Assinado contrato para construir nova estação elevatória contra as enchentes da Zona Noroeste

A construção ocorrerá em paralelo com a canalização do Rio Lenheiros, no Saboó

Santos deu mais um passo no enfrentamento às enchentes da Zona Noroeste. Foi assinado contrato para construção da Estação Elevatória com Comportas (EEC) 6, no Saboó, no valor de R$ 153.333.626,54, com a Terracom Construções.

As obras devem começar até o final deste ano, com prazo contratual de 42 meses, incluindo a operação assistida, a partir da ordem de serviço.

A construção ocorrerá em paralelo com a canalização do Rio Lenheiros, no Saboó, em parceria com a MRS Logística, com o auxílio do Governo Federal. A parceria foi firmada em março e a operadora logística deverá investir cerca de R$ 100 milhões.

A EEC6 vai compor o amplo projeto de drenagem que está projetado a longo prazo, com 14 estações espalhadas por diversos bairros da região

Dos equipamentos, quatro, incluindo a EEC6, já contam com recursos garantidos através de financiamento junto ao CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe), no valor de US$ 105 milhões. O aporte acontece no âmbito do programa de Macrodrenagem, Acessibilidade, Inovação e Sustentabilidade, o Santos Mais.

EM OPERAÇÃO

Desde maio de 2023, está em funcionamento a EEC 7 Engenheiro Marcos Diniz, na Avenida Haroldo de Camargo, que beneficia os bairros Castelo e Areia Branca. Ela tem capacidade para 4,250 milhões de litros, que equivale ao volume de quase duas piscinas olímpicas. A vazão das três bombas, trazidas da Alemanha, é de 6 mil litros por segundo (2m³/s cada), ou seja, capaz de encher uma piscina olímpica em aproximadamente 5 minutos. 

EEC6

A EEC6 beneficiará diretamente o bairro do Saboó, exceto as ruas próximas e paralelas à Nossa Senhora de Fátima, atendendo uma área de 2km². Terá oito conjuntos de bomba vertical a diesel com capacidade de 2,50 m³ por segundo e vazão de 20m³, tendo a capacidade de esvaziar uma piscina olímpica em dois minutos.

RECURSOS

Além da EEC6, os recursos já garantidos com o CAF serão destinados às EEC4 (Rádio Clube), EEC9 (Chico de Paula) e EEC2 (Santa Maria/Bom Retiro). Há ainda um recurso federal que beneficiará também as estações EEC6 e EEC9.

A Prefeitura também firmou termo de cooperação com a Ecovias, MRS Logística e Autoridade Portuária de Santos (APS) para viabilizar a construção da EE0, na entrada da Cidade, em área pertencente ao Estado, ao lado do Supermercado Assaí. Será criado um reservatório e uma estação com capacidade de bombeamento de 5m³ de água por segundo.

O escopo ambicioso do projeto demanda que a Prefeitura busque recursos de financiamentos ou programas estaduais, federais ou internacionais para viabilizar as obras. No momento, as demais estações estão em fase de planejamento para captação de recursos.

LOGÍSTICA

O trabalho a longo prazo conta com uma logística complexa. Algumas estações previstas, por exemplo, são interdependentes, ou seja, necessitam de dois ou mais equipamentos a serem executados para o funcionamento do sistema.

Além disso, as estações que já foram executadas ou estão com os termos em andamento são as que têm menor impacto com moradias irregulares no entorno. Por estarem em regiões de vulnerabilidade social e por ocuparem grandes áreas, para algumas das obras, as famílias devem ser realocadas para conjuntos habitacionais para, posteriormente, as construções terem início.

Neste sentido, a iniciativa também se integra com as políticas de habitação da Prefeitura. Além da construção de conjuntos habitacionais e de regularização fundiária, o símbolo deste esforço é o Parque Palafitas, projeto inédito e inovador que já conta com as obras de seu piloto em andamento. 

"Tudo o que vem sendo executado na Zona Noroeste é parte de um amplo projeto de urbanização que engloba habitação digna, aprimoramento da infraestrutura urbana, ampliação de serviços e oportunidades de capacitação profissional, geração de emprego e renda. São ações que têm amplo planejamento técnico e que trarão grandes avanços na qualidade de vida das pessoas que moram nesta importante região de Santos", afirma o prefeito Rogério Santos.

FUNCIONAMENTO

A já finalizada EEC 7 Engenheiro Marcos Diniz funciona em quatro situações. Na primeira, em caso de chuva fraca coincidente com maré baixa, as comportas permanecem abertas e a água flui, por gravidade, para o Rio dos Bugres.

Já com a maré baixa e chuva forte, parte da água pode ser retida pelas comportas. A terceira situação envolve chuva fraca e maré alta, quando as comportas se fecham e a água fica armazenada no reservatório de acumulação. Neste caso, as bombas retiram gradativamente a água retida, lançando-a no rio.

Na quarta possibilidade, quando há ocorrência de chuva forte e maré alta, as comportas permanecem fechadas, com todas as bombas funcionando ao mesmo tempo para lançar o volume no Rio dos Bugres.