tiro partiu da arma de um policial militar que participava de uma operação naquela comunidade.
Denúncia internacional
Todas as novas ocupações do MLB receberam o nome de Palestina Livre, que foi uma forma encontrada pelo movimento para denunciar o genocídio praticado por Israel contra o povo palestino há quase dois anos. Segundo informações do Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 63 mil palestinos foram mortos desde o início desses conflitos.
De camarote
A deputada federal e presidente do PL do Mulher de São Paulo, Rosana Valle (PSB), chegou ontem à Avenida Paulista acompanhada da ex-primeira-dama do País Michelle Bolsonaro para participar da mobilização em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Do alto do trio elétrico, a parlamentar acompanhou os discursos de Michelle, do pastor Silas Malafaia e do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).
Propaganda eleitoral antecipada?
No início do evento, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, anunciou a presença do ex-vereador de Praia Grande Renato Bolsonaro, que é irmão do ex-chefe do Executivo federal. O cacique partidário antecipou que Renato será candidato a deputado federal no próximo ano e utilizará o número 2222.
Baixada Santista presente
Outras figuras políticas da Baixada Santista também marcaram presença na manifestação em São Paulo, entre elas a delegada da Polícia Civil e ex-secretária de Segurança de Santos, Raquel Gallinati; o deputado estadual Paulo Mansur (PL); o ex-presidente da Câmara de Guarujá Ronald Nicolaci (PL); além dos vereadores do PL Fábio Duarte (de Santos), Eduarda Campopiano (Praia Grande) e Fábio Mariano (Peruíbe).
Protestos em Santos
Já o deputado estadual Tenente Coimbra (PL) participou do ato de 7 de setembro realizado na Praça da Independência, em Santos, na tarde de ontem. Ele fez questão de parabenizar o público por comparecer à mobilização em apoio a Bolsonaro. Também estiveram no evento os vereadores Allison Sales e Rui De Rosis Júnior (ambos do PL).
Sem anistia e prisão de Bolsonaro
A 1.400 metros do local da manifestação em defesa do ex-presidente, as lideranças do movimento sindical, partidos progressistas e movimentos populares organizaram, em frente à Estação da Cidadania, no bairro do Campo Grande, um ato em defesa da soberania popular do País e pela prisão de Bolsonaro. A ação também repudiou os ataques aos direitos dos trabalhadores e a possibilidade de anistia aos envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A atividade contou com a presença do vereador e presidente do PT de Santos, Chico Nogueira, e do 1º suplente do PSOL na Câmara de Santos e diretor do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, Fábio Mello.
Tratamento isonômico
Na semana passada, o vereador de Mongaguá Dr. Osvaldo (PL) apresentou na Câmara um requerimento ao Executivo para saber se a Prefeitura possui algum estudo ou projeto em andamento para viabilizar a incorporação dos servidores concursados como vigilantes à Guarda Municipal, garantindo a devida equiparação salarial e de benefícios.
Caminho possível
"Os vigilantes permanecem à margem da lei, em cargos de menor reconhecimento, embora exerçam funções essenciais à segurança e ao patrimônio público. Essa situação, além de injusta, já foi enfrentada pelo Judiciário em diversas regiões do País, consolidando o entendimento de que a integração é possível e necessária", justificou o parlamentar.
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