POLÍTICA
Ele lidera o ranking de pior prefeito entre os cinco municípios da Baixada Santista com até 200 mil eleitores.
Mauricio Juvenal
31/05/2024 - sexta às 18h15
Alçado à condição de prefeito de Mongaguá por via indireta, em outubro de 2018 e após a confirmação do afastamento do então prefeito Artur Parada Prócida, Márcio Melo Gomes, o Márcio Cabeça, caminha para encerrar sua passagem pela chefia do Executivo de Mongaguá de forma melancólica.
Pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Badra na semana passada, e que ouviu 1.060 moradores-eleitores, revela que Márcio Cabeça é reprovado por sete em cada dez entrevistados. Nada menos que 73,8% dos mongaguanos rejeitam sua administração e forma de governar.
Na prática é o pior desempenho entre os cinco prefeitos de municípios da Baixada Santista com até 200 mil eleitores, ou seja, cidades em que a eleição, marcada para 6 de outubro, é definida em primeiro turno. São elas: Bertioga, Cubatão, Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe.
Com a reprovação em alta, sua aprovação, é claro, desfila ladeira abaixo. Mirrados 18,6% dos entrevistados aprovam seu desempenho. Forçando a barra dá para dizer que dois, em cada dez moradores, aprovam sua administração.
Não à toa Márcio Cabeça viu, recentemente, sua base na Câmara Municipal implodir. Em um vídeo que virou meme nas redes sociais, o prefeito tentou jogar nas costas dos vereadores a responsabilidade por terem rejeitado, em tese, um projeto de lei que poderia garantir obras para a cidade.
Em uma fala considerada infeliz até por quem não acompanha a política local, Cabeça afirmou que “uma coisa é você querer brecar a administração, outra coisa é você prejudicar a vida das pessoas”. Qual é mesmo a diferença? A administração não deveria trabalhar o tempo todo para, pelo menos, não prejudicar a vida das pessoas, já que não consegue melhorar? Não foram poucos os mongaguanos que ficaram sem entender o que o prefeito quis dizer.
Inconformado com a derrota na Cãmara, na postagem o prefeito acusou oito vereadores de agirem com “ego e vaidade” e de estarem movidos por interesses exclusivamente “políticos e eleitoreiros”.
Dois vereadores ouvidos pela reportagem afirmaram, sob o compromisso de terem seus nomes preservados, pois têm medo de represálias, que a fala de Márcio Cabeça fere no mínimo o princípio da autonomia dos poderes, além de ser desrespeitosa quando o chefe do Executivo ameaça ir à Justiça.
“A única coisa boa desse vídeo é que ele reconhece que a Prefeitura deixou de fazer o que tinha que ser feito ao longo desses seis últimos anos. Ele mesmo diz que a população da Pedro Lemos sofre com a falta de pavimentação. E cita os moradores do Aguapehu, do Vera Cruz, da Vila Operária que sofrem com enchentes, justamente pela falta de obras de drenagem. Ele lembrou disso só agora?”, argumenta um deles.
Para ambos os vereadores, a fala de Márcio Cabeça revela, na verdade, o desespero de quem vê o seu candidato à sucessão não crescer nas pesquisas. “E nem é exatamente porque ele deseja tanto assim eleger seu sucessor. É preocupação mesmo com o que pode acontecer a partir de 2025 se alguém da oposição estiver sentado em sua cadeira”, dispara.
Será?
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