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TÚNEL SANTOS-GUARUJÁ

Obra estratégica de infraestrutura terá impacto no acesso à saúde pública no litoral paulista

Ligação reduzirá o tempo de deslocamento de pacientes ao Hospital Guilherme Álvaro e dará mais agilidade a atendimentos de alta complexidade

Da Redação

26/12/2025 - sexta às 09h51

Projeto emblemático de infraestrutura para São Paulo, o futuro Túnel Santos-Guarujá, que sairá do papel depois de 100 anos de espera, representa um avanço estratégico também para a saúde pública da Baixada Santista ao garantir mais rapidez, previsibilidade e segurança no deslocamento de pacientes, profissionais e insumos entre as duas margens do canal. 

 

Com 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros imersos sob o canal portuário, o Túnel Santos-Guarujá vai permitir que veículos façam em até cinco minutos o deslocamento que hoje pode ultrapassar uma hora. Inédito no Brasil, o projeto prevê integração multimodal, com faixas para veículos, VLT, pedestres e ciclistas, ampliando o acesso e a conectividade na região. Atualmente, a ligação entre os municípios é feita principalmente por balsas, cuja travessia dura em média 18 minutos, mas pode chegar a 50 minutos em função de questões climáticas e passagem de navios.

 

A obra terá impacto direto no atendimento prestado por unidades de referência, como o Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, que recebe diariamente pacientes de diferentes cidades da região. Segundo a diretora técnica do hospital, Ana Beatriz Soares, a nova ligação vai garantir acesso mais ágil e eficaz para a população da região.

 

“Esse túnel vai impactar muito a nossa região, porque nós recebemos pacientes de várias localidades do litoral, especialmente de Bertioga, que é uma região muito carente e que tem o Hospital Guilherme Álvaro como referência”, afirma. “Parecia impossível que isso saísse do papel, mas agora é uma realidade. A população de Santos, do Guarujá e de toda a região vai ter um acesso muito mais rápido, eficiente e com qualidade.”

 

A maternidade da unidade é um exemplo dessa realidade. O hospital recebe gestantes de alta complexidade, como casos de diabetes, hipertensão e outras condições graves, que precisam de atendimento rápido. “Em obstetrícia, a rapidez é fundamental. Isso impacta diretamente o transporte de pacientes”, explica a diretora técnica.

 

Além da maternidade, o hospital atende pacientes oncológicos que realizam quimioterapia, consultas de rotina e exames. A dificuldade de deslocamento afeta tanto quem busca tratamento quanto quem trabalha na unidade. “Tem muitos funcionários que moram no Guarujá e vêm para Santos todos os dias. Isso impacta pacientes, ambulâncias e equipes”, relata Ana Beatriz Soares.

 

Para quem vive essa rotina como acompanhante, a expectativa em torno do túnel é grande. Morador do Guarujá há 56 anos, Benjamin Nogueira Júnior acompanha a sogra, dona Maria, em tratamento de câncer no Hospital Guilherme Álvaro. Segundo ele, a possibilidade de reduzir o tempo de travessia para poucos minutos representa uma mudança significativa. 

 

“Tudo o que facilitar é bom demais”, disse Benjamin.”Imagine diminuir o tempo de percurso para 5 minutos?”. Ajuda muito, principalmente quando se trata de saúde”, afirma. Benjamin também destaca o simbolismo da obra. “Muita gente achava que não ia sair do papel. Eu achava que não ia acontecer. Quando fiquei sabendo que vai acontecer mesmo, achei uma grande vitória.”

 

Para a diretora técnica do hospital, o túnel vai além da mobilidade e se conecta diretamente à humanização do atendimento. “Para oferecer um atendimento de qualidade, tudo precisa funcionar de forma integrada: pacientes, profissionais, insumos e equipamentos. A logística faz parte da humanização. Estamos falando de vidas”, ressalta.

 

Travessias hídricas

O sistema de balsas também vai passar por mudanças. O consórcio Acqua Vias SP foi o ganhador do leilão da parceria público-privada do Sistema de Travessias Hídricas, promovido pelo Governo de São Paulo. A concessão vai modernizar e ampliar 14 linhas de travessias no litoral paulista, incluindo a Santos-Guarujá, na região metropolitana de São Paulo e no Vale do Paraíba. 

 

O projeto de modernização das linhas contempla a substituição gradual da frota movida a diesel por embarcações 100% elétricas, além da construção de novos terminais e serviços aprimorados — como ambientes climatizados, banheiros adaptados e áreas de alimentação para oferecer mais conforto aos usuários.

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