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Viva o Bairro: tranquilo e histórico São Jorge recebe serviços de reparo e conservação

Do total de moradores, cerca de 3 mil vivem no conhecido Conjunto Habitacional dos Estivadores, um dos maiores da Baixada Santista

da Redação

15/05/2025 - quinta às 12h00

A tranquilidade e a ampla predominância por residências do bairro São Jorge, em Santos, um dos menores da Zona Noroeste, pode esconder a riqueza histórica e peculiaridades que tornam o local de 509 mil m², onde vivem cerca de 7.300 moradores, especial e importante para a Cidade.

 

Do total de moradores, cerca de 3 mil vivem no conhecido Conjunto Habitacional dos Estivadores, um dos maiores da Baixada Santista. O bairro faz divisa com São Vicente, Caneleira e Avenida Nossa Senhora de Fátima.

 

É facilmente localizado por uma peça escultórica de cerca de 8 metros, o conhecido monumento dos tambores, e tem em seu território um dos mais importantes patrimônios históricos do País: o Engenho dos Erasmos.

 

E o peculiar bairro, com ares de interior, está recebendo toda a atenção que merece, com as ações do programa Viva o Bairro, até o dia 25 de maio, com diversos serviços de conservação e reparo: raspação, caiação, corte de grama, poda de árvores, tapa buraco asfáltico, entre outras intervenções de limpeza.

 

O programa Viva o Bairro é uma parceria entre a Secretaria das Prefeituras Regionais (Sepref) e a Ouvidoria e Controle e visa se aproximar do cidadão, acolher suas demandas e acompanhá-las até a execução, melhorando o serviço público. 

 

De acordo com a Ouvidoria Municipal, até o dia 8 de maio, os serviços mais solicitados pela população em relação ao programa foram poda de copa de árvore (514), manutenção e limpeza em bueiro (424), tapa-buraco (284), manutenção em praças (220), Remoção de Árvores (87), pinturas de postes e guias (84), poda de raiz de árvore (82), entre outros.

 

A HISTÓRIA

O São Jorge, que perdeu a "Vila" que antecedia seu nome em 1968, tem o nome de herança do Rio São Jorge, importante curso d'água que serviu para Martim Afonso de Souza, no século 16, transportar o açúcar produzido no Engenho São Jorge dos Erasmos até o Porto.

 

Com superfície baixa e pantanosa, o espaço talvez nunca tivesse ganhado habitantes se não fosse o empresário do ramo da construção civil, Otávio Ribeiro de Araújo, que hoje dá nome a uma praça. Ele foi responsável por uma série de construções e pavimentações pela Cidade e o responsável por recuperar e aterrar não apenas a então Vila São Jorge santista, mas também a localidade homônima, no lado de São Vicente.

 

O número de habitantes do bairro quase que dobrou com a inauguração do Conjunto Residencial Parque do Engenho, conhecido como Conjunto dos Estivadores, que começou a ser ocupado em 1990.

 

Os 21 blocos de prédios com três andares cada compreendem uma área construída de 30 mil metros quadrados. O complexo conta com cerca de três pessoas, em média, em cada um dos seus 984 apartamentos, estimando-se assim quase três mil moradores.

 

PRAÇA PRESTES MAIA É REFERÊNCIA

Referência do bairro, a Praça Prestes Maia recebeu uma série de intervenções em 2023. Uma nova quadra de cerca de 560m² foi implantada no local, visando o incentivo de esportes entre os moradores.

 

Novos jogos de bancos também foram instalados, que se somaram ao novo desenho de paisagismo. 

 

Os jardins ganharam novos cordonéis para a requalificação das áreas verdes. Além disso, o local ainda ganhou uma escultura em homenagem a São Jorge, santo que dá nome ao bairro.A praça recebeu nova pintura em diversas superfícies: quadra, cordonéis e mobiliário. Foi realizada manutenção nos telhados dos quiosques, que receberam novas lâmpadas.

 

MONUMENTO MARCANTE

O conhecido monumento dos tambores, Marco rodoviário de Santos-São Vicente, é considerado uma arrojada obra arquitetônica para sua época, inaugurado em 26 de janeiro de 1968, dividindo as cidades. É de autoria de Ubirajara Ribeiro e Walter Maffei, que o projetaram em 1967, como complementação das obras de urbanização da Av. Nossa Senhora de Fátima.

