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Festival CRIE como quem LUTA realiza programação na Aldeia Piaçaguera, em Peruíbe, em 6 de setembro

A Aldeia Piaçaguera é a mais antiga dentre as 12 que ocupam a Terra Indígena Piaçaguera

Da Redação

03/09/2025 - quarta às 09h38

Peruíbe recebe no dia 6 de setembro (sábado) uma intensa programação artística com o 4º Festival CRIE como quem LUTA - edição lationoamericana que será realizado na Aldeia Piaçaguera (Praça Peruíbe, Terra Piaçaguera - Santa Cruz, Peruíbe - SP), das 13h às 20h, com entrada gratuita.

 

A aldeia da etnia Tupi Guarani receberá a programação do Festival que irá oferecer ao público atividades com artistas e grupos locais ao longo do dia, incluindo a feira de artes visuais e artesanato indígena, uma exposição fotográfica, roda de conversa sobre o trabalho das mulheres na cultura, apresentações de música, dança, coral indígena e exibição de documentários. A programação do festival na aldeia Piaçaguera conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Peruíbe.

 

A vice cacique da aldeia Piaçaguera, Juliana Prado Franchi, explica os impactos positivos do Festival para a comunidade "O Festival auxilia nossa luta e resistência ao mostrar o quanto nosso território, nossa comunidade é importante -  e o quanto nossa cultura existe e resiste mesmo com tantas dificuldades políticas, muitas vezes de invasão do nosso território. É um festival importante para que as pessoas possam visitar nossa comunidade, proporciona visibilidade da nossa aldeia, para nossos eventos posteriores.", destaca a vice cacique.

 

Esta é a primeira vez que a Caju Cultura, coletivo que organiza o Festival, propõe uma itinerância de programação e também de trocas artísticas. Cinco artistas de Peruíbe foram convidadas a criar em um processo de residência artística com outras cinco artistas de Campinas, pela primeira vez, uma obra artística apresentada durante a primeira etapa do 4º Festival CRIE como quem LUTA - edição latinoamericana, realizada entre os dias 22 e 30 de agosto na cidade de Campinas.

 

Agora, o público de Peruíbe poderá assistir a esta criação coletiva que contou com as participações de Fabi Nascimento, Giovanna Luiza, Graziele Garbuio, Noelly Castro, Patrícia Santiago, Poty Porã, Vulcanica Pokaropa, Yandara Pimentel e Zênite Astra. A apresentação será às 19h, fechando a programação do Festival.

 

Esta itinerância é fruto da parceria da Caju Cultura com Cassiane Tomilhero, uma das fundadoras deste coletivo, que assumiu a produção da itinerância do Festival em Peruíbe.

 

"Quando começamos as conversas para realizar o Festival aqui em Peruíbe, a produção destacou a importância de escolhermos um espaço que coubesse a diversidade de atividades culturais e, principalmente, de ser um espaço de convívio e acolhedor. Quando soube que a temática desta quarta edição envolvia território, pensei que nada seria melhor do que realizarmos na Terra Piaçaguera, que neste ano completa 25 anos da retomada de seu território. Acredito ser muito importante, tanto para as pessoas de fora, como as pessoas da cidade de Peruíbe terem a oportunidade de conviver com esse espaço- território, e assimilar junto com a programação do Festival tudo o que já é vivido profundamente pela comunidade indígena em relação à cultura, espaço e vida dentro deste lugar.", comenta a gestora cultural Cassiane Tomilhero.


 

A Aldeia Piaçaguera é a mais antiga dentre as 12 que ocupam a Terra Indígena Piaçaguera, que fica localizada próxima a divisa  das atuais cidades de Itanhaém e Peruíbe no litoral sul do Estado de São Paulo. Seus primeiros registros são datados de 1542. Desde então a luta para voltar a estas terras sempre foi algo constante e de muita importância. A busca pela Yve Marãey, a terra sem males, é o objetivo deste povo, de estar nesta terra e viver sua cultura em contato com a natureza.



 

Programação

13h às 20h - Feira de artes visuais e artesanato indígena 

Artesãos das aldeias de Peruíbe expõem e comercializam objetos tradicionais, biojóias, peças decorativas, instrumentos musicais, fitoterápicos e outros artesanatos que representam as práticas e tradições da cultura Tupi-Guarani.

 

13h - Abertura da  Exposição de Fotografias,  de Carol Bolanho e Morgana Costa

As duas artistas, em início de trajetória na fotografia, compartilham com o público seus olhares sobre o tema "Espaço", considerando a diversidade cultural e territorial da cidade de Peruíbe e o trabalho das mulheres neste contexto. A exposição das fotos produzidas para o 4º Festival CRIE como quem LUTA divide espaço com imagens que contam histórias da Aldeia Piaçaguera.

 

13h15 - Roda de conversa: O trabalho das mulheres no campo da cultura

Os papéis de gênero, a divisão do trabalho e os desafios das mulheres na cultura diante da estrutura patriarcal, colonizada e embranquecida, compõem a linha guia para uma roda de conversa na abertura do 4º Festival CRIE como quem LUTA em Peruíbe. Para fomentar o debate, as convidadas Adriana Lima, Itamirim e Patrícia Vignoli compartilham suas experiências. A roda conta também com a presença de integrantes da Caju Cultura e mediação de Cassiane Tomilhero.

 

15h às 19h: apresentações artísticas 

 

15h - Música: O Canto de Orquídeas, com Catalina Gil

A artista colombiana trabalha na fronteira entre a música, a poesia e o movimento. Sua proposta musical reúne expressões artísticas inspiradas nos ritmos, sonoridades e narrativas da Latinoamérica. Cada interpretação se apoia em pequenas ações cênicas. 

