PERUÍBE
O dolo dos denunciados na prática da transfobia fica evidente porque eles buscaram impedir a vítima de utilizar o banheiro feminino em razão de esta não ter feito a cirurgia de redesignação e demonstraram preconceito com seu modo de ser e de se vestir
da Redação BS9
06/09/2023 - quarta às 00h01
O promotor Danilo Keiti Goto ainda pediu que seja fixada indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 100 mil - Reprodução
O dono de uma academia situada em Peruíbe e sua advogada foram denunciados no dia 1º de setembro por racismo motivado por transfobia após cometerem atos de discriminação contra uma mulher trans frequentadora do estabelecimento. O promotor Danilo Keiti Goto ainda pediu que seja fixada indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 100 mil.
Segundo os autos, em janeiro de 2022 os denunciados convocaram a aluna para uma reunião, ocasião em que classificaram seu comportamento e suas roupas como "inadequados". Na mesma oportunidade, a advogada questionou se a mulher havia mudado de nome em cartório. Ela quis saber também se a mulher tinha feito cirurgia de redesignação sexual. Diante da resposta negativa da vítima, a advogada afirmou que ela não poderia utilizar o banheiro feminino.
Segundo Goto, o dolo dos denunciados na prática da transfobia fica evidente porque eles buscaram impedir a vítima de utilizar o banheiro feminino em razão de esta não ter feito a cirurgia de redesignação e demonstraram preconceito com seu modo de ser e de se vestir. Além disso, o proprietário da academia deixou claro que estava sendo forçado a "suportá-la em sua academia".
Na mesma data da denúncia, o promotor requereu que a autoridade policial retire do boletim de ocorrência referente ao caso o nome de batismo da vítima. Para Goto, "não há justificativa para utilização do antigo nome da vítima nos autos do inquérito policial, porquanto potencializa a sua revitimização, especialmente por envolver registro policial que trata justamente de transfobia".
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