 

Ele ficou por muito tempo a poucos metros da Avenida Haroldo de Camargo, no bairro, e faz referência a Santos como porto petrolífero, já que lembra o petróleo transportado em caminhões que utilizavam a Avenida Nossa Senhora de Fátima como rota, representando também o polo industrial da Alemoa.

 

Recentemente, a escultura foi reformada e mudou de localização, agora no cruzamento das avenidas Nossa Senhora de Fátima e Francisco da Costa Pires, no bairro Areia Branca (Zona Noroeste). Tem cerca de oito metros de altura, um de largura e um de profundidade. As peças são agora em fibra de vidro, substituindo os 22 tambores de óleo vazios, de 20 litros cada, em aço galvanizado. Os tambores vazados de forma estratégica em forma de Rosa dos Ventos, indicando Norte, Sul, Leste e Oeste, sinalizam a direção das cidades de Santos e São Vicente.

 

ENGENHO DOS ERASMOS

Construído em 1534 por indígenas escravizados sob ordem de Martim Afonso de Souza e seus sócios, o Engenho dos Erasmos é o mais antigo engenho de açúcar preservado no Brasil. O espaço se tornou um importante patrimônio histórico e uma Base Avançada de Pesquisa, Cultura e Extensão da USP, representando um marco na expansão da produção açucareira colonial.

 

Originalmente chamado de Engenho do Governador, a propriedade se destacou como um dos primeiros engenhos de açúcar do Brasil. Em 1540, foi adquirida pelo comerciante flamengo Erasmo Schetz, que impulsionou sua produção e exportação para a Europa.

 

Durante sua administração, o local recebeu uma capela dedicada a São Jorge, originando o nome atual do monumento. No entanto, o crescimento dos engenhos nordestinos, os ataques piratas e a resistência indígena levaram à decadência da propriedade, que foi vendida em 1620 e operou em menor escala até o século 18.

 

VISITAS

Escolas públicas e particulares do ensino básico, além de instituições de ensino técnico e superior, podem agendar visitas ao sítio arqueológico. Gratuitas, acontecem de terça a sábado, das 9h às 16h, e grupos com mais de 10 pessoas devem agendar previamente pelo e-mail: [email protected].

 

O espaço tem educadores da USP e bolsistas da Universidade Católica de Santos (UniSantos) de cursos como História, Biologia e Enfermagem. A programação inclui palestras no auditório, visitas guiadas pela biblioteca e pelo conjunto de ruínas do século 16.

 

INVESTIMENTOS

Uma série de investimentos foram sendo realizados no bairro. Em 2018, o bairro ganhou a ciclovia da Avenida Eleanor Roosevelt.  Em 2019, por exemplo, a implantação de uma nova ciclovia de 540m e duplicação da Rua Francisco Ferreira Canto (da Praça Albertino Moreira à Rua Feira de Santana), que também passou por uma remodelação urbanística, com calçadas acessíveis.

 

A Francisco Ferreira Canto começa na Praça Júlio Dantas, confluência com a Nossa Senhora de Fátima, onde foi implantada uma rotatória, e vai até o entroncamento com o Caminho São Jorge e a Rua Torquato Dias, subida do Morro Caneleira. É o acesso ao Morro Nova Cintra e à Zona Leste, que desemboca no bairro do Marapé.

 

A reurbanização da via deu fluidez ao trânsito e aumentou a segurança do tráfego. 

 

EDUCAÇÃO

Também foi inaugurada em 2019 a escola municipal Maria Lúcia Prandi no bairro, unindo-se no atendimento educacional à UME Dr. Fernando Costa.

 

SAÚDE

Desde o final do ano passado, os moradores do bairro ganharam uma nova estrutura para atendimento da saúde, com o Polo de Atenção Primária da Saúde (Paps). A edificação reúne em um mesmo terreno, mas com entradas e espaços separados, as policlínicas São Jorge/Santa Maria e Caneleira. As unidades atendem cerca de 15 mil pessoas atualmente.

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