Nei Serra o melhor prefeito de Cubatão e Márcia Rosa a pior
A cidade também já foi governada por Osvaldo Passarelli, Clermont Castor, Wagner Moura e, agora, Ademário Oliveira
02/02/2023 - quinta às 00h01A provocação foi feita pelo atual governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como forma de cutucar o ministro da Economia, Fernando Haddad, do PT, durante debate na Band TV, no primeiro turno da eleição do ano passado. Disse ele: “Entrem no Google e digitem aí, pior prefeito de São Paulo. Depois me falem as respostas”.
O assunto provocou polêmica, ganhou as ruas e até inspirou a equipe técnica da Badra. Afinal de contas, na opinião da população em geral, que foi o melhor e o pior prefeito de Cubatão nas últimas três décadas? Mais precisamente desde 1989?
Vale lembrar que de lá para cá, e pela ordem, a cidade já foi governada por Osvaldo Passarelli, Nei Serra, Clermont Castor, Márcia Rosa, Wagner Moura e, agora, Ademário Oliveira.
Como forma de melhor orientar os entrevistados em suas respostas, um disco de pesquisa, no formato de uma pizza, contendo os quatro nomes, foi apresentado em campo, seguindo a mesma boa técnica dos levantamentos estimulados.
SOBE...
O ex-prefeito Nei Serra, que governou a cidade em três ocasiões, duas delas de 1989 para cá, foi apontado como o melhor prefeito que a cidade já teve, com 43,3% das citações. Na sequência, com 1/3 do patamar ostentado por Nei Serra, aparece o ex-prefeito Osvaldo Passarelli, preferido por 14% dos entrevistados. Clermont Castor é o terceiro melhor, com 8,5%, seguido por Márcia Rosa, com 7,3%, Ademário Oliveira, 5,9% e, fechando o ranking, Wagner Moura, com 4,8%.
Parte dos entrevistados não souberam avaliar: 4,9%. As opções “nenhum” e “todos” receberam, respectivamente, 10,4% e 0,9% das citações.
...E DESCE
Na outra ponta, isto é, no ranking de pior prefeito que Cubatão já teve, Márcia Rosa foi a mais citada, com 40,3%. Pela ordem e na sequência aparecem então Ademário Oliveira, com 34,8%, Clermont Castor, com 4,4%; Wagner Moura, com 3,9%, Nei Serra, com 2,6% e Osvaldo Passarelli, com 1,8%. “Nenhum” foi mencionado por 5% dos entrevistados, enquanto “todos”, por 1,6%. E 5,6% não souberam avaliar.
O levantamento estatístico de dados ouviu 1.060 moradores-eleitores de Cubatão, no último dia 18 de janeiro, em seis diferentes pontos de fluxo do município. Foi respeitada a proporção por gênero, faixa etária, escolaridade e renda na seleção da amostra. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.
Os mais recentes mal avaliados e os dois das antigas bem avaliados
O prefeito Nei Serra, apontado como o melhor prefeito da história de Cubatão pela maioria dos moradores, governou o município em duas ocasiões, desde 1989. Cumpriu mandatos de 1989 a 1992 e, depois, de 1997 a 2000. Lá se vão, portanto, mais de duas décadas. Osvaldo Passarelli, por sua vez, comandou Cubatão de 1993 a 1996.
A tendência é que tenham sido tão bons prefeitos, que boa parte da população ainda os carrega na lembrança. Vale destacar que antes de 1989, ambos tiveram outros mandatos à frente da Prefeitura.
Já os dois piores prefeitos da história de Cubatão são, justamente, os que ocuparam o Paço Municipal mais recentemente. A petista Márcia Rosa, prefeita de 2009 a 2016, e o tucano Ademário Oliveira, cujo mandato teve início em 2017 e vai até 2024. Pode ser só coincidência... também pode não ser.
Comentário do Juvenal
Ambos vão odiar isso, mas Márcia Rosa e Ademário Oliveira têm, em comum, muito mais do que fato de serem considerados os piores prefeitos da história de Cubatão. Há um aspecto de soberba – aos meus olhos – na postura dos dois, uma petista e um tucano, que salta aos olhos e que é sensível ao coração. A população que o diga.
Quem acompanhou de perto a gestão Márcia Rosa poderia esperar tudo, menos que ela sofresse um processo de afastamento do cargo, ainda mais sem ter motivação exclusivamente política. As decisões da Justiça, naquele momento, foram bastante pesadas. O preço de quem achou que poderia governar sozinha ou de quem se sente detentora exclusiva da seriedade e dos bons costumes. Deu no que deu.
Ademário segue a mesma linha. Se sente dono do poder extremo que acha que a caneta lhe confere. Trata a caneta, aliás, como varinha mágica, acreditando que ela possa fazer todo tipo de milagre. À primeira gota de tinta, todos vão se dobrar, aposta ele. Não é assim. Mesmo que tenha construído a esse preço maioria na Câmara, não construiu maioria junto a quem de verdade interessa, o povo de Cubatão. Foi reeleito por 4 em cada 10, isso considerando os votos válidos. Sem os válidos, passa só um pouquinho de 3. E está dando nisso.