CULTURA
Iniciativa abre as portas para a arte urbana, unindo educação, inclusão e desenvolvimento juvenil nas unidades Mário Covas Jr. e José Meirelles
Da Redação
21/05/2025 - quarta às 12h00
Promovendo a arte como meio de educação, inclusão social e desenvolvimento juvenil, o Hip Hop nas Escolas chegou em forma de projeto, ganhou forma e já é realidade em duas unidades da Área Continental de São Vicente. Presente nas UEs Mário Covas Jr (Parque das Bandeiras) e José Meirelles (Quarentenário), a iniciativa transforma os estudantes em protagonistas: "Oferecemos oficinas voltadas aos cinco elementos do Hip Hop, que são o rap, o DJ, o breaking, o graffiti e a moda sustentável", destaca o coordenador geral do Hip Hop nas Escolas, Zéca.
Esta semana, os cursistas receberam material para as oficinas. "Os kits para as aulas de MC contêm caderno, lápis e borracha, para criação das rimas. Já os alunos de grafite receberam lápis 2B, caderno de desenho, lápis de cor e canetinhas para desenvolver a arte que o oficineiro está transmitindo", detalhou Zéca.
Aluno do 7º ano da UE Mário Covas, Gustavo Miguel, 12, sonha em ser DJ e já teve a sua "estreia" no ofício nesta terça-feira (20), comandando o som para os colegas que estão na oficina de rap. "Eu nunca tinha manuseado uma mesa, e estou aprendendo aos poucos. Não entendo muito de música, é algo bem novo para mim. Mas estou pegando o jeito", comemora.
Luiz Miguel, 11 anos, aprova as aulas de rap. "Escolhi essa oficina porque gosto muito do ritmo e da poesia. Agora vou tentar me aperfeiçoar para, quem sabe, transformar o que estou aprendendo em uma profissão algum dia".
Ministrada por Suzana Azar, a oficina de moda estimula a criatividade. "Vamos arrecadar garrafas pet, lacre e tampinhas plásticas para transformar esse material em peças de moda", conta Suzana. Matriculada no 8º ano, Maria Eduarda Carvalho, 13, mostrou seu potencial como estilista e projetou um corset com lacres de latinhas. "Pensei em uma peça de roupa mais básica, sem cores fortes, e optei pelos lacres, cor de prata".
Já Kauê Costa, 13, do 8º ano, escolheu as aulas de grafite. "Gosto muito de desenhar e veio a oportunidade de aprender as técnicas. Vim para aprender e me aperfeiçoar".
Sociólogo e rapper, Bruno Pierre Pereira - o Brunão Ment'Sagaz - detalha que o projeto nasceu do coletivo Instituto Salve Hip Hop, e foi viabilizado com incentivo do ProAC, de fomento à Cultura. No total, as cinco oficinas oferecem 150 vagas em cada escola, com aulas uma vez por semana, na própria unidade onde estudam. "Além de apresentar a cultura urbana e o entretenimento, buscamos diminuir a evasão escolar, aumentar o entendimento intelectual e cognitivo dos alunos e levá-los ao senso de pertencimento, para preservar a escola onde estudam, a casa onde moram e o ambiente em que eles vivem", comentou o coordenador do projeto.
O projeto - O Instituto Salve Hip Hop, coletivo cultural comprometido com a lei federal 11.784/2023 que trata da valorização e fomento da cultura Hip Hop em território nacional, traz as artes urbanas contemporâneas dessa cultura urbana como ferramenta sociocultural educacional no ambiente escolar. Dessa forma, nasce o projeto Hip Hop nas Escolas, iniciativa contemplada pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo através do Edital 14/2024 – Fomento à Cultura Hip Hop, sendo a segunda proposta mais bem avaliada na seleção de projetos.
O objetivo é promover a cultura Hip Hop nas escolas municipais de São Vicente, proporcionando aos estudantes do Ensino Fundamental II um espaço de aprendizado e cidadania, expressão artística e reflexão social por meio de oficinas de artes urbanas. No primeiro semestre, as escolas atendidas são as UEs Mário Covas Jr e José Meirelles. A partir de agosto, o projeto chega às UEs Carolinas Dantas (Catiapoã) e Antônio Pacífico (Jóquei).
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