Lideranças do PL na Baixada Santista se revoltam com a prisão de Jair Bolsonaro
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontou na decisão que o ex-presidente descumpriu as medidas cautelares impostas pela mais alta corte no País
05/08/2025 - terça às 03h00Fora das quatro linhas
As lideranças do PL na Baixada Santista reagiram com indignação à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou ontem a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele é réu no inquérito que investiga a atuação de um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), nas articulações de sanções do governo dos Estados Unidos contra a economia e autoridades brasileiras. Segundo o magistrado, o ex-chefe do Executivo federal descumpriu a medida cautelar que o proibia de utilizar redes sociais, ainda que por meio de terceiros.
Sem tempo para tolices
Na sentença, Moraes mencionou que o ex-presidente apareceu em vídeos durante as manifestações realizadas no último domingo. Ele participou, por telefone, em uma chamada feita por outro filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que estava no ato da orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Já na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro fez uma aparição em uma ligação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). "A Justiça é cega, mas não é tola. A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico", reiterou o ministro na decisão.
Ação articulada
O integrante do STF também apontou a atuação coordenada dos filhos do ex-presidente nas manifestações, com mensagens de ataque à corte "com evidente intuito de interferir no julgamento da ação penal" relacionada ao núcleo principal de organização dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Como prova, citou uma chamada de vídeo entre Eduardo Bolsonaro e o deputado estadual (PL), durante a mobilização na Avenida Paulista.
Indignada
"Estou estarrecida. Não tem mais democracia no nosso país. A censura tomou conta". Foi desta forma que a deputada federal e presidente paulista do PL Mulher, Rosana Valle, se manifestou nas redes sociais ao comentar a decisão do magistrado.
Fica a dica
Na avaliação do deputado estadual Tenente Coimbra (PL), o STF está rasgando a Constituição Federal "por motivos políticos travestidos de jurídicos". Por esse motivo, fez a seguinte recomendação ao ex-chefe do Executivo federal: "Presidente, se eu fosse o senhor, eu ia agora para a embaixada americana!".
Fim dos tempos
Mansur questionou os seus seguidores nas redes sociais se Bolsonaro foi preso por algum caso de corrupção ou por roubar milhões. "A resposta é não. Está detido em casa, com tornozeleira eletrônica, porque seus próprios filhos postaram conteúdo com ele nas redes sociais. É o fim dos tempos", lamentou.
Recordar é viver
Em 24 de março de 2018, o deputado federal Eduardo Bolsonaro escreveu o seguinte no X (antigo Twitter): "Dá para levar a sério um país onde existe PRISÃO DOMICILIAR? O condenado é carcereiro dele mesmo! Se não conseguem nem monitorar as tornozeleiras eletrônicas quem dirá cada preso em seu domicílio. A lei de execuções penais e CPP (Código de Processo Penal) precisam ser revisados urgentemente!".
"Os quatro patetas"
Em uma referência direta aos três integrantes do PL citados acima e ao deputado estadual Paulo Corrêa Júnior (PSD), que participaram do ato na Avenida Paulista em apoio a Bolsonaro, o vereador de Santos Marcos Caseiro (PT) chamou o grupo de "os quatro patetas", mas sem mencioná-los nominalmente. A declaração foi feita na noite de ontem, durante a audiência pública promovida pela Câmara para discutir a violência policial na periferia. A atividade foi presidida por Débora Camilo (PSOL).
Comunidade invisível
O petista criticou a ausência do quarteto no combate ao incêndio de grandes proporções que atingiu a região do Dique da Vila Gilda, na última sexta-feira, deixando mais de 500 pessoas desabrigadas. "Onde estavam os representantes da nossa região? Os quatro patetas, os quatro deputados, três estaduais e um federal, estavam na Paulista com bandeirinhas, com camisa amarelinha, discutindo e pedindo anistia para um cidadão, cujo projeto era matar o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) e o vice (Geraldo Alckmin). Não vi nenhum deles fazendo projetos para a Zona Noroeste, que é uma área invisível para esses caras", desabafou.
Sinal amarelo
O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou ontem os resultados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes ao mês de junho. Ao analisar os dados do primeiro semestre deste ano, a coluna identificou que Guarujá registrou o quarto pior saldo entre admissões e demissões no Estado, com 507 postos de trabalho a menos. Apenas Poá (-974), Ribeirão Branco (-881) e Caraguatatuba (-514) tiveram um desempenho pior.
Cartão vermelho à violência
A Secretaria da Mulher, Cidadania, Diversidade e Direitos Humanos de Santos lançou ontem as ações do Agosto Lilás, que tem como foco a conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Curiosamente, a primeira iniciativa ocorreu na capital paulista, mais precisamente no Morumbis, estádio que recebeu a partida entre Santos e Juventude, válida pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Peixe venceu o time gaúcho por 3 a 1 diante de 37.485 torcedores.
Luta fundamental
Durante o intervalo do jogo, foi exibida uma faixa com os seguintes dizeres: "Cartão vermelho para a violência contra a mulher!". No telão, foram apresentados um vídeo e mensagens de alerta e conscientização. “A presença dessa mensagem em um espaço simbólico, como o estádio, ajuda a romper o silêncio e lembrar que o enfrentamento à violência contra a mulher é responsabilidade de toda a sociedade”, destacou a titular da pasta, Nina Barbosa, que participou dessa iniciativa com a vice-prefeita Audrey Kleys (Novo).