SEGURANÇA PÚBLICA

Ex-delegado-geral de SP Ruy Ferraz Fontes é assassinado em emboscada na Praia Grande

Polícia Civil monta força-tarefa para identificar criminosos; ex-chefe da corporação era conhecido por enfrentar o PCC

16/09/2025 - terça às 10h11

O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, 63 anos, foi morto na noite de segunda-feira (15) em uma emboscada na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas, bairro Vila Caiçara, litoral sul paulista. Fontes, que atualmente era secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, seguia em seu veículo quando foi perseguido por criminosos armados de fuzis.


De acordo com a Polícia Civil, o carro do ex-delegado foi atingido durante a fuga, colidiu com um ônibus e capotou. Em seguida, ocupantes de uma caminhonete Hilux desceram e efetuaram diversos disparos. Fontes chegou a reagir, mas morreu no local. Duas outras pessoas (um homem e uma mulher) ficaram feridas e foram levadas à UPA Quietude; ambas não correm risco de morte.


Imagens de câmeras de monitoramento registraram o momento da perseguição. O veículo usado pelos criminosos foi localizado horas depois, incendiado em um bairro próximo.


Investigação e reforço policial

A Secretaria de Segurança Pública mobilizou equipes do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) para atuar em conjunto com a seccional de Praia Grande. O Gaeco, do Ministério Público, também acompanha o caso.
Fontes preliminares apontam para um ataque planejado, possivelmente com participação de integrantes da facção criminosa PCC, embora a polícia não descarte outras hipóteses.


Trajetória

Com mais de 40 anos de carreira, Ruy Ferraz Fontes chefiou unidades de destaque como o DHPP, Denarc e Deic, além de comandar a Polícia Civil paulista entre 2019 e 2022, durante o governo João Doria. Era reconhecido pela atuação firme no combate ao crime organizado e havia relatado ameaças anteriores, inclusive um assalto a mão armada em 2023.


Desde janeiro de 2023, exercia o cargo de secretário de Administração Pública de Praia Grande, cidade onde vivia com a família.


Repercussão

Em nota, a Prefeitura de Praia Grande lamentou a morte e decretou luto oficial de três dias. A Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adepol) classificou o assassinato como “ataque covarde contra a sociedade” e cobrou investigação célere.


O governador Tarcísio de Freitas declarou que “o Estado não vai recuar” e prometeu “todos os recursos necessários para encontrar e punir os responsáveis”.