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Unimed Santos limita testes de Covid-19 e superlotação de pronto-socorro gera reclamações nas redes

Apenas pacientes graves e internados são testados na unidade

Por Lucas Campos - Redação BS9

20/01/2022 - quinta às 09h56

Profissionais infectados com Covid-19 estão afastados da unidade deixando atendimento ainda mais lento - (foto: reprodução)

Várias reclamações foram notadas nos últimos dias nas redes sociais a respeito do atendimento das redes de plano de saúde da Baixada Santista que procuram atendimento em pronto-socorros superlotados com a pandemia de Covid-19 e também a epidemia de Influenza. Entre elas está a demanda do principal pronto-socorro do plano de saúde Unimed Santos, localizado na Rua Paraná, na Vila Mathias.
 
A maior reclamação é sobre as filas intermináveis para o atendimento, com uma espera de até oito horas desde a chegada no local até entrar na sala do médico plantonista. Um funcionário da unidade, que preferiu não ser identificado, disse ao Portal BS9 que um dos motivos para a superlotação do atendimento é que a Unimed Santos cortou o atendimento dos Pronto Socorros da Beneficência e do São Lucas desde o dia 1º de agosto de 2021. No São Lucas, só há atendimento para ortopedista, obstetra ou ginecologista.
 
Ele informou ainda que, no comunicado, a cooperativa de saúde afirmou que haveria a contratação de novos profissionais para atender a demanda, o que até hoje não ocorreu. Com o novo surto de Covid-19 na região, há também o problema de profissionais infectados que estão afastados, e isso vai fazendo com que a equipe fique ainda mais reduzida.
 
Além disso, a Unimed Santos publicou um comunicado na última sexta-feira, dia 14, informando que irá limitar os testes de Covid-19 e Influenza apenas para pacientes graves e internados. Isso porque, segundo eles, há uma restrição de insumos no mercado devido ao aumento no número de casos das doenças.
 
A medida vai contra o Projeto de Lei 1716/20 que tornou obrigatória a testagem em massa de pacientes que apresentarem sintomas de Covid-19, principalmente os grupos de maior risco, além dos profissionais de saúde, em outubro do ano passado. O autor da proposta, o deputado Marreca Filho (Patriota-MA), disse na época segundo a Agência Câmara de Notícias que "o objetivo é detectar precocemente os casos sintomáticos na tentativa de bloquear a transmissão do novo coronavírus, a partir do isolamento dos doentes". 
 
Isso significa que as autoridades acreditam que a testagem é uma das melhores formas para controlar a pandemia. Mesmo com sintomas leves, moderados, ou até que fique assintomático pode transmitir o vírus. Os sintomas da variante ômicron podem ser confundidos com uma gripe, resfriado e até mesmo uma alergia. Só a testagem pode dizer a doença pela qual a pessoa está passando.

Novas recomendações da ANS
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu que planos de saúde devem cobrir os testes rápidos para detecção de antígeno da Covid-19 a todos os beneficiários. A inclusão da testagem no rol de procedimentos obrigatórios foi aprovada por unanimidade em reunião extraordinária na noite desta quarta-feira, dia 19.

Assim, o teste passa a ser disponibilizado para todos os pacientes que apresentem sintomas de síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave, desde que entre o primeiro e o sétimo dia do início dos sintomas. Os planos de saúde não serão obrigados a arcar com o procedimento quando o paciente tiver resultado positivo para a Covid em teste até 30 dias ou tiver tido contato com alguma pessoa infectada, mas esteja assintomático.
 
Outro grupo que não será incluído na cobertura dos planos são crianças com menos de 2 anos, assim como quem deseja saber o diagnóstico para voltar ao trabalho ou pela suspensão do período de isolamento.
 
Especialista
O advogado Rafael Quaresma, mestre e doutor em Direito do Consumidor, fez uma análise da situação. Ele explica que os testes têm um custo para quem vai realizá-los, seja o laboratório, seja o plano de saúde. Com isso, mais cedo ou mais tarde ele vai acabar sendo repassado para o consumidor e ele não vê como errado ou ruim estabelecer alguns critérios e impor certos limites para sua realização.
 
