COP30

"Tenho certeza de que nós vamos fazer a melhor COP de todas as COPs", afirma Lula

Durante encontro com jornalistas estrangeiros nesta terça-feira (4/11), em Belém, presidente falou sobre os desafios de levar a Conferência da ONU para a Amazônia e elencou os motivos pelos quais acredita no sucesso do evento na capital paraense

05/11/2025 - quarta às 09h00
Para Lula, além da Amazônia, a COP30 permitirá ao país apresentar ao mundo seus outros biomas, igualmente importantes: Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa - Ricardo Stuckert

Ao defender a realização da COP em Belém, durante conversa com jornalistas estrangeiros nesta terça-feira, 4 de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que desde o início seu governo estava ciente dos desafios da realização do evento na capital paraense. Segundo ele, a avaliação foi de que os ganhos seriam maiores do que os riscos.
 

"Quando decidimos trazer a COP para o estado do Pará, para a cidade de Belém e para a Amazônia, a primeira coisa que nós fizemos foi assumir um desafio contra pessoas que acreditavam que a gente não poderia fazer uma COP na Amazônia. A gente já sabia das condições do estado, sabia das condições da cidade. E a gente decidiu fazer aqui porque a gente não queria comodidade. Nós queríamos desafios. E nós queríamos que o mundo viesse conhecer a Amazônia", explicou.
 

OTIMISMO – Nos últimos dias, o presidente fez questão de ver de perto não apenas o desenvolvimento das obras na capital paraense para a COP30, mas, também, a realidade dos moradores da região. Lula acompanhou a entrega das obras de requalificação do Porto de Outeiro e da ampliação e modernização do Aeroporto Internacional de Belém; visitou a Aldeia Vista Alegre do Capixauã, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, no Pará; encontrou-se com moradores da Comunidade Jamaraquá, uma das 26 comunidades da Floresta Nacional do Tapajós, e visitou a Comunidade Quilombola Itacoã-Miri, no município de Acará (PA).
 

O Brasil sempre foi um ator decisivo nas negociações multilaterais. O Brasil é um país líder na transição energética. Poucos países do mundo têm obtido o sucesso que o Brasil tem obtido na sua transição energética, um país que tem 87% da sua matriz de energia elétrica renovável"
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República
 

Depois de todos esses compromissos, o presidente deixou claro seu otimismo no sucesso da COP30 em Belém: "Tenho certeza de que nós vamos fazer a melhor COP de todas as COPS já realizadas até hoje. Nós já fizemos o melhor G20, já fizemos o melhor BRICS, e vamos fazer a melhor COP de todas".

LOCAL, ESTRUTURA, POVO E CULINÁRIA – Lula justificou seu otimismo baseando-se em quatro pontos principais: "Primeiro, porque o local está maravilhoso, está preparado para receber quem quiser vir aqui. Segundo, porque a estrutura é boa, tem um sistema de segurança bom para o nosso pessoal todo. E, terceiro, porque o povo de Belém é um povo extraordinariamente alegre, e qualquer convidado estrangeiro vai se sentir em casa aqui. Quarto, porque nós temos uma culinária invejável. Eu penso que os estrangeiros que estiverem aqui, quando sentarem à mesa e começarem a ver a diversidade da nossa culinária, eles vão sair daqui muito orgulhosos de terem conhecido a cidade, o povo, as instalações da COP, porque vão comer bem e vão ser bem tratados", disse Lula.

VITRINE – Segundo o presidente, o Brasil recebe a COP em Belém como um anfitrião respeitado e que tem muito a apresentar para o mundo em sua vitrine. "O Brasil é uma espécie de país campeão do diálogo das COPs. Há muito tempo, o Brasil é levado muito a sério nas COPs, porque temos muito o que mostrar. O desmatamento já caiu 50% (na Amazônia, em relação a 2022), 45% no outro bioma. Nós temos uma enorme tradição de participação social para enfrentar a mudança do clima", destacou Lula.
 

BIOMAS – Para Lula, além da Amazônia, a COP30 permitirá ao país apresentar ao mundo seus outros biomas, igualmente importantes. "Além da Amazônia, nós temos outros cinco biomas essenciais para a preservação do meio ambiente. Nós temos o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pantanal e o Pampa", explicou.
 

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA – Outros pontos decisivos apontados pelo presidente foram a liderança do país nas questões ligadas à transição energética e a tradicional posição conciliadora nas discussões com outros países. "O Brasil sempre foi um ator decisivo nas negociações multilaterais. O Brasil é um país líder na transição energética. Poucos países do mundo têm obtido o sucesso que o Brasil tem obtido na sua transição energética, um país que tem 87% da sua matriz de energia elétrica renovável", ressaltou.
 

POTENCIALIDADES – Lula também fez questão de elencar aos jornalistas estrangeiros as outras potencialidades do país no campo das energias renováveis. "Somos um poderoso produtor de biocombustíveis, de etanol, e também estamos entrando na fase do hidrogênio verde. Somos grandes produtores de eólica e grandes produtores de energia solar", concluiu.
 

PETRÓLEO NA MARGEM EQUATORIAL – Indagado sobre as críticas em relação à possibilidade de exploração de petróleo na margem equatorial, na região amazônica, Lula voltou a defender que, se houver petróleo nessa região, sua exploração, se autorizada, será feita com a maior responsabilidade possível. "Nós temos autorização para fazer o teste. Se a gente encontrar o petróleo, que se pensa que tem, vai ter que começar tudo outra vez para dar licença. Nós iremos fazer, se tiver que explorar, da forma mais cuidadosa que alguém pode fazer", afirmou Lula.
 

Segundo Lula, não é possível, neste momento, que o Brasil ou qualquer outro país abra mão do petróleo. "Eu seria incoerente se, num ato de irresponsabilidade, dissesse: 'nós não vamos utilizar mais petróleo'. Seria um ato de incoerência e irresponsabilidade, porque não sobreviveríamos sem isso. E nenhum outro no mundo consegue sobreviver sem isso. Eu acabo o petróleo e vou utilizar o quê? Nós temos que ter responsabilidade.", reforçou.

 Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República