O repertório do show Canto de Orquídeas inclui canções autorais da artista e obras tradicionais do repertório latinoamericano, com influências do bolero, da música andina colombiana e da canção

 

15h30 - Intervenção de dança: Avessos, com Andréa Soares

"Avessos" é uma intervenção artística de caráter performático e interativo, em flerte com a Dança, criada por Andrea Soares para falar das relações de dualidade no Ser Humano. Trafegando pelas imagens de angústia e alegria, escuridão e cores, densidade e leveza, a performer traduz, em diferentes dinâmicas corporais, os fluxos da existência pulsante em cada Ser.

 

16h - Documentário: Trajetórias da ECOSOL de Peruíbe, de Valdirene Correia

O documentário apresenta a memória da Economia Solidária de Peruíbe, registrando a oralidade das pessoas que estão desde seu início, o trabalho realizado atualmente pelos Coletivos que atuam nos bairros, bem como a diversidade de pessoas, conhecimentos compartilhados, a transição para o agroecológico, a preocupação com a sustentabilidade e uma Economia de Base Comunitária e Solidária.

 

16h45 - Coral Nhande tsy ywy - Mãe Terra, da Aldeia Piaçaguera

O Coral Mãe Terra integra crianças e jovens, pessoas adultas e anciãs da Aldeia Piaçaguera e carrega esse nome porque esta Aldeia foi a primeira das 12 aldeias que ocupam hoje o território demarcado que leva o mesmo nome: Terra Indígena Piaçaguera. As músicas são importantes para nosso nhanderekó (modo de viver) pois é uma das formas de manifestarmos nossa espiritualidade com Nhanderu e com as forças dos encantados.

 

17h15 - Música: Maré de Dentro, com Coletivo Mulheres de Maré

Maré de dentro é uma performance do Mulheres de Maré que apresenta diversas cantoras brasileiras. Por meio da musicalidade pretende-se  transbordar o ser mulher, na perspectiva da criação brincando com arranjos, danças e de tudo que as mulheres criam coletivamente musicalmente retratando nas poesias suas lutas diárias. Maré de Dentro um movimento de dentro para fora, sensível, potente, feminista e coletiva.

 

18h - Audiovisual: Ydjary, a lenda viva das águas, com Itamirim e Wera Moru - Aldeia Tabaçu Reko Ypy

Ydjary: A lenda viva das Águas, narra a história de Ipuara, uma jovem que desafia as tradições que proíbem mulheres de liderar ou lutar como guerreiras. Ao desafiar seu pai, Ipuara é punida e sua resistência a transforma em algo além da morte: ela se torna Ydjary, uma entidade mística guardiã das águas. O documentário dramatizado entrelaça falas de guerreiras da Aldeia Tabaçu Reko Ypy, mostrando como sua história continua a moldar a resistência feminina em tempos modernos.

 

18h30- Música: Originárias DJEIÁ - Vozes e Danças da Terra, com Originárias DJEIÁ - Aldeia Tabaçu Reko Ypy.

Com músicas que mesclam português e Tupi-Guarani, o espetáculo é uma experiência única que conecta tradição e modernidade. As letras encantam, fazem refletir e convidam o público a mergulhar na riqueza cultural dos povos originários, celebrando a força feminina e a importância de preservar a floresta e nossas raízes. Originárias DJE'IA é mais do que um show, é um movimento cultural em defesa da terra, da vida e das culturas indígenas. Intérpretes: Tatatina, Eii, Moara, Dje Amanaia, Djatsy, Ywa. Produção e direção: Itamirim e Weramoru.

 

19h - Mostra da Residência: "As que percorrem o solo, o mar e também as que voam", com artistas residentes do 4º Festival CRIE como quem LUTA - edição latinoamericana.

Fabi Nascimento, Giovanna Luiza, Graziele Garbuio, Noelly Castro, Patrícia Santiago, Poty Porã, Vulcanica Pokaropa, Yandara Pimentel e Zênite Astra.Coordenação: Cristiane Taguchi. Produção Executiva: Carol Novaes. Direção: Kara Catharina.

 

 

Sobre o festival

CRIE como quem LUTA é um festival autoral idealizado e produzido pela primeira vez pela Caju Cultura em 2021, no formato on-line devido à pandemia Covid 19. Apesar de toda a complexidade de produção própria, o Festival fomenta um espaço de convivência, trocas e criação entre todas as pessoas envolvidas, propondo um ambiente de trabalho feminista, colaborativo, acolhedor. Desde a sua primeira edição, o festival vem crescendo e ampliando o seu alcance. Uma das características principais  do CRIE com quem LUTA é contemplar diferentes linguagens artísticas como música, dança, circo e teatro e traz, também, atividades de debate e formação. Além disso, a cada edição tem trazido um toque de outras linguagens artísticas como o audiovisual, a fotografia e as artes visuais. O Festival prioriza trazer para a equipe e para a programação mulheres em suas diversidades, realidades e desejos. A partir desse pensamento, em cada edição também acontece uma residência com artistas que trabalham juntas pela primeira vez.

 

Sobre a Caju Cultura

Caju Cultura é um coletivo feminista de mulheres trabalhadoras da cultura de Campinas/SP, formado por Cristiane Taguchi, Júlia Conterno, Ju Kaneto e Juliana Saravali. Desde 2017, atuam na concepção e execução de projetos e eventos culturais, além da gestão e acompanhamento de grupos artísticos e com produção de conhecimento na área da gestão cultural. Sonham e realizam experiências artísticas que provocam o mundo - aliando prática e reflexão crítica sobre a área da cultura e nossa sociedade. Por meio do compartilhamento de experiências e saberes contribuem na construção de redes colaborativas como uma forma estimulante e progressista de atuar na área cultural.

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