A BAIXADA SANTISTA É O ASSUNTO

Ação em 100 cidades busca garantir medicamentos de cannabis no SUS

Deputado estadual Caio França (PSB) anunciou que setembro ficará marcado por um "protocolaço" de projetos de lei para ampliar o acesso a esses produtos pela população

15/09/2025 - segunda às 02h00

Luta coletiva
A discussão sobre a cannabis medicinal ganha um novo e importante capítulo em São Paulo. Em setembro, está previsto um "protocolaço" de projetos de lei em 100 municípios para garantir a distribuição gratuita de medicamentos à base de canabidiol na rede pública de saúde. Duas cidades da Baixada Santista fazem parte dessa lista: Itanhaém e Peruíbe. O anúncio foi feito pelo deputado estadual Caio França (PSB), durante entrevista concedida à coluna. 

Avanço necessário
“É uma forma de ocupar o espaço institucional e, no final, conseguir democratizar o acesso aos produtos”, destacou o parlamentar, que participou, no último sábado, do painel de abertura da 2ª edição do Congresso Crema, realizado no Parque Valongo, em Santos. As propostas são inspiradas na Lei 17.618/2023, de autoria do socialista, que garante a distribuição gratuita de produtos derivados de cannabis para pacientes diagnosticados com Síndrome de Lennox-Gastaut, Síndrome de Dravet e Complexo da Esclerose Tuberosa.

Otimismo
França se mostra otimista com o avanço da pauta, que, segundo ele, tem sido abraçada por uma nova geração de vereadores. "O objetivo, agora, é ampliar o diálogo e transformar a questão em uma política pública em larga escala, oferecendo mais qualidade de vida a milhares de famílias", ressaltou.

Funil estreito
O deputado mencionou que apenas 560 famílias estão sendo atendidas pela legislação paulista em todo o Estado, um número muito baixo para São Paulo, que possui 46 milhões de habitantes. “O funil é estreito demais. Nossa luta é ampliar a regulamentação e incluir outras condições, como dor crônica, epilepsias refratárias e esclerose múltipla”, justificou.

Mistério no ar
Na última sexta-feira, a prefeita em exercício de São Vicente, Sandra Conti (União), decretou o sigilo, pelo período de 20 anos, de um processo administrativo de 1983, com a justificativa de resguardar informações e dados sensíveis de interesse público. 

Dentro da regra do jogo
A chefe do Executivo justificou que essa medida está amparada pelo Decreto 5.877, de 13 de julho de 2022, já que esse processo administrativo, relacionado à Secretaria Municipal de Licenciamento, está protegido por sigilo fiscal.   

Proteção ao jundu
O jundu, vegetação típica de restinga presente ao longo do litoral paulista, poderá ganhar uma proteção especial em Praia Grande. A vereadora Janaina Ballaris (União) apresentou, na última terça-feira, um projeto de lei para que o Município tenha uma política de preservação, proteção, recuperação e uso sustentável do jundu.

Restrições
O texto proíbe a remoção, corte ou queimada em áreas de ocorrência dessa vegetação. Nesses pontos também não será permitida a utilização de espaços para estacionamento, depósito de materiais, comércio irregular e instalação de equipamentos, assim como a instalação de quiosques, barracas ou estruturas. O descumprimento da norma prevê as seguintes punições: advertência, multa de 100 a 10 mil unidades fiscais do Município (UFMs) e embargo da atividade, com a obrigação de recuperação do espaço degradado. 

Pensando no futuro
Na justificativa da propositura, Janaina destaca a importância do jundu para a estabilidade da faixa costeira, proteção contra erosão e equilíbrio do ecossistema. O texto estabelece que o Município faça programas de educação ambiental focados nessa vegetação, destine recursos para proteger essas áreas e celebre convênios com universidades, entidades ambientais, institutos de pesquisa e iniciativa privada para promover programas de recuperação e reflorestamento em pontos degradados. 

Veto em análise 
A Câmara de Itanhaém discutirá hoje se mantém, ou não, o veto integral do prefeito Tiago Cervantes (Republicanos) ao Projeto de Lei 70/2025, que institui o Cartão Material Escolar. A matéria, de autoria do vereador Alexandre da Regional (MDB), trata da criação de um programa para permitir que os pais e responsáveis dos estudantes comprem os produtos em qualquer loja do Município.

Vício de iniciativa
Apesar da boa intenção do parlamentar, o gestor municipal justificou que essa proposta viola o preceito de separação dos poderes e que a autorização para implementar ações ligadas à administração pública ultrapassa os limites da função legislativa.