VALE DO RIBEIRA

Encontro discute estratégias para desenvolver a produção aliada ao turismo em Barra do Turvo

Realizado pelo Sebrae-SP, evento reuniu produtores das comunidades remanescentes de quilombos na região

18/07/2025 - sexta às 15h54

“É uma semente que está sendo implantada no coração das pessoas para valorizar o nosso Vale do Ribeira. E isso é muito importante. Com essa troca de ideias, a gente só tem a crescer”. Assim a apicultora Elisabete Garcia Watanabe definiu o Encontro de Saberes e Parcerias de Barra do Turvo, realizado no dia 8 de julho pelo Sebrae-SP em parceria com a Prefeitura do município, Sindicato Rural de Iguape e Fundação Florestal. Com apoio do Senar, Faesp e Fundação Itesp, o evento ocorreu no Centro Comunitário do Quilombo Cedro.

Responsável por abordar as técnicas de apicultura e meliponicultura, mostrando como a produção de mel pode gerar renda para as comunidades, Elisabete também destacou a importância do associativismo e do trabalho realizado em conjunto para fortalecer a cadeia produtiva. “Com essa renda extra é possível melhorar a qualidade de vida, permanecendo na região e valorizando o que temos de melhor que é a nossa mata atlântica”. 

O principal objetivo do encontro, segundo o consultor de negócios do Sebrae-SP, Lucas Cárnio, foi aliar a produção de mel e polpa de juçara a outras vocações regionais, como a gastronomia e o artesanato, visando desenvolver o turismo nas comunidades remanescentes de quilombos da região. “Todas essas atividades se conectam quando a gente vai desenvolver o turismo na comunidade quilombola. Estamos buscando capacitar os empreendedores em cada atividade, para ajudar a melhorar a produção da polpa da Juçara, de mel e pólen, assim como também trabalhamos para desenvolver o artesanato tradicional e a gastronomia para alavancar o turismo nas comunidades”, explica. 

"A Prefeitura de Barra do Turvo fechou parceria com o Sebrae-SP para ajudar a desenvolver esse trabalho. Por meio do Cidade Empreendedora, faremos o levantamento dos artesãos do município, cursos de empreendedorismo e também uma missão técnica a Iporanga, onde o turismo é mais consolidado”, revela Lucas. 

Durante o Encontro de Saberes e Parcerias, os participantes puderam optar pelas oficinas de gastronomia, apicultura ou artesanato. No período da tarde, todos se reuniram para discutir de que forma cada cadeia produtiva pode integrar a atividade turística nas comunidades.  

A maioria dos participantes do evento integra o Programa PSA Juçara da Fundação Florestal, que realiza o pagamento por serviços ambientais às comunidades que ajudam a preservar a palmeira de juçara nas unidades de conservação. Diversas comunidades remanescentes de quilombos participam do programa e podem utilizar as sementes para fazer a polpa de Juçara.

“Eventos como esses são muito importantes porque é o momento, primeiro, de encontro com todos os saberes locais, com pessoas de diferentes capacidades de desenvolver algum tipo de arte, culinária ou outra atividade. Então é um momento de despertar também para outras oportunidade de geração de renda. São mil possibilidades que só encontros como esse podem proporcionar”, avalia a artesã Janaína de Oliveira Franco, de Iporanga.