Quem foi Juscelino Kubitschek de Oliveira?

Você sabia? O ex-presidente Juscelino Kubitschek, conhecido por ter idealizado a construção de Brasília, teve uma trajetória de vida repleta de reviravoltas — e não apenas na política.

Juscelino nasceu em 12 de setembro de 1902, na charmosa cidade de Diamantina, em Minas Gerais. Durante a juventude, chegou a estudar em um seminário dos padres Lazaristas, em 1914, antes de seguir o caminho da Medicina. Formou-se pela Faculdade de Medicina de Belo Horizonte em 1927 e atuou como médico até a década de 1940.

Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, participou como médico das tropas do Hospital Militar da Força Pública de Minas Gerais. Na política, sua carreira começou cedo: foi chefe do Gabinete Civil de Minas Gerais entre 1933 e 1934 e, logo depois, elegeu-se deputado federal pelo Partido Progressista em 1935. No entanto, teve o mandato interrompido com o golpe do Estado Novo, em 1937.

Nomeado prefeito de Belo Horizonte em 1940, JK transformou a cidade com obras de urbanização, e ajudou a fundar o Partido Social Democrático (PSD) em Minas. Com a redemocratização, tornou-se deputado constituinte em 1946 e, depois, governador de Minas Gerais entre 1951 e 1955.

Em 1955, lançou-se candidato à presidência da República pela coligação PSD-PTB, tendo como vice João Goulart. Venceu e tomou posse em 31 de janeiro de 1956, após uma intensa crise política. Seu governo ficou marcado pelo lema "Cinquenta anos em cinco", com foco no desenvolvimento e na modernização do país.

Após o mandato presidencial, foi eleito senador por Goiás em 1962. No entanto, com o golpe militar de 1964, teve seu mandato cassado e os direitos políticos suspensos por uma década. Mesmo assim, foi um dos criadores da Frente Ampla, um movimento de oposição ao regime militar, e articulou, ao lado de João Goulart, o Pacto de Montevidéu em 1967.

Exilado por um período, retornou ao Brasil e abandonou a política em definitivo após a extinção da Frente Ampla, em 1968. Ainda assim, JK seguiu ativo: tornou-se diretor-presidente do Banco Demasa, entrou para a Academia Mineira de Letras em 1974, e foi eleito "Intelectual do Ano" em 1975, recebendo o Troféu "Juca Pato".

Passou seus últimos anos em sua fazenda, em Luziânia (GO), até falecer em um acidente de carro na Via Dutra, próximo a Resende (RJ), em 22 de agosto de 1976 — um fim trágico e até hoje envolto em teorias conspiratórias.