ECONOMIA LOCAL

Apesar de leve melhora nas contratações, mão de obra ainda é um desafio para o Comércio

CDL Santos Praia analisa últimos dados do Caged no Litoral Paulista e comerciantes estão preocupados com falta de profissionais

14/08/2025 - quinta às 16h57

Faltam cerca de quatro meses para as festas de fim de ano e muitos comerciantes já estão de olho em como preencher os postos de trabalho na época que mais tem demanda no ano: o Natal. Mas, a preocupação antecipada, tem motivo, já que neste momento, muitos têm vagas e não conseguem preencher.

         

É o caso do comerciante João Vilela, dono de duas lojas de artigos para casa, ele tem ao todo 15 funcionários. Com a chegada da época mais movimentada, já quer contratar três pessoas a mais pelo menos como vendedores e estoquistas, para ir treinando, mas tá difícil. "É complicado encontrar pessoas que tenham o perfil que as lojas exigem, que é trabalhar no fim de semana e o básico, cumprir horário, responsabilidade, interesse. Mudou bastante o perfil das pessoas que querem emprego e não trabalho", diz ele.

Até porque novas vagas, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, foram criadas. Segundo os últimos dados, referentes a junho, nas nove cidades da Baixada Santista foram contratadas 14.123 pessoas nos cinco segmentos analisados, 12.934 foram demitidas e o saldo foi de 1.189 postos a mais, em maio tinham sido 586 postos a mais.

Dados do Comércio Varejista

Em junho, nas nove cidades da Baixada Santista, o setor do Comércio Varejista teve no total 3.228 admissões, 3.124 demissões e um saldo positivo de 104 vagas. Em maio, haviam sido 3.497 contratações, 3.403 desligamentos e saldo de 94.

Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, a CDL Santos Praia, Nicolau Miguel Obeidi, apesar de novas vagas terem sido criadas, não pode se esquecer que a informalidade não entra na conta, apenas aqueles trabalhadores com carteira assinada. "Converso diariamente com comerciantes que se queixam da dificuldade em encontrar pessoas que de fato queiram trabalhar. E quando conseguem, há dificuldades de adaptação no básico: comprometimento e responsabilidade. Por isso, a rotatividade tem sido tão grande", completa.

Além do interesse, falta qualificação

Leandro Fiorotti Silva é dono de uma loja de moto peças e busca funcionários para balcão e estoque para reforçar o atendimento, mas esbarra na falta de qualificação. Ao todo, ele tem 16 pessoas trabalhando e poderia ter mais.

"Demoro para encontrar pessoas com interesse ou experiência no ramo, e quando tento contratar vejo que o comprometimento está cada vez mais difícil. Não dá pra generalizar, mas está cada vez mais complicado".

Relatório do desempenho das nove cidades da Baixada Santista no setor do Comércio Varejista, do melhor para o pior.

Santos

JUNHO: 1044 admissões / 933 desligamentos / saldo: 111

MAIO: 1093 admissões / 1063 desligamentos / saldo: 30

Itanhaém

JUNHO: 219 admissões / 173 desligamentos / saldo: 46

MAIO: 229 admissões / 206 desligamentos / saldo: 23

Guarujá

JUNHO: 475 admissões / 434 desligamentos / saldo: 41

MAIO: 512 admissões / 541 desligamentos / saldo: - 29

Mongaguá

JUNHO: 84 admissões / 78 desligamentos / saldo: 6

MAIO: 97 admissões / 110 desligamentos / saldo: - 13

Cubatão

JUNHO: 113 admissões / 114 desligamentos / saldo: - 1

MAIO: 109 admissões / 102 desligamentos / saldo: 7

Bertioga

JUNHO: 165 admissões / 184 desligamentos / saldo: - 19

MAIO: 191 admissões / 196 desligamentos / saldo: - 5

São Vicente

JUNHO: 376 admissões / 398 desligamentos / saldo: - 22

MAIO: 391 admissões / 370 desligamentos / saldo: 21

Peruíbe

JUNHO: 128 admissões / 154 desligamentos / saldo: - 26

MAIO: 177 admissões / 155 desligamentos / saldo: 22

Praia Grande

JUNHO: 624 admissões / 656 desligamentos / saldo: - 32

MAIO: 698 admissões / 660 desligamentos / saldo: 38