Prefeitura atua para coibir furtos e depredações em Mongaguá

A segurança e a manutenção do patrimônio público tornaram-se um dos principais desafios da nova administração municipal, que assumiu há cerca de 100 dias. Casos recorrentes de furto e vandalismo em Unidades Escolares e Unidades de Saúde têm gerado prejuízos significativos, comprometendo o funcionamento dos serviços e obrigando a Prefeitura a redirecionar verbas.

O impacto é sentido diretamente pela população. O secretário municipal de Obras Públicas, Carlos Cafema, afirma que os furtos ocorrem "recorrentemente nas unidades escolares, creches e unidades de saúde". O custo de cada incidente é elevado: "Furto de entradas de energia custa cerca de R$ 10 mil cada", destaca, lembrando que as escolas e creches podem perder dias de aula devido aos danos.

Os alvos mais comuns são os cabos e barramentos de cobre das entradas de energia, além de portas, janelas de alumínio e equipamentos de SPDA (proteção contra raios), todos com alto valor de revenda ilegal.

O caso da EMEF Professora  de Souza Oliveira exemplifica a urgência do problema: a unidade sofreu dois furtos de fiação em um intervalo de apenas 12 dias (07/10/2025 e 19/10/2025), ambos registrados em boletins de ocorrência como "nível de urgência 5 – compromete segurança ou funcionamento parcial".

O secretário municipal de Segurança, Coronel Argeo Rodrigues, explica que grande parte dos furtos está ligada à dependência química: "A busca por drogas leva os indivíduos a cometer furtos. O cobre tem preço elevado no mercado, e essa é uma forma rápida de obter dinheiro".

Lembrando que a Secretaria de Segurança está defasada, inclusive, por conta de concurso público suspenso, o que impede a contratação de novos agentes, o coronel ressalta que o desafio transcende a atuação municipal, esbarrando na legislação penal e na impunidade, especialmente em crimes sem violência ou uso de arma. 

"Perceba que é muito difícil combater esse tipo de delito. Um indivíduo com mais de 40 ocorrências por furto chegou a ser detido em agosto após levar um ar-condicionado da USF de Agenor. O equipamento foi recuperado, mas o acusado permanece em liberdade", lamenta.

A dificuldade também se estende aos casos que envolvem adolescentes. O secretário relatou que, na sexta-feira (17), a Guarda Municipal (GM) deteve quatro jovens dentro de uma escola, onde separavam materiais possivelmente furtados. Contudo, tiveram que ser liberados por não haver reconhecimento imediato do material pela diretora como sendo da escola.

Apesar das dificuldades iniciais e da defasagem da pasta de Segurança, a nova gestão não está inerte. O foco está em reverter o trabalho reativo para ações preventivas, com a elaboração de um diagnóstico integral da vulnerabilidade dos prédios públicos, algo que, segundo Argeo, "nunca foi feito".

Principais Medidas em Curso

Mapeamento de Vulnerabilidade: agentes da Guarda Municipal visitam todas as repartições municipais (escolas, unidades de saúde e assistência social) para identificar pontos vulneráveis. O relatório será encaminhado à Secretaria de Obras, que instalará "ofendículos", dispositivos de proteção contra furtos e vandalismo.

Cartão de Prioridade de Patrulhamento: ferramenta que mapeia ocorrências criminais e de irregularidades administrativas, direcionando o trabalho da Guarda Municipal para os locais de maior incidência. "A viatura não sai sem destino, sem objetivo. Cada missão tem meta definida", explica o secretário Argeo.

Operações Integradas: ações conjuntas com Polícia Civil, Polícia Militar, fiscais de comércio, vigilância sanitária e Meio Ambiente. O foco está em desmanches e ferros-velhos, onde materiais furtados são comercializados.

As medidas, segundo a administração, representam o início de um plano contínuo de recuperação e proteção do patrimônio público, com foco em ações preventivas e integrais.

A prefeita, Cristina Wiazowski, afirma que o poder público continuará atuando de forma firme no enfrentamento ao vandalismo e aos furtos de patrimônio municipal: "Quando roubam fios de uma creche, não estão apenas vandalizando um prédio público, estão roubando o direito de uma criança aprender, de uma mãe trabalhar tranquila, de uma comunidade se desenvolver. Vamos continuar combatendo essas práticas e fortalecendo nossas ações para proteger o que é de todos", afirmou.