Isenção de pedágio para moradores da Área Continental agita sessão da Câmara

O BS9 foi o 1º veículo a noticiar que os moradores dessa região de Santos não terão de pagar a tarifa ao passar pelo pórtico instalado na Rodovia Rio-Santos, entre os bairros Caruara e Iriri

Olhares distintos
Parte da sessão de ontem da Câmara de Santos foi dedicada à informação divulgada em primeira mão pelo BS9, na última quarta-feira, de que os moradores da Área Continental estarão isentos da cobrança ao passar pelo pedágio eletrônico que está instalado na Rodovia Rio-Santos, entre os bairros Caruara e Iriri. Enquanto alguns vereadores classificaram a decisão do governo paulista como uma vitória, outros preferiram criticar o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).

Chateado
Chita Menezes (PSB) disse que sempre foi contra a instalação do pedágio naquele ponto, assim como os moradores da região. Decano do Legislativo, Benedito Furtado (PSB) mencionou que, em nenhum momento, tentou se promover com essa pauta coletiva e revelou que o presidente da Sociedade de Melhoramentos de Caruara, Wagner Mem de Sá, ficou chateado com as publicações nas redes sociais do vereador Allison Sales (PL) e do deputado estadual Tenente Coimbra (PL), que atribuíram a si a conquista junto ao Governo do Estado. "Fazer vídeo não é dar solução. Não é isso que Santos quer", criticou.

Notícia velha
Segundo Furtado, a informação sobre a isenção da tarifa já havia sido comunicada, de forma extraoficial, às comunidades pelo parlamentar estadual Caio França (PSB), durante audiência pública realizada em Caruara, no dia 25 de agosto, ou seja, há um mês. "Conversei com o prefeito Rogério Santos (Republicanos) e ele garantiu que já tinha tratado do assunto com o governador, e que essa coisa já estava acertada. Não dá para entender isso como uma vitória, porque a comunidade não quer o pedágio lá. Não dá para elogiar esse sujeito, esse carioca que está vendendo o estado de São Paulo", frisou.

Esforço coletivo
Sales destacou que está empenhado nessa luta contra a cobrança dos pedágios aos moradores da região ao lado da União dos Vereadores da Baixada Santista (Uvebs). "Aqui não tem dono. Não faço vídeo para lacrar, mas para ajudar e dar satisfação à população", respondeu. Durante o discurso, ele reforçou que esse recuo do Governo do Estado, que beneficiará diretamente os moradores da Área Continental, é fruto de um empenho coletivo da própria população, vereadores, deputados e Prefeitura.

Intervenção direta
O parlamentar acrescentou que os moradores de Monte Cabrão inicialmente não seriam contemplados pela isenção. Ele e o vereador Rui De Rosis (PL) explicaram a situação à diretora da Artesp Raquel França Carneiro e encaminharam um ofício, pedindo a inclusão da comunidade. O pleito foi atendido pelo Governo Tarcísio.

Vergonha
O presidente do PT de Santos, o vereador Chico Nogueira, disse que não há nada para comemorar, porque o pedágio permanecerá na Rio-Santos. "A gente precisa repudiar esse governador, que não traz nada para a Baixada Santista e é um grande mentiroso", reiterou. Marcos Caseiro (PT) classificou como uma "excrecência" e uma "vergonha" a cobrança de tarifa para quem precisa circular dentro do próprio município. "Não tem que agradecer ninguém. Isso não tinha que existir. Simples assim", ressaltou.

Sessão regional
A Uvebs realizará hoje a terceira sessão regional da instituição. Desta vez, o encontro ocorrerá na Câmara de Santos, a partir das 10 horas. Além da luta dos parlamentares contra a instalação de pedágios na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, a plenária deverá discutir temas relacionados à população em situação de rua, problemas nas escolas estaduais e falta de vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Ideias do povo para a segurança
Presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, Paulo Bilynskyj (PL) participou ontem do Seminário Segurança Pública em Foco, na Câmara de Praia Grande, ao lado da vereadora Eduarda Campopiano (PL). Durante o evento, munícipes sugeriram, por exemplo, a volta das rondas de policiais militares de bicicleta na orla da praia e a criação de um projeto de lei para garantir assistência jurídica gratuita a guardas municipais processados no exercício da profissão.

Recepção calorosa
O parlamentar federal foi alvo de protestos por parte de alguns militantes de partidos de esquerda e de movimentos sociais do Município. Nas galerias do plenário do Legislativo, o grupo exibiu uma faixa com os dizeres "Sem anistia! Prisão para os golpistas!" e cantou o seguinte: "Não tem esperança quando um golpista vem falar de esperança". Essa manifestação atrasou o evento por alguns minutos.

Histórico complicado
Essas entidades divulgaram uma nota de repúdio à presença de Bilynskyj na Câmara de Praia Grande, apontando que ele "não representa a construção de uma segurança pública justa e democrática". Além disso, foi mencionado que o Legislativo "deve ser espaço de debate sério, não palco para quem promove discursos autoritários e carrega um passado incompatível com a ética pública".

Falta do que fazer
Bilynskyj explicou que sua vinda à Praia Grande foi prestigiada pela "bancada jovem do PT" que foi ao local para "fazer p... nenhuma". "Eles acordaram cedo só para ver a gente", ironizou Eduarda. "Mas não tão cedo assim, né? Obrigado pela presença", completou o legislador. Após o evento, o parlamentar conheceu o Centro Integrado de Controle e Operações Especiais de Praia Grande e a sede do Corpo de Bombeiros da Cidade.

Acordos fechados
A Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde firmou recentemente dois acordos judiciais com o Ministério Público Federal (MPF) para viabilizar, em até um ano, a construção de unidades de atendimento médico e sistemas de água e esgoto em duas aldeias indígenas: Pindoty, em Pariquera-Açu, e Jejyty, em Iguape, ambas localizadas no Vale do Ribeira (SP).