Changi quer continuar no Galeão, e conversas seguirão após Carnaval, diz governo
A Changi manifestou nesta sexta-feira (10) intenção de permanecer com a concessão do aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro
11/02/2023 - sábado às 00h01A Changi manifestou nesta sexta-feira (10) intenção de permanecer com a concessão do aeroporto internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, disse em nota o Ministério de Portos e Aeroportos.
Conforme a pasta, o governo federal e a empresa voltarão a conversar sobre o assunto após o Carnaval, e as alternativas para a administração do aeroporto estão em análise pela Secretaria Nacional de Aviação Civil.
A Changi, de Singapura, tem 51% da RIOgaleão, que administra o terminal carioca. Os outros 49% são da Infraero.
Em 2022, a empresa decidiu entregar a concessão, alegando dificuldades econômicas agravadas pela pandemia no setor aeroportuário.
O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, teve uma reunião nesta sexta com o CEO internacional da Changi, Eugene Gan, em Brasília.
"A empresa reiterou a intenção de manter as operações do Aeroporto do Galeão e se comprometeu a dedicar atenção especial no período do Carnaval, quando o Rio de Janeiro, cartão-postal do Brasil, recebe um grande número de turistas", disse o ministério em nota.
"Ficou definido que, após o Carnaval, as partes voltarão a conversar. As alternativas para a administração do Aeroporto do Galeão estão em fase de estudos, que estão sendo realizados pela Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC)", completou.
Consultada pela reportagem, a RIOgaleão não se manifestou até a publicação deste texto.
A concessionária anunciou em fevereiro de 2022 o pedido para devolver a concessão do terminal. Com isso, o governo Jair Bolsonaro (PL) passou a projetar um leilão em conjunto do Galeão e do Santos Dumont, o outro grande aeroporto do Rio.
Por essa lógica, um mesmo grupo investidor poderia ficar com a administração dos dois terminais.
Em novembro, a RIOgaleão chegou a assinar com ressalvas um termo aditivo para dar andamento à devolução. À época, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) indicou que, ao assinar o documento, a concessionária declararia "adesão irrevogável e irretratável à relicitação".
Com a troca de governo, o debate ganhou novos contornos. Após reunião no Rio em janeiro, o ministro Márcio França (Portos e Aeroportos) já havia sinalizado interesse da gestão Lula e da própria empresa em costurar um acordo para a permanência da concessionária no Galeão.