"PEC da Blindagem é uma aberração", diz Paulo Alexandre Barbosa
Para o parlamentar, o projeto é um atentado contra a democracia e promove a impunidade, pois favorece interesses políticos e pessoais em detrimento dos interesses coletivos do país
19/09/2025 - sexta às 18h00O deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP) se manifestou contra a Proposta de Emenda à Constituição, a chamada PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados na noite da última terça-feira (17). A proposta altera a Constituição para exigir autorização do Legislativo para que deputados e senadores sejam processados pela Justiça — mesmo em casos de corrupção, desvio de recursos ou crimes graves — e ainda restabelece o voto secreto para autorizar prisões em flagrante em crimes inafiançáveis, como racismo ou tráfico de drogas.
"Essa PEC amplia privilégios e cria uma barreira contra o combate à corrupção. Com ela, para mim, os políticos assumem o papel de juiz, porque passam a decidir sobre os próprios processos, quando deveriam responder perante a Justiça como qualquer cidadão. Votei contra porque não aceito esse tipo de blindagem, que só serve para proteger quem tem algo a esconder. O Brasil precisa de mais transparência e punição para criminosos, todos eles, e não de mecanismos que incentivam a impunidade", disparou o parlamentar.
Paulo Alexandre lembrou que esse modelo já existiu até 2001 e foi um desastre: dos 253 pedidos feitos pelo Supremo para processar parlamentares, apenas um foi autorizado. "A experiência mostrou que esse sistema é feito para engavetar processos e livrar a cara de quem comete crime. É um enorme retrocesso e uma afronta ao povo brasileiro, que exige ética daqueles que elegem e respeito às instituições", completou.
O deputado reafirmou seu compromisso de seguir combatendo privilégios e defendendo igualdade perante a lei, e ainda garantiu que vai pressionar o Senado para que não aprove o projeto, "como fez erroneamente a Câmara dos Deputados. Nosso mandato vai continuar lutando para que ninguém esteja acima da Justiça. É o mínimo que se espera de um país que quer ser sério e combater a corrupção", finalizou.