"A única coisa que eu destacaria é que os testes não podem deixar de serem realizados quando houver necessidade através de prescrição médica. Sempre que houver a solicitação por um médico não cabe à operadora ou ao plano limitarem essa realização. Acredito que as operadoras e a Unimed Santos estão tentando estabelecer alguns critérios para que as pessoas não façam o teste todo dia várias vezes e onerem demasiadamente o plano de saúde", explica.
 
Com a palavra
Consultada, a Unimed Santos enviou uma nota ao Portal BS9 nesta terça-feira, dia 18, que você confere na íntegra a seguir.

"A Unimed Santos agradece a oportunidade de manifestação e presta os seguintes esclarecimentos, no que se refere à realização de exames para detecção do coronavírus, no Pronto Atendimento de Santos.
 
A Unimed Santos reconhece a importância da testagem, a critério médico, dos pacientes com sintomas clássicos de infecção por Covid-19, para controle epidemiológico e manejo. No entanto, houve a necessidade de restringir a testagem, devido à falta do exame no mercado.
 
A oferta de kits de testagem, pelas empresas fornecedoras, não está sendo suficiente para suprir a alta procura, impossibilitando a Unimed Santos de realizar a reposição de estoques.
 
A Prefeitura de Santos anunciou, e é manchete do jornal A Tribuna de hoje, que “Santos decide limitar testes de Covid-19”. O motivo, informa a notícia, é a “dificuldade para repor os estoques”.
 
A Unimed Santos está realizando os testes, como recomendado, nas seguintes circunstâncias: pacientes com sintomas mais severos, pacientes hospitalizados e cirúrgicos e pessoas nos grupos de risco, prioritariamente.
 
A situação anômala não atinge apenas a Unimed Santos ou o município de Santos. É uma realidade verificada no Estado de São Paulo, no Brasil e em várias partes do mundo. A circulação da variante Ômicron gerou uma inesperada onda de casos de Covid-19, contrariando a situação de redução da contaminação, que vinha sendo registrada nas semanas antecedentes.
 
A Imprensa nacional tem fartamente noticiado sobre a falta de insumos para a produção de testes para detecção de Covid. A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), por meio de seu Comitê de Análises Clínicas, divulgou, no último 12 de janeiro, um alerta para o possível desabastecimento total. No comunicado, solicita a “utilização criteriosa de testes”, e informa as razões que devem justificar a solicitação, que são as mesmas que orientam a conduta da Unimed Santos.
 
A Revista Exame, noticiou, no dia 13 passado: “Rede D’Or limita testes de Covid-19 devido à falta de insumos. Rede está priorizando pacientes internados e com indicação clínica; Raia-Drogasil já havia interrompido os testes por falta de insumos”.
 
“Escassez de testes exige que laboratórios priorizem pacientes com sintomas graves. Associação de laboratórios privados alerta para falta de testes; diretor diz que cenário será “difícil” com escassez de PCR e antígeno”, noticiou a CNN, no dia 12 de janeiro.
 
“Testes de Covid começam a faltar em todo o país. Associação de Laboratórios alerta que, em meio à explosão de contágio pela variante ômicron, o Brasil também sofrerá com a escassez de insumos para a devida testagem”. A informação é da Rede Brasil Atual, no dia 12 de janeiro.
 
Para se ter uma ideia, antes de ser obrigada a limitar a testagem, a Unimed Santos apresentava números expressivos. Em dezembro, 5.277 pacientes foram submetidos ao antígeno para Covid. Desses, 11,25% (593) apresentaram resultado positivo, e 4.864 não foram diagnosticados com a infecção pelo vírus.
 
Nos 10 primeiros dias de janeiro, no Pronto Atendimento de Santos, 2.348 pacientes foram submetidos ao antígeno para Covid, com os seguintes resultados: 957 pacientes (40,76%) com Covid detectado, e 1.391 (59,24%) com diagnóstico de Covid não detectado.
 
Por fim, informamos que a Unimed Santos contratou médicos, emergencialmente, para suportar o inesperado aumento de demanda no serviço de Pronto Atendimento. Já no final de semana e neste início de semana, a situação mostrou-se tranquila e o fluxo de atendimento segue dentro da normalidade, com tempo de espera de aproximadamente 30 minutos, entre a entrada no serviço e o atendimento médico propriamente dito".

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