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"Tambor de Fogo" ocupa o Centro de Peruíbe com ancestralidade, música e afirmação da fé

A celebração aconteceu no Boulevard

Da Redação

27/06/2025 - sexta às 15h29

Na noite do dia 24 de junho, o Centro de Peruíbe foi transformado em território sagrado com a realização do “Tambor de Fogo”, evento que celebrou o sincretismo entre São João Batista, padroeiro do Município, e o Orixá Xangô, senhor do fogo, da justiça e do trovão.

 

A celebração aconteceu no Boulevard, entre a Rua Barão de Mauá e a Praça Ambrózio Baldin, reunindo dezenas de terreiros, líderes religiosos, Ogans, atabaqueiros e a população em geral, em um ato coletivo de fé, cultura e resistência.

 

O evento foi idealizado pelos Ogans Tico, Luiz Isidoro e Carlos Muller, que uniram tradição, força espiritual e articulação comunitária para fazer do Tambor de Fogo uma roda de axé e afirmação pública. 

 

A proposta ganhou força com o apoio do secretário Municipal de Governo, Rafael Vitor, que foi fundamental para a viabilização do evento, atuando ativamente nos bastidores na construção institucional, articulação intersetorial e apoio logístico, garantindo assim estrutura, segurança e o diálogo institucional necessário para que a celebração acontecesse com dignidade e respeito.

 

Entre os articuladores e representantes da comunidade de matriz africana, esteve Júnior Fernandes, que ao lado de Mãe Lúcia, integra o Comitê Inter-Religioso de Peruíbe, que destacou: “a realização desse evento no centro da cidade não é apenas simbólica — é estratégica. Estarmos ali, com nossos atabaques e nossos Orixás, é uma forma de ocuparmos os espaços que historicamente nos foram negados. Somos parte desta cidade, da sua cultura e da sua história”.

 

Também foram parceiros importantes o prefeito Felipe Bernardo (PSD), o secretário de Turismo e Cultura, Edilson Almeida, e a Diretoria de Cultura, com destaque para Cassiane Tomilheiro e Cynthia Riggo, que acompanharam com sensibilidade e comprometimento todas as etapas de produção e realização do evento.

 

Um dos momentos mais marcantes da noite foi protagonizado por Makota Bárbara Conceição, conhecida na tradição como Matambelewa, do Inzo Unsaba Zambiri Mutakalambo (IUZM), que dançou com firmeza, axé e ancestralidade durante a celebração, representando a força das tradições de matriz Bantu e emocionando os presentes com sua presença espiritual e simbólica.

 

Também esteve presente o Pai Maurício Teixeira, importante liderança na luta pelos direitos do povo negro e de axé, atuando como presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra e Promoção da Igualdade Racial e presidente do Conselho Municipal de Economia Solidária, reafirmando o elo entre fé, política pública e justiça social.

 

Por volta das 21h, os tambores “viraram a banda” e os louvores se voltaram aos Guardiões das encruzilhadas — Exu e Pombogira, em um momento de reverência, respeito e fortalecimento espiritual, reafirmando o direito de celebrar todos os Orixás e Entidades com liberdade e dignidade.

 

Mais do que uma celebração religiosa, o Tambor de Fogo foi um ato de ocupação simbólica e espiritual do centro da cidade. Foi um lembrete de que o povo de terreiro está organizado, ativo e presente — e que sua fé é também parte da identidade cultural de Peruíbe.

 

“Celebrar Xangô e Exu em praça pública é ocupar um lugar que é nosso por direito. É dizer que a nossa fé também é povo, também é cultura e também é política. O Tambor de Fogo é a batida viva da nossa história", destacou Júnior Fernandes.

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