Segunda, 15 de Dezembro de 2025

DólarR$ 5,41

EuroR$ 6,34

Santos

30ºC

A BAIXADA SANTISTA É O ASSUNTO

Efeitos da MP do IOF: ex-chefe de gabinete da deputada Rosana Valle é exonerada da APS

Governo Lula começa a demitir indicados de parlamentares contrários à MP que garantiria equilíbrio fiscal do País em 2026. Ana Luísa Duarte estava na estatal desde fevereiro de 2025

Sandro Thadeu

15/10/2025 - quarta às 17h00

Lei do retorno
Após a Câmara dos Deputados retirar da pauta, no último dia 8, a Medida Provisória (MP) 1303, que previa a tributação de títulos de investimentos e apostas esportivas (bets) como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o Governo Lula iniciou a demissão de ocupantes de cargos comissionados em ministérios, órgãos e estatais federais que teriam sido indicados por parlamentares contrários à MP. 

Exoneração na APS
Conforme apurado pela coluna, uma dessas exonerações foi registrada ontem na Autoridade Portuária de Santos (APS): a bacharel em Direito e ex-chefe de gabinete da deputada federal Rosana Valle (PL), Ana Luísa de Araújo Gama Duarte, lotada desde fevereiro deste ano como assessora da Diretoria de Desenvolvimento de Negócios e Regulação.

Breve histórico
Filha da ex-deputada estadual e federal do PT Mariângela Duarte (falecida em 2020, aos 74 anos), Ana Luísa esteve à frente do gabinete da parlamentar santista - que preside o PL Mulher de São Paulo - entre fevereiro de 2019 e 2 de abril de 2023. Na sequência, assumiu a Gerência Regional de Santos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), vinculada ao Governo do Estado. Em março de 2024, retornou à assessoria de Rosana na Câmara e, em fevereiro deste ano, ingressou na APS. 

Atuação na Prefeitura de Santos
Antes de trabalhar com a deputada federal, Ana Luísa ocupou diversos cargos comissionados na Prefeitura de Santos e em empresas ligadas à Administração Municipal, entre 2013 e 2018, durante a gestão de Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). Nesse período, foi gerente de Convênios e Contratos, chefe do Departamento de Orçamento e Gestão e chefe do Escritório de Projetos Especiais do Gabinete do chefe do Executivo. Além disso, atuou como assessora de gabinete da Diretoria da Prodesan e como diretora de Habitação da Cohab Santista. 

Oposição para valer
A assessoria de Rosana Valle informou à coluna que não tem indicados no governo do PT, do qual é oposição, e que Ana Luísa pediu exoneração do gabinete da parlamentar há alguns meses com o intuito de trabalhar na Diretoria de Desenvolvimento de Negócios e Regulação da APS.

Indicação técnica
A deputada mencionou, ainda, que o presidente da estatal, Anderson Pomini, declarou à imprensa, em fevereiro, que assumiu a indicação da profissional e que a escolha se deu por caráter "estritamente técnico, aprovada pelo Governo Federal e que atendia às necessidades de reforço das equipes empenhadas em obras de infraestrutura iniciadas no Porto".

Mais exonerações
Além de Ana Luísa, a coluna apurou que foram realizadas mais duas exonerações na APS no mesmo dia: Matheus Rezende da Cunha deixou o cargo de assessor da Diretoria de Operações e Johnni Hunter Nogueira saiu da Gerência de Regulação. A assessoria da estatal confirmou a saída dos três e justificou que "a admissão e a exoneração de pessoas em cargos de confiança são movimentos naturais, uma vez que são de livre nomeação".

Coincidências?
A coluna apurou que Matheus Rezende estava na APS desde junho deste ano e tem ligação com o deputado federal Delegado da Cunha (PP), que foi favorável ao adiamento da MP do IOF para deixar o texto caducar, ou seja, perder a validade. Ele foi um dos diretores do Instituto Da Cunha - Projeto Superação. Já Nogueira ingressou na estatal em maio de 2023. De 2017 a 2020, presidiu a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) após ser indicado, segundo o Portal Metrópoles, pelo parlamentar federal Fausto Pinato (PP), que não participou da votação da MP do IOF. 

Efeito colateral
Segundo projeções do Ministério da Fazenda, a MP do IOF renderia R$ 17 bilhões à União no próximo ano e era considerada essencial para garantir o equilíbrio fiscal do País. Sem essa receita extra, o Governo Lula terá de realizar novos bloqueios e/ou cortes no orçamento de 2026, além de buscar outras fontes de arrecadação. Como reação, o Palácio do Planalto fez um mapeamento detalhado dos votos na Câmara e iniciou um movimento de reorganização política nos cargos de confiança.

Deixe a sua opinião

Leia Mais

ver todos

POR DENTRO DA POLÍTICA DA BAIXADA SANTISTA

Prefeito de Bertioga sanciona leis voltadas ao bem-estar animal

POR DENTRO DA POLÍTICA DA BAIXADA SANTISTA

STJ reforma decisão do TJSP em ação de improbidade contra Paulo Alexandre

POR DENTRO DA POLÍTICA DA BAIXADA SANTISTA

Frente Parlamentar da Alesp destina R$ 500 mil a ações voltadas à adoção

2
Entre em nosso grupo