MEIO AMBIENTE
Dia Internacional da Biodiversidade é celebrado em 22 de maio
Da Redação
23/05/2025 - sexta às 10h52
Na terra onde Martim Afonso ancorou suas caravelas, os rios correm tão azuis quanto o céu, os morros se vestem de verde, simbolizando a esperança de um futuro próspero. Da vista da baía de São Vicente até o esguio Rio Mariana, forma-se um cenário poético, digno das pinceladas de Benedito Calixto, que merece ser lembrado e celebrado neste Dia Internacional da Biodiversidade, comemorado em 22 de maio.
A Primeira do Brasil abriga uma impressionante diversidade de ecossistemas: os manguezais, onde a água doce encontra a salgada e as árvores exibem suas raízes aéreas; as restingas, que ajudam a filtrar e purificar a água, protegendo a qualidade do mar; e a floresta ombrófila densa, um exuberante reduto de espécies como palmeiras, samambaias, orquídeas e imponentes árvores de grande porte.
Essa riqueza natural reflete o compromisso da cidade com a preservação ambiental. São Vicente mantém quase 70% de sua vegetação nativa intacta, grande parte localizada em unidades de conservação, como o Parque Estadual Serra do Mar e o Parque Estadual Xixová-Japuí. O Município tem defronte sua orla a APA Marinha Litoral centro, e se beneficia também dos efeitos desta importante unidade de conservação, que é a segunda maior do país.
O Parque Estadual Xixová-Japuí, situado na Avenida Tupiniquins, abriga uma biodiversidade notável. Entre os destaques da flora, estão o palmito-juçara (Euterpe edulis) e o icônico pau-brasil (Paubrasilia echinata). Na fauna, brilham espécies como o tucano-de-bico-preto (Ramphastos vitellinus), o vibrante tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), o simpático bicho-preguiça (Bradypus variegatus), a tartaruga-verde (Chelonia mydas) e a tímida toninha (Pontoporia blainvillei).
Por toda a cidade, a vida silvestre se faz presente voando pelos céus ou caminhando pelas areias. A Praia de Paranapuã, dentro do Parque Xixová-Japuí, é um importante ponto de descanso e alimentação para diversas aves residentes e migratórias, como o trinta-réis-real (Thalasseus maximus), uma espécie ameaçada de extinção.
Na Ilha Porchat, destaca-se uma família de jacus (Penelope spp.), aves famosas por seu papel na produção de um dos cafés mais exóticos e valorizados do mundo. Além disso, são fundamentais na dispersão de sementes, colaborando com a regeneração das florestas e a manutenção da diversidade vegetal.
Na Praia do Itararé, a vegetação fixadora de dunas, o jundu, começa a reaparecer. Essa vegetação nativa é essencial para conter a erosão costeira e serve de abrigo e alimento para várias espécies animais. Preservá-la é um compromisso com as futuras gerações.
Outro visitante frequente da região é o tapicuru (Phimosus infuscatus), cuja presença se intensifica após períodos de chuva, quando procura alimento em áreas alagadas e de solo úmido.
A bióloga Rafaela Paiva, da Secretaria de Meio Ambiente, destaca: "São Vicente possui uma rica biodiversidade, que não se restringe apenas às unidades de conservação. É possível observar aves, insetos, pequenos mamíferos e outros seres vivos em diversos pontos da área urbana". Ela reforça, ainda, a importância da conservação: "Precisamos olhar ao nosso redor e perceber o valor de preservar cada componente do meio ambiente como um todo. O ambiente urbano pode ser surpreendentemente rico em vida, abrigando uma grande variedade de espécies e ecossistemas. Devemos valorizar as árvores, que oferecem abrigo e alimento à fauna, além de diversos serviços ecossistêmicos. Com uma arborização urbana eficiente, podemos criar corredores ecológicos e fomentar ainda mais a diversidade de espécies, tanto de fauna quanto de flora".
22 de Maio — Dia Internacional da Biodiversidade
A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de conscientizar e incentivar a participação das pessoas na defesa e preservação da biodiversidade e de todos os ecossistemas do planeta.
Deixe a sua opinião
ver todos