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GUARUJÁ ENSINA E APRENDE

Iniciativa voluntária leva ensino de qualidade a jovens do Guarujá

Projeto gratuito criado por alunos da Unoeste abre portas do ensino superior para a comunidade

Da Redação

09/09/2025 - terça às 14h14

Uma sala de aula cheia de sonhos, determinação e solidariedade. É assim que nasceu o Cursinho Popular Farol, iniciativa gratuita criada por alunos voluntários da Unoeste Guarujá, com a supervisão da professora doutora Fernanda Machado Rodrigues. O projeto tem como missão democratizar o acesso ao ensino superior, oferecendo a jovens e adultos de baixa renda da comunidade um espaço de aprendizado, acolhimento e preparação para os vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).


As aulas são ministradas por acadêmicos do curso de Medicina, que decidiram transformar a vivência em estágios e o contato direto com a realidade social em um caminho concreto de transformação. Ao todo, são 11 disciplinas ofertadas, entre elas Português, Redação, Matemática, Física, Química e Biologia, além de outros conteúdos cobrados nos principais vestibulares.


Educação que transforma

Para os voluntários, a ideia surgiu a partir da convivência com pacientes e famílias atendidas durante os estágios. Muitos jovens, apesar de demonstrarem potencial, não conseguiam se preparar para os exames de ingresso nas universidades por falta de recursos.


“A percepção veio do dia a dia, atendíamos alunos do ensino médio que, logo após concluir a escola, já precisavam ingressar no mercado de trabalho. Faltava a ponte para a universidade. Ensinar tem sido um grande desafio, mas também uma oportunidade de crescimento. Nada disso teria se concretizado sem o apoio da professora Fernanda, que acreditou em nós desde o início”, conta Samara Leite, acadêmica do 5º termo de Medicina.


A colega de curso Leticia Freitas reforça o impacto social da iniciativa. “No começo, achei que seria mais simples, mas ensinar exige adaptação e criatividade. A cada aula buscamos novas estratégias para facilitar o aprendizado. Ver a evolução dos alunos e perceber que o projeto está fazendo diferença é extremamente gratificante. Queremos continuar e ampliar ações como essa, porque acreditamos no poder da mudança pela educação”.


Jovens que acreditam no futuro

De outro lado, os alunos atendidos relatam como o cursinho tem mudado suas rotinas e perspectivas. Julia Ferreira Lima, de 17 anos, afirma que percebeu avanços significativos. “Eu fazia cursinho on-line, mas essa coisa de ter o professor ali, pessoalmente, facilita bastante. Eu já consigo ver os resultados, uma evolução grande em pouco tempo”.


Para Camila Mendes Santos, também de 17 anos, a metodologia adotada pelos voluntários faz toda a diferença. “Além do presencial, eles explicam mais devagar, de uma forma divertida e acessível, o que ajuda muito. Quero fazer Biomedicina na Unoeste e espero que o cursinho me ajude nisso”.


Outros alunos também dividem seus avanços. Jenifer Bueno, de 17 anos, conseguiu uma vaga mesmo após o fim das inscrições e já colhe os frutos. “Estou melhorando em muitas áreas, principalmente em redação, que era meu foco”, diz.


Já Maria Eduarda Carvalho, de 18 anos, celebra o progresso em química. “Sempre tive dificuldade, mas agora estou começando a entender e até pegar gosto pela matéria”.


A estudante Adrielle dos Santos Silva, de 17 anos, resume o sentimento coletivo. “O cursinho está ajudando muito nos estudos, principalmente com as listas de exercícios que ajudam a fixar o conteúdo. Estou aprendendo bastante”.


Retribuir em forma de ensino

Para os universitários, o projeto também tem um valor especial, retribuir à comunidade um pouco das oportunidades que tiveram. Luiza Parolini, estudante do 5º termo, lembra o momento em que percebeu a importância do projeto. “Durante o estágio, recebemos um paciente que queria prestar vestibular, mas não tinha condições de estudar. Foi aí que pensamos, e se tivesse um cursinho popular? Sempre gostei muito de ensinar e me inscrevi logo. Poder retribuir um pouco da educação que eu tive é muito gratificante”.

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