EMPREENDEDORISMO

Márcio França destaca importância de grupo de trabalho exclusivo aos pequenos negócios no BRICS

Em abertura de reunião com ministros do BRICS, ministro do empreendedorismo ressaltou papel dos pequenos negócios para o crescimento econômico

23/05/2025 - sexta às 14h36

O ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), Márcio França, destacou a relevância de o BRICS ter criado um grupo de trabalho especificamente para tratar das micro, pequenas e médias empresas, ressaltando o papel fundamental delas para o crescimento econômico, durante a abertura da reunião de ministros da Indústria dos BRICS, realizada quarta-feira (21), no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

O BRICS é composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além dos novos membros Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. O Brasil preside o bloco neste ano, com foco na cooperação do sul global e parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental. Márcio França e o vice-presidente e ministro Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, representaram o Brasil no encontro.

O ministro do Empreendedorismo enfatizou que as micro e pequenas empresas representam cerca de 90% das empresas e mais de 50% dos empregos em todo o mundo. No Brasil, esse número chega a 98% das empresas e 75% dos empregos.

Um dos temas discutidos na reunião é justamente o fortalecimento das micro, pequenas e médias empresas e integração de cadeias produtivas. Além disso, os participantes debatem a defesa do multilateralismo diante das tarifas aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e os impactos da nova revolução industrial nas economias globais, com estratégias e cooperação em áreas como transformação digital da indústria, manufatura inteligente e a robótica.

França apresentou os principais resultados da presidência brasileira no grupo de trabalho de MPMEs, cuja criação ele considera uma conquista institucional importante, e um avanço substancial na agenda econômica do BRICS.

“Assumimos, com senso de responsabilidade, o desafio de dar estrutura, ritmo e conteúdo a um tema historicamente tratado de maneira dispersa. Nosso compromisso foi dotar o GT de MPMEs de instrumentos institucionais sólidos, capazes de gerar cooperação concreta e de longo prazo entre nossos países.”

Três documentos estratégicos foram desenvolvidos e aprovados por consenso: o primeiro, Termo de Referência, define o funcionamento interno do GT, seus princípios operacionais, critérios de decisão por consenso e mecanismos de comunicação contínua. Também propõe coordenação transversal com outros grupos do BRICS e prevê o compartilhamento sistemático de boas práticas, resultados e projetos-piloto entre os países.

O segundo documento é o Plano de Ação para as MPMEs 2025-2030. Estruturado em três eixos - intercâmbio de informações, sinergia empresarial e acesso a mercados —, este plano estabelece uma rota clara para fortalecer a cooperação no setor. “Dentre as ações previstas, destaco o mapeamento de ecossistemas de PMEs e startups; a promoção de feiras e encontros empresariais; o incentivo a práticas sustentáveis e inclusivas; e o levantamento de plataformas digitais de apoio à internacionalização das MPMEs, inclusive no comércio intraBRICS.”

O terceiro documento é uma lista de contatos institucionais de cada país membro. França afirmou ser um instrumento simples, mas de grande valor porque facilita a articulação direta e prática entre os diferentes atores dos ecossistemas empreendedores dos BRICS.

Nos países do Brics, esse setor constitui uma verdadeira espinha dorsal do dinamismo produtivo e da inclusão social. A criação desse grupo de trabalho, no ângulo da parceria da nova revolução industrial é um marco estratégico que nos permitirá ampliar o intercâmbio de experiências, fomentar iniciativas conjuntas e fortalecer a presença das micro pequenas e médias empresas no comércio intrabrics e em toda a economia global”, disse França.

Economia inclusiva - O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, falou sobre a importância de se ter uma economia mais inclusiva e sustentável. "Para isso, a presidência brasileira do BRICS, sob liderança do presidente Lula, assume o compromisso de promover soluções práticas e coordenadas entre nossos países — especialmente nas agendas industrial, tecnológica e produtiva.”

Ele ainda lembrou que, juntos, o BRICS representa quase metade da população mundial, 39% do PIB global em paridade de poder de compra e 24% do comércio internacional.

Ao término do encontro, devem ser divulgados os documentos que serão enviados à Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, prevista para 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro.