JUSTIÇA FEDERAL

À crise na mineração, Justiça Federal garante água a comunidade indígena do Vale do Jequitinhonha

À Justiça Federal determinou, em caráter liminar, que a empresa Sigma Mineração S.A. forneça água potável imediata à Comunidade Indígena Pankararu/Pataxó, além de adotar medidas emergenciais de saúde

29/09/2025 - segunda às 18h00
O juiz federal também fixou multa diária de R$ 20 mil por item descumprido e determinou que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente - Divulgação

Em meio à crescente crise da mineração em Minas Gerais, a Justiça Federal determinou, em caráter liminar, que a empresa Sigma Mineração S.A. forneça água potável imediata à Comunidade Indígena Pankararu/Pataxó, além de adotar medidas emergenciais de saúde e monitoramento ambiental.

A decisão ocorre em paralelo a outro processo, que tramita na Justiça Estadual de Araçuaí, no qual a juíza responsável causou indignação ao negar até mesmo o pedido de fornecimento emergencial de água à Comunidade Tradicional de Poço Dantas. A negativa gerou repercussão nacional após ser noticiada pela Folha de S. Paulo.

O que determinou a Justiça Federal

O juiz federal também fixou multa diária de R$ 20 mil por item descumprido e determinou que a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMAD) apresente, em cinco dias, o processo de licenciamento do projeto minerário, sob pena de responsabilização pessoal do secretário da pasta.

Duas ações distintas, decisões opostas

Embora ambas as comunidades estejam no entorno do projeto de mineração de lítio da Sigma no Vale do Jequitinhonha, tratam-se de ações diferentes:

Esses episódios expõem a dificuldade histórica de equilibrar interesses econômicos com a proteção da vida e da dignidade das populações atingidas. A nova decisão da Justiça Federal reforça a necessidade de colocar os direitos humanos no centro do debate sobre mineração em Minas Gerais.

"Negar água a uma comunidade vulnerável é negar a própria vida. A decisão federal restabelece a confiança de que a Justiça pode responder à altura diante de violações tão graves", afirmou Luizamara Ribeiro, advogada da comunidade indígena, conselheira estadual da OAB/MG, ativista do Instituto Poe Elas e especialista em crimes ambientais.
 
Hiago F