CANCELA ELE?
Decisão do governador faz com que o valor do pedágio represente exorbitantes 54,1% do que é gasto com combustível numa viagem ida e volta de São Paulo a Santos
Pedro Juvenal
02/07/2025 - quarta às 00h01
Praça de pedágio na rodovia Imigrantes, planalto - Robson de Castro
O pedágio mais caro do Brasil está, desde ontem, dia 1, ainda mais caro. Vencer a cancela no Sistema Anchieta-Imigrantes passou de R$ 36,80 para R$ 38,70, em um reajuste de 5,16%, o equivalente a R$ 1,90.
Para se ter uma clara ideia do quão cara é a cobrança, a distância entre a Praça da Sé, em São Paulo, e a Praça Mauá, em Santos, é de aproximadamente 80 quilômetros. Sendo assim, em uma viagem de ida e volta são percorridos 160 quilômetros.
Tomando como exemplo o consumo médio, na estrada, de um carro modelo Chevrolet Onix, que é de 14,9 Km/l (quilômetros por litro) quando abastecido com gasolina, 11 litros são suficientes para cumprir o percurso. Esses 11 litros de gasolina comum custam R$ 71,50, considerando o valor de R$ 6,50, o litro.
Na prática, então, o atual valor do pedágio representa astronômicos 54,1% do que é gasto com combustível. Se considerado o dispêndio total na viagem, somando o combustível mais o pedágio, o impacto é de 35,1%, ou seja, mais do que um terço de tudo que se gasta na viagem ida e volta.
REI DO PEDÁGIO
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que autorizou o aumento, já vem sendo chamado por muitos prefeitos de o Rei do Pedágio. Se tem ou não razão de ser, a verdade é que desde o ano passado o chefe do Executivo Paulista anunciou um projeto que prevê a instalação massiva de pedágios no acesso a cidade do interior do Estado. Ele pretende instalar ao menos 58 novos pontos de pedágios de cobrança automática, inclusive na Baixada Santista, em especial na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-055).
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