CULTURA

Projeto leva montagem teatral sobre empoderamento negro e guia educativo a escolas públicas de São P

Nesta primeira edição do Arena Viva, a iniciativa busca promover a arte com impacto socioeducativo e compromisso com a equidade racial

07/10/2025 - terça às 09h28
A iniciativa une teatro, literatura, educação e engajamento social - Mídias Pura

É importante tratar a identidade negra como aspecto de grande valor

patrimonial para o país, focando sempre na luta por equidade racial e

empoderamento negro. Para trabalhar essas nuances, trazendo meninas e

mulheres negras em lugares de protagonismo e liderança, o Projeto Arena Viva, promovido pelo Instituto Burburinho Cultural, chega em setembro deste ano, com o espetáculo "A história de Aya", estrelado pela atriz Fernanda Dias, com texto e direção de Vinícius Soares, buscando contemplar estudantes da rede pública em uma jornada etno-educativa.

As apresentações itinerantes serão voltadas ao público jovem e infantojuvenil, passando por três cidades do Brasil, entre elas, São Paulo, de 6 a 10 de outubro, além de Curitiba e Rio de Janeiro. 

A iniciativa une teatro, literatura, educação e engajamento social

para abordar temas essenciais para a construção de uma sociedade com mais equidade — em especial em contextos onde o acesso a esses debates ainda é limitado. Nesta edição do projeto, o objetivo é levar para as escolas contempladas um monólogo teatral, além de distribuir um guia

educativo que tem como tema o empoderamento de meninas e mulheres

negras, por meio de histórias de ícones negros femininos do Brasil como Ruth de Souza, Lea Garcia, Zezé Mota, entre outras.

O projeto é idealizado por Thiago Ramires, diretor de projetos do Instituto Burburinho Cultural, com a intenção de transformar pátios de escolas públicas em arenas de teatro brechtiano, com linguagem para crianças e adolescentes. Todo o ano a marca Arena Viva lançará novos espetáculos que aproximam os jovens de pautas importantes, levando diretamente para as suas rotinas escolares. Tudo com mediação e material complementar.

"Arena Viva é praticamente uma plataforma de espetáculos engajada política e culturalmente, que não espera que o jovem vá ao teatro, mas leva o teatro diretamente para a sua segunda casa, convidando-o a pensar sobre um tema que esteja muito latente na sociedade e que ele se identifique instantaneamente", comenta Thiago.

Com foco em meninas a partir dos 14 anos de idade, os pátios e ambientes coletivos das escolas públicas vão se tornar verdadeiras arenas de discussão e formação no campo da equidade racial e empoderamento de mulheres negras, que, segundo o IPEA, são mais de 41 milhões de pessoas no Brasil, o que representa 23,4% do total da população. Em um país onde a questão racial exige atenção constante, este projeto atua justamente onde ideias podem florescer com força: nas escolas.

A ação gratuita será oferecida para grupos de 50 alunos, totalizando 750

participantes. Com formato de circulação simples e potência de conteúdo, a proposta é trabalhar o teatro e a literatura nos pátios escolares como grandes espaços de ativação educativa — de forma interativa e integrada a materiais complementares que instruem e aprofundam os temas abordados.

A atriz Fernanda Dias, que dá vida à Aya, também será responsável por conduzir a roda de conversa com uma personalidade convidada e a plateia de estudantes após a apresentação, estabelecendo uma conexão direta com o guia educativo. Ao todo, serão distribuídos 1.000 guias educativos, contemplando alunos, bibliotecas das escolas e secretarias de Educação das cidades.

"Integrar o projeto de Aya, corpo em cena, voz em escuta é assumir um chamado ancestral. Estar ali, como atriz e mediadora das conversas que florescerão após cada apresentação, é um gesto de entrega, de afeto, de presença. São memórias que reconheço, feridas que nomeio, esperanças que partilho. Trocar com o público a partir dessa vivência é mais do que um encontro: é semear consciência, é dançar palavras, é tecer futuros possíveis com o fio do diálogo e da arte", afirma a atriz e mediadora. 

Sinopse: "A História de Aya"

Aya é uma menina negra com grande senso de liderança e capaz de mudar o mundo. Uma viajante do tempo que, após ter seu planeta extinto por uma guerra, busca alertar outros planetas sobre a importância da memória, da cultura e da comunidade.

Com uma chave mágica que a transporta por diferentes lugares no espaço-tempo do universo, Aya compartilha conhecimentos sobre a ancestralidade, o uso das plantas e o bom uso da natureza e da magia.

Aya ensina os segredos da natureza enquanto destaca a trajetória de mulheres negras importantes para a construção da nossa história, como Tereza de Benguela, Rainha Tereza do Quariterê, Maria Firmina dos Reis, Luiza Mahin, Conceição Evaristo entre outras.

A história aborda lideranças e personalidades negras femininas do passado e do presente, revelando todo o potencial de pessoas negras para o desenvolvimento do país, com referências em diversas áreas de atuação.

O Instituto Burburinho Cultural é sediado no Rio de Janeiro, com colaboradores por todo o país e fora do Brasil. Além do Arena Viva, realiza projetos como o Engenhoka, Criar Jogos, Futuro Queer, Pescando Tradições e Projeto Arco-Íris. Atuando em diversas cidades do país, a Burburinho vem articulando parcerias de sucesso e triangulando iniciativa privada, setor público e grandes ideias.

O Arena Viva é um projeto viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio do ExxonMobil Brasil, realização do Instituto Burburinho Cultural

e Ministério da Cultura, Brasil União e Reconstrução, Governo Federal.

Confira as escolas contempladas em São Paulo: 

06/10 - 15H20

E.E. PROFESSORA BRISABELLA DE ALMEIDA NOBRE

Rua Santa Genoveva, 47, Vila Califórnia

07/10 - 10H

EMEF DESEMBARGADOR AMORIM LIMA 

Rua Prof. Vicente Peixoto, 50, Vila Indiana

08/10 - 10H

EMEF BADRA

R. Principal, S/N, Jardim da Conquista 

09/10 - 14H

EMEF OLIVIA IRENE BAYERLEIN SILVA

R. Amazonas da Silva, 893,  Vila Guilherme

10/10 - 10 H

E.E. ANILZA PIOLI PROFESSORA

Rua Vale Do Sol, 701, Vila Brasilândia

George Patiño